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Parque de Ubajara reinventa seus atrativos com boa prática
Publicado em
17/04/2018 19h58
Com o objetivo de propagar experiências de parcerias e melhores práticas apresentadas no III Seminário de Boas Práticas e I Fórum Internacional de Parcerias na Gestão de Unidades de Conservação, apresentamos a boa prática “Parque Nacional de Ubajara se reinventa sem o ‘bondinho’, apostando na parceria com condutores de visitantes”. Essa iniciativa é fruto da parceria do ICMBio, IBAM (unidade executora do projeto Parcerias Ambientais Público-Privadas – PAPP), e IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas. Acompanhe!
Um dos principais atrativos do Parque Nacional de Ubajara (CE), além das trilhas, cavernas, cachoeiras e mirantes, é a gruta Ubajara que, até 2015, poderia ser acessada usando o teleférico “bondinho”. Com o passar dos anos este transporte passou a sofrer com a falta de peças para reposição, precisando ser paralisado. Isso acarretou uma queda brusca na visitação do parque. Diante da necessidade de incentivar a vinda de visitantes mesmo sem a existência do teleférico, a chefia da unidade reuniu membros da Cooperativa de Trabalho, Assistência ao Turismo e Prestações de Serviços Gerais Ltda – COOPTUR para juntos discutirem e tentarem encontrar uma solução para este problema.
Quando o parque foi criado, em 1959, a condução de visitantes na Gruta de Ubajara era feita por funcionários da unidade de conservação. Com a aposentadoria da maioria dos antigos funcionários condutores, foi criada a COOPTUR, composta basicamente por jovens das comunidades do entorno, com a finalidade de conduzir visitantes na gruta e posteriormente aos outros atrativos do parque. No início de 2016, com as atividades do “bondinho” totalmente paralisadas, houve uma queda brusca na visitação do parque além deste apresentar sinais de desgaste nos equipamentos e estruturas da área de recepção dos visitantes, principalmente pela falta de manutenção e de recursos para investimentos, também pela pouca visitação nos espaços de lazer e demais atrativos. Esse cenário causava reclamações constantes dos visitantes e tornava praticamente inviável o trabalho dos condutores da COOPTUR, levando-os a desmotivação e a procura por outros trabalhos fora da Unidade.
De acordo com Gilson Luis Souto, chefe do Parque Nacional de Ubajara, estimular a vinda de visitantes ao parque, mesmo sem o bondinho, era um desafio que precisava ser discutido: “A primeira etapa do processo foi sensibilizar os membros ainda presentes na COOPTUR a acreditarem que poderiam continuar trabalhando, que o nome parque era forte e conhecido no mundo inteiro, que haviam muitos outros atrativos na unidade e esta continuaria recebendo visitantes, mesmo sem o teleférico. Na segunda etapa foi desenvolvido um cronograma de ações tendo como base o Plano de Manejo, para que o foco do visitante não mais fosse apenas o teleférico, mas o Parque Nacional de Ubajara e os novos atrativos que seriam propostos junto com a revitalização dos já existentes. E a terceira etapa da prática proposta é a regulamentação dos condutores, considerando os instrumentos legais disponíveis e a elaboração do manual de procedimentos que irá proporcionar um incremento educativo, interpretativo e recreativo aos visitantes, a partir da atuação dos condutores utilizando como base o que determina o SNUC no documento intitulado: Diretrizes para Visitação em Unidades de Conservação”, explica.
Resultados da boa prática
– A primeira e a segunda etapa da prática já estão em andamento com a concretização de praticamente todas as ações.
– O Parque Nacional de Ubajara recebeu, no período de janeiro a setembro de 2016, um total de 56.658 visitantes e, no mesmo período de 2017, totalizou 58.660 visitantes (um aumento de 3,5% em relação ao ano anterior), demonstrando uma recuperação nas taxas de visitação da UC, fruto das melhorias e mudanças efetivadas.
– Houve uma ampliação gradativa no número de condutores, e hoje a COOPTUR já conta com 20 cooperados.
– O visitante que antes visitava o parque apenas para andar de bondinho, hoje visita a unidade com a intenção de fazer as trilhas, de interagir com a natureza, de conhecer a região, de entender o processo de preservação e a importância deste para o bem-estar de toda a sociedade.
– A população da cidade de Ubajara e das cidades vizinhas na Serra da Ibiapaba, que antes conheciam o parque apenas como “Bondinho”, descobriram a existência efetiva do Parque Nacional de Ubajara, que o mesmo é administrado pelo ICMBio, e as suas ações e os benefícios que ele representa, inclusive para o incremento da atividade turística de toda a região.
– A marca ICMBio passou a ter reconhecimento tanto para a população do entorno quanto para a região, fruto das atividades desenvolvidas e a ampla divulgação da UC nos meios de comunicação, além de estar participando junto com o Sebrae da implantação da Rota Turística da Ibiapaba.
Sobre o Seminário e Fórum
O III Seminário de Boas Práticas na Gestão de Unidades de Conservação e I Fórum Internacional de Parcerias na Gestão de Unidades de Conservação ocorreu em Brasília de 27 a 29 de novembro de 2017. Ao todo 46 boas práticas realizadas em UCs federais e estaduais foram apresentadas, com objetivo de difundir experiências bem sucedidas na gestão de unidades de conservação com potencial de replicação.
O evento foi realizado pelo ICMBio em parceria com o IPÊ - Instituto de Pesquisas Ecológicas, Gordon and Betty Moore Foundation, Projeto Desenvolvimento de Parcerias Ambientais Público-Privadas apoiado pelo Banco Interamericano para o Desenvolvimento (BID), Caixa e Instituto Brasileiro de Administração Municipal (Ibam), Agência de Cooperação Técnica Alemã (GIZ) e outros parceiros.
Comunicação ICMBio
(61) 2028-9280