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Participação social em UC deve ser qualificada, diz especialista
Palestra de professor da UFRJ abre evento sobre pesquisa no ICMBio
Palestra de professor da UFRJ abre evento sobre pesquisa no ICMBio
Sandra Tavares
ascomchicomendes@icmbio.gov.br
Brasília (15/09/2015) – "Mesmo quando a participação social se amplia em determinada unidade de conservação é preciso qualificar essa participação e saber se ela efetivamente está trazendo contribuições para a gestão da área protegida."
Com essa afirmação, o pesquisador Carlos Frederico Loureiro, do Laboratório de Investigação em Educação, Ambiente e Sociedade (LIEAS) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), iniciou, na manhã desta terça-feira (15), as palestras do VII Seminário de Pesquisa e VII Encontro de Iniciação Científica promovidos pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em Brasília.
O evento foi aberto pelo presidente do ICMBio, Claudio Maretti, e vai prosseguir, no auditório do Instituto, até a quinta-feira (17), com palestras e apresentação de resumos de trabalhos científicos produzidos por servidores e bolsistas do PBIC (Programas de Bolsas de Iniciação Científica), em sessões de manhã e à tarde.
Saiba mais sobre o seminário aqui .
Palestra
A "provocação positiva" do pesquisador Carlos Frederico teve a intenção de gerar um "debate frutífero". Segundo ele, mais pessoas envolvidas na gestão de uma área protegida não significa que a decisão esteja sendo tomada da maneira mais democrática.
"Padecemos do mal da concentração de pesquisas. Noventa por cento das pesquisas feitas em reservas extrativistas, por exemplo se concentram em pesquisadores localizados em outros estados que não os de origem da UC pesquisada. Eles (os pesquisadores de fora) nem sempre dão o devido retorno à unidade", disse Loureiro.
Ainda segundo ele, o papel das instituições ambientais no campo da pesquisa relacionada à conservação é "desnaturalizar" o saber científico. "Pois todo e qualquer outro saber tem embutido nele o pressuposto de poder ser observado e analisado cientificamente", frisou.
Como professor orientador, Loureiro afirmou já ter visto, por incansáveis vezes, pesquisas indicando que o turismo soluciona conflitos entre determinada unidade de conservação e a comunidade de seu entorno. "Mas essa tese só pode ser afirmada em pouquíssimos exemplos. No geral vimos o turismo piorar essas relações", garante o pesquisador da UFRJ.
Tema
O tema escolhido para os seminários – Conservação e Sociedade – tem o objetivo de ampliar o diálogo com a sociedade, buscando maior alinhamento das iniciativas conduzidas pelo Instituto com as expectativas sociais.
Até o final do evento, na quinta, serão apresentados 84 resumos de pesquisa em manejo e conservação da biodiversidade e gestão socioambiental, sendo 50 produzidos por servidores do ICMBio e 34 por alunos do PIBIC, em parceria com instituições de todo o país.
Entre as pesquisas, seis abordam a recuperação ecológica do cerrado brasileiro, como "Semeadura direta de ervas, arbustos e árvores para restauração do cerrado", estudo desenvolvido por pesquisadores da UnB, Embrapa e do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade do Cerrado e Caatinga (Cecat), do ICMBio. (Clique aqui para ver a lista dos trabalhos aprovados pela Comissão Científica).
Além da apresentação dos resumos das pesquisas, haverá palestras com pesquisadores e especialistas de instituições de renome no Brasil e exterior. Entre eles, estão Robert Buschbacher, da Universidade da Flórida; Ane Alencar, do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam); Carlos Eduardo Grelle, do Instituto de Biologia da UFRJ; Helder Queiroz, do Instituto Mamirauá (AM); Guilherme Dutra, da Conservação Internacional; Márcia Chame, da Fundação Oswaldo Cruz (RJ); e Mônica Nogueira, do Centro de Desenvolvimento Sustentável, da Universidade de Brasília (UnB).
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