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Parna de Jericoacoara autoriza pesquisa e promove curso sobre cavalos-marinhos
Pesquisa tem como objetivo produzir informações confiáveis sobre esses animais no parque
Lúcio Santos
lucio.santos@icmbio.gov.br
Brasília (28/04/2011) – O Parque Nacional de Jericoacoara, Unidade de Conservação federal gerida pelo Instituto Chico Mendes no Ceará, autorizou recentemente o Labaquac/Projeto Hippocampus - laboratório proponente da pesquisa – para estudar a população de cavalos-marinhos existente dentro da Unidade. Aproveitando a ocasião a administração do Parque promoveu um curso com os guias que levam os turistas para avistamento dos cavalos-marinho dentro da UC.
O curso envolveu dois grupos autorizados pela administração para realização da atividade de avistamento de fauna, com canoas partindo do manguezal entre o Mangue Seco e a Barra do Guriú. O conteúdo focou na biologia do animal, identificado a espécie Hippocampus reidi, suas curiosidades, a importância da preservação do habitat para a conservação da espécie, alimentação, reprodução e cuidados essenciais no manejo, além do estado de conservação da espécie no Brasil e no mundo e as ameaças à conservação (principalmente tráfico para aquarismo).
Depois de uma vistoria técnica na área de ocorrência do Parque, a pesquisadora do Labaquac/Projeto Hippocampus Rosana Silveira, uma das maiores autoridades brasileiras em cavalo-marinho, afirmou que a população de cavalos-marinhos do Parna de Jericoacoara encontra-se em ótimo estado de conservação, após cinco anos de sua primeira visita e da capacitação dos guias. “Isso é um resultado positivo da gestão e garante que a atividade está sendo sustentável”, frisa Silveira.
O curso vem ao encontro dos principais objetivos pelos quais o Parque foi criado, que são promover o turismo ecológico, a educação ambiental e a proteção/monitoramento/fiscalização. “Os guias estão presentes em tempo integral em um local de difícil acesso - até mesmo para a equipe do ICMBio - e estão conscientes e interessados na conservação do animal”, destaca o chefe do parque, Wagner Elias Cardoso.
O declínio na população ou danos à sua saúde certamente afetariam a economia dos guias. Em diversas ocasiões os guias chamaram a administração do Parque por ocorrências como tentativas de caça, tráfico de animais silvestres, desmatamento e suspeita de poluição, revelando-se como aliados do Instituto no combate a ilícitos no parque.
Já o projeto de pesquisa, devidamente autorizado pelo SISBIO e de interesse para a administração do Parque, tem por objetivo produzir informações confiáveis sobre a população desses animais na Unidade de Conservação. Terá duração de dois anos, e usará técnica de marcação não invasiva, para acompanhamento periódico dos indivíduos.
Será possível obter dados precisos sobre a densidade populacional, deslocamento, crescimento, reprodução e maturidade sexual, entre outros. Até o momento, já foram marcados 20 animais e a pesquisa está sob a responsabilidade local da bióloga Sabrina Fortes, pelo Labaquac/Projeto Hippocampus, sob a coordenação da Dra. Rosana Silveira e que desde 2008 tem
suas atividades financiadas pela Refinaria Abreu e Lima da Petrobras.
Ascom/ICMBio
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