Notícias
Peixe-boi reintroduzido à natureza dá à luz em unidade na Paraíba
Foto: Arquivo APA da Barra do Rio Mamanguape
Pela primeira vez na Paraíba, um peixe-boi fêmea reintroduzido à natureza dá à luz na Área de Proteção Ambiental (APA) da Barra do Rio Mamanguape. O filhote é um macho, está com dois meses de idade e apresenta bom estado de saúde, atestado pelos médicos veterinários que o atenderam. Ele é acompanhado diariamente pela equipe de tratadores na unidade, que realiza rondas constantes para avaliar a saúde de todos os peixes-boi que vivem na região.
O filhote ainda não tem nome. Segundo o chefe do Núcleo de Gestão Integrada (NGI) de Mamanguape, Orlando Santos, ele deve ser escolhido após campanha realizada com as escolas da região. Embora a campanha ainda esteja em fase de organização, uma das sugestões é que o nome seja uma homenagem à forte presença indígena na região, como Porã ou Tayguan.
O nascimento do filhote de Mel marca o sucesso dos trabalhos de reintrodução de animais na natureza, que podem viver até 60 anos. Os servidores da APA da Barra do Rio Mamanguape relatam que permanecerão atentos à saúde da mãe e do filhote, já que os peixes-boi permanecem, em média, dois anos em amamentação.
Resiliência
A mãe Mel, que foi resgatada em 2004 e reabilitada pelo Centro de Mamíferos Aquáticos (CMA) do ICMBio, vive no litoral de Cabedelo (PB). O nascimento de um filhote de peixe-boi fêmea reintroduzida não é incomum apenas na região, mas na maior parte dos casos, já que muitos são resgatados com feridas e complicações que tornam mais difícil o retorno ao habitat e até mesmo a reprodução.
A estimativa da população da espécie aponta que existem 1,1 mil indivíduos no Brasil, segundo pesquisas desenvolvidas pela Fundação Mamíferos Aquáticos, a Universidade Federal de Pernambuco e a FURG. Esse número de indivíduos coloca os peixes-boi a serem considerados no país como um dos mamíferos aquáticos mais ameaçados de extinção.
Devido ao seu comportamento dócil e à proximidade com o litoral, acabam sofrendo com a caça, capturas acidentais e eventuais colisões com barcos e lanchas. Por sua pequena quantidade, um grande esforço vem sendo empregado pelas unidades de conservação federais para proteger o animal e garantir a conservação do habitat.