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Parque mais antigo do Brasil celebra 80 anos nesta quarta
Durante a festa de aniversário do Itatiaia, na região serrana entre Rio e Minas, será inaugurado o novo centro de visitantes, revitalizado para atender melhor aos visitantes
Ramilla Rodrigues
ramilla.rodrigues@icmbio.gov.br
Brasília (13/06/2017) - No coração da Serra Mantiqueira, entre os municípios de Bocaina de Minas e Itamonte, em Minas, e Itatiaia e Resende, no estado do Rio de Janeiro, nasceu o Parque Nacional de Itatiaia que comemora nesta quarta-feira (14) exatos 80 anos de criação.
O primeiro e mais antigo parque do Brasil foi
instituído em 1937 via decreto do então presidente Getúlio Vargas
, a partir da Estação Biológica do Jardim Botânico. Com 11.943 hectares iniciais, a unidade de conservação surgiu em terras de antigas fazendas do Vale Paraíba e hoje contabiliza, oficialmente, mais de 28 mil hectares.
Nesta terça-feira (13), a unidade recebe a visita do presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ricardo Soavinski, e autoridades locais, além de representantes de instituições não governamentais, universidades e conselheiros. O ICMBio é a autarquia do Ministério do Meio Ambiente, responsável pela gestão das unidades de conservação federais, entre elas, o parque de Itatiaia.
Na quarta-feira, dia do aniversário, as comemorações serão abertas ao público com a inauguração do Centro de Visitantes. O local foi revitalizado e sua estrutura melhorada, de modo a atender com mais conforto e eficiência a demanda por visitação da unidade, que aumenta a cada ano. “O ambiente será bilíngue (inglês e português) de modo a atender também os visitantes estrangeiros”, diz o chefe substituto da unidade, Leonardo Cândido.
O Centro de Visitantes contará com exposição nova e multimídia. “A exposição com dados do parque já tinha dez anos. Com os novos materiais, o visitante terá uma experiência mais dinâmica e interpretativa”, informou Cândido.
Ainda na festa de inauguração, haverá a apresentação da banda da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), visita monitorada pela exposição com servidores do ICMBio, vídeos de sensibilização e proteção ambiental e, para finalizar, bolo com direito a parabéns para o parque. Excepcionalmente, será dispensada a cobrança de ingresso.
Atividades na natureza
Itatiaia é a designação em puri para “pedra pontiaguda” ou “pedra cheia de picos”. Dividido em duas partes, a parte alta e baixa da unidade, o Parque Nacional de Itatiaia é dotado de paisagens e atrações com alto potencial turístico. A parte alta, marcada por imensas montantas, é considerada uma das mais belas paisagens naturais do país.
O parque é considerado um hotspot (local com alto índice de biodiversidade e alvo de forte ameaça) da Mata Atlântica. Além de proteger a biodiversidade, propicia a prática de atividades ligadas à natureza, como caminhadas, observação de pássaros e borboletas e ciclismo.
Os 2.000 metros acima do mar garantem os vales entre as montanhas com temperaturas de até a -3,9 ºC, o que torna a região uma das mais geladas do País. A composição montanhosa do Itatiaia permite, tamém, que ele seja um destino importante para aficionados por montanhismo e escalada.
Pico das Agulhas Negras
O Pico das Agulhas Negras é a principal elevação do planalto. Seus 2.791 metros constituem o ponto mais alto do parque e o quinto mais alto do país. Ele pode ser acessado a partir do Abrigo Rebouças, numa caminhada de aproximadamente 45 minutos.
Outras opções para curtir a parte alta são o Maciço das Prateleiras, formações rochosas cujo cume está a aproximadamente 2,5 mil metros do mar, e a gelada Cachoeira do Aiuruóca, que ficam na parte situada em Minas. No caminho, é possível curtir a Asa do Hermes e a Pedra do Altar.
A parte baixa também oferece diversas opções. A mais próxima do Centro de Visitantes é o Lago Azul. A trilha é bem acessível, requerendo alguma atenção aos mais idosos e pessoas com dificuldade de locomoção por conta da escadaria de 120 degraus. Para eles existe uma opção de trilha, esta mais longa, porém mais segura. O Lago Azul conta com quiosques que funcionam das 8h às 17h e oferecem refeições e lanches.
Já o Complexo da Maromba é opção para quem quer curtir um banho de cachoeira. O local compreende a Piscina Natural do Maromba, a Cachoeira Itaporani e a Cachoeira Véu de Noiva.
O Itatiaia conta também com três pontos de travessia: Ruy Braga (Rebouças-Parte Baixa), Rebouças-Serra Negra-Morro Cavado-Mauá, Rebouças-Rancho Caído-Mauá (via Escorrega ou Vale das Cruzes).
Turismo e água
A presença do Parque Nacional do Itatiaia traz também diversos benefícios aos moradores do entorno. Somente em 2016, ele recebeu 127.494 turistas, sendo a oitava unidade de conservação federal com mais visitantes.
“Os moradores usufruem do Parque não só como visitantes, mas também trabalhando como guias turísticos e brigadistas”, afirma Leonardo Cândido.
Além de movimentar a cadeia de turismo, o parque cumpre outra importante função. Neles, estão presentes os principais cursos d’água que abastecem os municípios vizinhos. “A qualidade da água depende da conservação da biodiversidade do Parque”, diz Cândido.
Somente a parte alta abriga 12 bacias hidrográficas, alimentando rios como o Rio Grande e o Rio Paraíba do Sul, o mais importante da região.
Desafios
Nas trilhas, é possível admirar diversas espécies da fauna e flora. Animais como onça-parda, águia-cinzenta, jacutinga, anta, gavião-real e sagui-da-serra-escuro podem ser encontrados no parque. São cerca de 370 espécies de aves, 111 Mamíferos e 1179 de plantas. Dessas, 19 encontram-se em risco de extinção, sendo cinco em estado crítico.
Há também o desafio da regularização fundiária. Cerca de 52% das terras do Parque Nacional pertencem ao Estado. Por isso, é fundamental avançar mais. “Nós precisamos resolver a regularização fundiária, não só comprando as terras, mas também definindo a destinação de propriedades já adquiridas”, avalia Cândido.
Segundo ele, essas propriedades dispõem de instações em condição de uso, que serão demolidas ou servirão a outras finalidades. “Temos ciência do grau de importância do parque para a região. Por isso, é fundamental que continuemos nos estruturando”, finaliza Cândido.
Comunicação ICMBio
(61) 2028-9280