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Peixe-boi é resgatado por brigadistas da Esec de Maracá-Jipioca
O animal possui poucos meses de vida e ainda precisa de cuidados
Brasília (18/09/2013) - No sábado (14), a equipe de brigadistas da Estação Ecológica (Esec) de Maracá-Jipioca, com apoio de moradores e pescadores da cidade de Amapá, resgatou um peixe-boi que estava encalhado na área portuária do município, situada a 320 quilômetros de Macapá, no estado do Amapá. O animal ficou sob os cuidados temporários da brigada de incêndios da estação ecológica, orientados por telefone pelo gestor da unidade de conservação (UC) sobre os procedimentos a serem tomados para sua segurança.
Ao saber da ocorrência do encalhe, o chefe da UC, Iranildo Coutinho, entrou em contato com a pesquisadora Danielle Lima, que é representante do Instituto de Pesquisas Científicas do Estado do Amapá (IEPA) na Rede de Encalhes de Mamíferos Aquáticos do Norte do Brasil (REMANOR) para levantar as orientações iniciais para o atendimento emergencial e transporte do peixe-boi para a cidade de Macapá, no dia 15, para o devido tratamento no Cetas.
O peixe-boi é um mamífero aquático e está na lista vermelha de espécies em extinção pela União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN), dada forte pressão provocada pela caça e perda de habitat, a partir da destruição das áreas de manguezais e comprometimento dos rios e estuários. O litoral do Amapá é uma das poucas regiões que mantém preservados esses ambientes e por isso, ainda há forte ocorrência da espécie.
Para o chefe da estação ecológica, Iranildo Coutinho, por se tratar de um animal bem jovem, com cerca de 1,1 metro de comprimento, 19 quilos e aparentemente deva ser da espécie peixe-boi marinho (Trichechus manatus manatus), embora ocorra casos de hibridismo na região, pela presença do peixe-boi amazônico (Trichechus inunguis), isso dificulta a decisão sobre o melhor tratamento a ser dado nesse caso. "Um animal adulto da espécie marinha pode chegar a 4 metros de comprimento e da espécie amazônica alcança até 3 metros", frisa Iranildo. A espécime possui poucos meses de vida e ainda requer amamentação e cuidados com sua saúde, para só então proceder à soltura, após longo processo de reabilitação.
Por meio do REMANOR, através do apoio da oceanógrafa Míriam Marmontel, Líder do Grupo de Pesquisas em Mamíferos Aquáticos Amazônicos, do Instituto Mamirauá, foi identificado um cativeiro (em ambiente natural) que oferece condições adequadas para reabilitação do peixe-boi, na Ilha do Marajó. Essa instalação está sob responsabilidade do Ibama no Pará em parceria com a Reserva Extrativista (Resex) de Soure, o Museu Emílio Goeldi, a Prefeitura de Salvaterra e a comunidade local. O Instituto Mamirauá disponibilizou recursos para o transporte aéreo, tão logo seja dada autorização pelo Ibama, entidade responsável pelo animal.
A ideia inicial é que após a recuperação do animal, ele seja devolvido para soltura e monitoramento na região que foi encontrado. A expectativa é que isso ocorra no período de um a dois anos, dependendo da resposta do animal ao processo de reabilitação.
Comunicação ICMBio
(61) 3341-9280