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Pau-Brasil lança Projeto Político Pedagógico
Agroecologia é tema de projeto do Parque Nacional do Pau Brasil junto à comunidade.
Foi realizado, no dia 20 de abril, o lançamento do Projeto Político Pedagógico de Educação Ambiental – PPPea do Parque Nacional (PARNA) do Pau Brasil, em Porto Seguro/BA. Além da cerimônia oficial e da entrega do primeiro exemplar do PPPea, o evento contou com a presença do presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio, com apresentação musical regional, repente e literatura de cordel sobre o PPPea. Na ocasião, também foi comemorado o aniversário de 19 anos de criação do PARNA, com lançamento de placa comemorativa.
A construção do PPPea começou há um ano e meio com a criação da Câmara Temática (CT) de Educação Ambiental do Conselho Consultivo da Unidade de Conservação - UC e contou com o apoio do Ministério do Meio Ambiente - MMA, através do Departamento de Educação Ambiental (DEA), Coordenação Geral de Gestão Socioambiental do ICMBio e da Coordenação Regional 7 em Porto Seguro. Teve o apoio técnico através da facilitação do processo de construção do PPPea e coordenação pedagógica/formação do processo de autoformação em educação ambiental e projeto político-pedagógico da Câmara Temática de Educação Ambiental do Conselho Consultivo do Parque Nacional do Pau Brasil, a ESALQ/USP por meio do Projeto Assentamento Agroecológico, e contou com a participação de 17 das instituições parceiras e das comunidades do entorno do Parque.
Segundo o chefe da unidade, Fábio Faraco, o PPPEA foi uma oportunidade de aproximar ainda mais a comunidade do Parque. “Essa experiência mostra o quanto a comunidade pode se envolver, ser parceira da conservação e como podemos auxiliar na geração de renda com uma proposta sustentável de agricultura”, analisa Faraco.
“Com o PPPea, as comunidades tiveram a oportunidade de expor seus problemas e discutir as soluções de acordo com as ferramentas fornecidas pelo projeto”, ressaltou o representante comunitário Ronilson Rodrigues, presidente da Associação de Produtores Rurais Unidos Venceremos.
De acordo com Renata Maranhão, Diretora do Departamento de Educação Ambiental do MMA, o PPPea é o instrumento capaz de rever a relação da comunidade com o Meio Ambiente. A educadora ambiental do Projeto Assentamento Agroecológico da
ESALQ/USP, Maria Henriqueta Andrade Raymundo, foi quem conduziu o processo didático de construção do PPPea. Para ela, o PPPea é um processo, pois a Câmara Temática está em formação continuada e permite pensar e articular políticas públicas com diversos atores. “Há uma série de Políticas Públicas no PPPea do PARNA do Pau Brasil”, informa Henriqueta.
A Educadora enfatiza que o PPPea não se encerra com a elaboração do projeto, que foi construído junto com as comunidades. Para ela, justamente o maior desafio e o ponto mais forte foi a participação das comunidades do entorno: Sapirara, Vale Verde, Coqueiro Alto, Vera Cruz e Fazenda Santa Maria. “Ao mesmo tempo em que o desafio foi a participação, o ponto forte foi a riqueza da contribuição das comunidades. Para chegar às comunidades exige-se técnica, metodologia e disponibilidade. Um Projeto Político pedagógico sem participação comunitária fica frágil. Conseguimos superar o desafio e trazer voz para o PPPea”, enfatiza.
De acordo com o Presidente do ICMBio, Ricardo Soavinsk, “O PPPea é um projeto dentro da concepção de conservação colaborativa, na qual estamos cada vez mais contando com todos os atores envolvidos na conservação de uma unidade: gestores, comunitários, pesquisadores”.
Segundo Célia Pereira, Coordenadora Substituta de Gestão Socioambiental “O PPPea é um acordo entre nós e a comunidade, construído de forma dialogada e que facilita nossa aproximação, a participação e o envolvimento com a unidade”.
A Agroecologia significa uma ruptura no paradigma atual de agricultura. “É de conhecimento científico que o atual modelo é insustentável, seja na concentração de terras, no impacto ecológico e até mesmo de volume de produção”, destacou o coordenador do Projeto Assentamentos Ecológicos/ESALQ/USP, João Dagoberto dos Santos. “Nesta perspectiva a agroecologia se apresenta como um modelo sustentável e o PPPea como um instrumento cujas engrenagens são perfeitamente aplicáveis para a geração de renda de comunidades”, afirmou.
O PPPea é constituído de três eixos de ação: Conceitual, Situacional e Operacional. O eixo Operacional traz quatro linhas de ação: Formação; Articulação Institucional; Comunicação; Monitoramento e Avaliação. Dentro das ações previstas, de acordo com Henriqueta, já foi iniciada a capacitação da Câmara Temática do Conselho Consultivo do PARNA, através do Projeto PPPea do Parna do Pau Brasil em permanente movimento, aprovado através da chamada de projetos de Educação Ambiental do PNUD, com início em março e previsão de término no final de 2018.
A capacitação trabalha com a Metodologia da Intervenção Pedagógica Socioambiental, com o objetivo de elaborar cinco planos de ação, sendo um para cada comunidade do entorno, que serão colocadas em prática durante o curso. Após a avaliação, o curso fecha com outros planos de ação mais gerais. “A capacitação trabalha com a pedagogia
da alternância, que traz o princípio de que o conhecimento se constrói não só em sala de aula, mas no campo, no trabalho, em casa, etc”, explica Henriqueta.
Outro fruto da construção do PPPea, será realizada em Porto Seguro/BA oficina para articulação nacional de políticas públicas em Educação Ambiental, chamada de “Indicadores de projetos e Políticas Públicas de Educação Ambiental no Território”, promovida pelo Fundo Brasileiro de Educação Ambiental – FUNBEA, além das salas verdes e dos cursos EAD já disponibilizados pelo MMA.
Comunicação ICMBio
(61) 2028-9280