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Tijuca restaura lagos e jardins projetados por Burle Marx
Para ser fiel à paisagem original, gestores pesquisam fotos da época
Lusier Rodrigues
lusier.rodrigues@icmbio.gov.br
Brasília (10/10/2012) – O Parque Nacional da Tijuca, unidade de conservação gerida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), no Rio de Janeiro, está recuperando os lagos e jardins do Meu Recanto e do Açude da Solidão, em parceria com a Geo Rio e financiamento do Governo Federal.
Para orientar a recuperação do paisagismo projetado em 1940 pelo famoso artista plástico, arquiteto e paisagista Burle Marx, durante a administração Castro Maya, a chefia do parque busca fotos que registrem o aspecto original concebido pelo seu autor. A ideia é refazer a paisagem o mais próximo possível do que foi idealizado na época.
Para isso, além de fazerem pesquisas em bibliotecas e museus, os gestores contam com o apoio e a boa vontade de pessoas que possuem fotografias desses locais, principalmene do período em que eles foram projetados, e tiverem interesse em contribuir, por meio de suas imagens e registros pessoais ou familiares, para a recuperação dos recantos da Floresta da Tijuca. As fotos podem ser enviadas para o e-mail
parnatijuca@icmbio.gov.br
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Quem foi
Roberto Burle Marx é considerado o mais importante arquiteto-paisagista brasileiro de todos os tempos e um dos maiores do mundo. Em 1935, ao projetar a Praça Euclides da Cunha (a Praça do Internacional, no Recife, capital de Pernambuco, conhecida também como Cactário Madalena), ornamentou-a com com plantas da caatinga e do sertão nordestino. Com isso, buscou livrar os jardins do "cunho europeu", semeando a alma brasileira e divulgando o "senso de brasilidade". Em 1937 criou o primeiro Parque Ecológico de Recife.
Sua participação na definição da Arquitetura Moderna Brasileira foi fundamental, tendo atuado nas equipes responsáveis por diversos projetos célebres, como o terraço-jardim do Edifício Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro, considerado um marco de ruptura no paisagismo brasileiro. Definido por vegetação nativa e formas sinuosas, o jardim, com espaços contemplativos e de estar, possuía uma configuração inédita no país e no mundo.
Burle Marx é autor ainda de projetos de paisagismo no Aterro do Flamengo, no Rio, e de vários prédios públicos em Brasília. As plantas baixas de seus jardins lembram em muito telas abstratas, nas quais os espaços criados privilegiam a formação de recantos e caminhos através dos elementos de vegetação nativa.
Ele nasceu em São Paulo, em 4 de agosto de 1909, e morreu no Rio de Janeiro, em 4 de junho de 1994, exatos dois meses antes de completar 85 anos. Era o quarto filho de Cecília Burle, pernambucana descendente de franceses, e de Wilhelm Marx, judeu alemão, nascido em Stuttgart e criado em Trier, cidade natal de Karl Marx, primo de seu avô.
Comunicação ICMBio
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