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Papagaios-de-peito-roxo são soltos no Parna das Araucárias
Publicado em
02/04/2019 19h58
Atualizado em
05/04/2019 19h58
Soltura é fruto de projeto realizado em parceria, que já devolveu à natureza 153 indivíduos.
O Parque Nacional das Araucárias (SC) e o Instituto Espaço Silvestre abriram o viveiro onde estavam 33 papagaios-de-peito-roxo (Amazona vinacea). Mesmo abrindo as portas do viveiro, alguns indivíduos demoram dias até sentirem-se seguros para decolar em voo de volta para natureza. A espécie, vítima do tráfico ilegal de animais silvestres, já foi considerada extinta na região, e, desde o ano passado, já foram reintroduzidos à natureza 153 papagaios.
No dia 17 de março, a equipe de biólogos e voluntários do Instituto abre a porta do viveiro todos os dias pela manhã e só a fecha no final da tarde dentro do Parque Nacional das Araucárias, local de soltura da espécie. Enquanto os papagaios ensaiam o voo para sair do cativeiro, os pesquisadores observam cada movimento da espécie, que aos poucos saem e exploram o ambiente ao redor do viveiro. Alguns saem e voltam inúmeras vezes até se sentirem seguros para não voltar mais, diz a diretora técnica do instituto, Vanessa Kaanan, que é também membro da Comissão de Especialistas em Conservação de Translocação da IUCN.
Segundo ela, o que faz o papagaio sair é a vontade de explorar. Os pesquisadores também fizem o manejo ao redor do viveiro, colocando poleiros um pouco mais baixos e próximos para que eles tenham segurança. Pois, dificilmente eles sairão voando sem saber para onde ir. São colocados plataformas de alimentação na região para que os que decidam sair tenham suporte alimentar enquanto aprendem a se virar sozinhos.
O viveiro é equipado com folhas, frutas espetadas, galhos de todos os tipos, que se assemelham aos poleiros naturais que encontrarão na floresta: duros, espinhosos como os das Araucárias, que balançam ou muito flexíveis como o bambu. Também são colocadas plataformas com alimentos. Ou seja, o ambiente é preparado minuciosamente para que eles se sintam bem no novo espaço e se acostumem com os sons, a presença de outros animais, o clima, as intempéries, o dia e a noite, e se sintam tranquilos para voar para fora do viveiro.
Outra estratégia para facilitar a reintegração dos animais à mata é a presença de papagaios de solturas anteriores, que já estão absolutamente integrados e podem ajudar os novatos. Quando os novos papagaios chegaram, os das outras solturas estavam lá. Estes observaram, emitiram sons para se comunicar, subiram na tela para chegar mais perto e interagir. Esse encontro é muito importante no processo de ambientação também.
A parceria do ICMBio com instituto Espaço Silvestre proporciona o reconhecimento do Parna para a conservação dos papagaios que já tinham sido extintos na região, e também para sua valorização pelas comunidades do seu entorno, envolvidas nos processos de conscientização na proteção da espécie e pelo seu importante papel para o turismo local e regional.
Conheça mais sobre o Parque
O Parna das Araucárias possui uma área de 12.800 hectares, abrangendo os municípios de Ponte Serrada e Passos Maia, em Santa Catarina. A Unidade contempla um dos últimos remanescentes da Floresta Ombrófila Mista, fitofisionomia típica da Mata Atlântica da região. A UC foi criada em 2005. O projeto de reintrodução da espécie foi implementado conforme previsto no Plano de Manejo da Unidade.
Comunicação ICMBio
(61) 2028-9280