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Paraíba ganha programa de conservação marinha
Liderados pelo ICMBio e UFPB, projetos buscam proteger espécies ameaçadas, como o tubarão-lixa, e mapear os ecossistemas recifais de até 90 metros de profundidade
Brasília (21/11/2016) – A Paraíba ganhou dois novos projetos de conservação de espécies marinhas ameaçadas de extinção e de mapeamento de 100 mil hectares do fundo oceânico, que ajudarão também no monitoramento das áreas protegidas no litoral do estado. Os projetos, que fazem parte do Programa Extremo Oriental das Américas (Peoa), têm como objetivo ampliar o alcance do conhecimento científico e estimular a formulação de políticas públicas conservacionistas em escala regional.
Liderados por pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), os projetos são apoiados financeiramente pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e contam com o apoio administrativo do Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste (Cepan).
Segundo Orione Álvares da Silva, analista ambiental do ICMBio e um dos coordenadores do programa, “o PEOA está orientado para a geração de conhecimento científico diretamente aplicado à conservação da natureza, em que são observados os marcos legais já existentes, como as Metas de Aichi e o decreto do governo da Paraíba que prevê a ampliação de áreas marinhas protegidas (nº 35.750/2015)”.
Já o professor Bráulio Santos, do departamento de Sistemática e Ecologia da UFPB, também coordenador do Peoa, acredita que “sem conhecimento técnico-científico sólido e atualizado, é pouco provável que nossas ações de conservação da natureza sejam efetivas e cumpram sua função socioeconômica”.
Tubarão-lixa
O projeto de Conservação do Tubarão-lixa (
Ginglymostoma cirratum
), na costa da Paraíba, que tem como responsável técnico o professor da UFPB Ricardo Rosa, está realizando o monitoramento da espécie ameaçada de extinção em três naufrágios e três recifes naturais. Todos os tubarões-lixa encontrados são identificados individualmente através de suas marcas naturais, por meio de fotografias subaquáticas, o que permitirá saber por onde eles se deslocam, seus locais de descanso e alimentação, sexo e número de indivíduos da espécie.
Com base nos resultados, serão elaboradas recomendações de conservação do tubarão-lixa, com base nas diretrizes do
Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Elasmobrânquios Marinhos (PAN Tubarões)
, coordenado pelo ICMBio.
Outro aspecto importante do projeto é a participação de pescadores artesanais e praticantes do mergulho recreativo no processo de construção do conhecimento, incluindo-os em um programa de “cidadão cientista”, que objetiva a popularização da ciência.
Fundo oceânico
O Projeto Caracterização de Ecossistemas Recifais Mesofóticos está mapeando os ecossistemas recifais de até 90 metros de profundidade, pouco conhecidos pela ciência, utilizando, para isso, equipamentos (sonares) de última geração, capazes de gerar imagens 3D com qualidade e realismo.
A área mapeada pelo projeto poderá superar 100 mil hectares e será útil para subsidiar a criação de unidades de conservação (UC) na costa da Paraíba. O trabalho conta com a colaboração do Programa de Pós-Graduação em Geodinâmica e Geofísica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e do Programa de Pós-Graduação em Oceanografia da Universidade Ferderal de Pernambuco (UFPE).
Além disso, a fauna marinha está sendo registrada por um veículo operado remotamente (ROV), capaz de gerar imagens ao vivo e em alta resolução dos seres vivos e do fundo do mar em profundidades de até 100 metros. Com isso, os pesquisadores esperam mapear em dois anos todas as formações recifais que estão na faixa litorânea entre Cabedelo e João Pessoa, na Paraíba.
Comunicação ICMBio – (61) 2028-9280 – com informações do site Paraíba Total