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Órgãos se reúnem para alinhar controle da biodiversidade
Publicado em
31/08/2018 18h49
Atualizado em
04/09/2018 17h31
Workshop ocorreu como reunião extraordinária da Câmara Técnica da Biodiversidade-CTBio, coordenada pelo ICMBio.
Sandra Tavares
sandra.tavares@icmbio.gov.br
Representantes da Fundação Espírito-santense de Tecnologia (FEST-UFES), juntamente com pesquisadores que integram a Rede Rio Doce Mar (RRDM), reuniram-se com representantes da Fundação Renova e Câmara Técnica de Biodiversidade-CTBio/CIF para alinhamento metodológico da execução do Plano de Trabalho pactuado entre as partes para dar continuidade ao monitoramento da biodiversidade, agora no âmbito do TTAC-Termo de Transação e Ajustamento de Conduta (Acordo) assinado entre Governos Federal, de Minas Gerais e Espiríto Santo com as empresas Samarco e BHP/Vale e recursos da Fundação Renova. O evento aconteceu durante todo o dia 28, no Lab-Petro, na Universidade Federal do Espírito Santo.
sandra.tavares@icmbio.gov.br
Representantes da Fundação Espírito-santense de Tecnologia (FEST-UFES), juntamente com pesquisadores que integram a Rede Rio Doce Mar (RRDM), reuniram-se com representantes da Fundação Renova e Câmara Técnica de Biodiversidade-CTBio/CIF para alinhamento metodológico da execução do Plano de Trabalho pactuado entre as partes para dar continuidade ao monitoramento da biodiversidade, agora no âmbito do TTAC-Termo de Transação e Ajustamento de Conduta (Acordo) assinado entre Governos Federal, de Minas Gerais e Espiríto Santo com as empresas Samarco e BHP/Vale e recursos da Fundação Renova. O evento aconteceu durante todo o dia 28, no Lab-Petro, na Universidade Federal do Espírito Santo.
Passados dois anos e oito meses do maior rompimento de barragem de mineração no mundo, mais de 500 profissionais, entre coordenadores de projetos e suas equipes de pesquisadores irão a campo para executar projetos de pesquisa que visam responder questões relacionadas ao impacto da lama da Samarco à biodiversidade marinha e estuarina, dando continuidade e com maior abrangência dos monitoramentos realizados até então pelos órgãos ambientais e universidades, coordenados pelo ICMBio por meio do Centro Tamar.
Na abertura do evento, o pró-reitor de pesquisa e pós-graduação da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), o professor e doutor Neyval Costa Reis Junior, frisou que esta é uma oportunidade única de colaboração das universidades envolvidas com a sociedade e os órgãos ambientais. “O que estamos buscando aqui, é de fato uma mudança de paradigma. Muito trabalho foi feito e a solução não é trivial. Estamos propondo algo diferente. Não é pesquisa pura e sim respostas à sociedade”, destacou Neyval.
O coordenador do CTBio-Câmara Técnica de Biodiversidade, João Carlos Thomé (Joca), contextualizou o trabalho que foi feito ao longo desse período entre instituições governamentais como ICMBio, Ibama, IEMA-ES, juntamente com o aporte das universidades de forma voluntária e engajada, no monitoramento durante e após o desastre ambiental, ocorrido dia 05/11/2015, além dos monitoramentos feitos por meio de sobrevôos, diários, inicialmente, e mensalmente agora, com os técnicos destes órgãos, e por satélites feito pelo IBAMA.
"A metodologia adotada pelos órgãos ambientais no monitoramento e seus resultados foram questionados, mas estudo do Inpe recente corroborou o que estávamos vendo por meio de sobrevoos de helicóptero e imagens de satélite, que era a extensão da pluma de sedimentos ao longo da costa, desde o norte do RJ até o sul da Bahia”, frisou Joca.
Para o responsável pelas ações de Biodiversidade da Fundação Renova, Bruno Pimenta, reunir mais de 30 coordenadores de projetos, com carreiras de excelência, juntamente com suas equipes para responder um problema desta dimensão é algo inédito, assim como foi inédito tudo o que aconteceu desde que o desastre ocorreu.
O secretário de Meio Ambiente do ES, Aladim Cerqueira, convidou os especialistas a buscarem foco nas respostas às suas perguntas. “A população precisa saber se pode comer o peixe, ou tomar banho no rio e no mar’, frisou ele. Mas para o pesquisador da Ufes, Alex Bastos, e integrante da Rede Rio Doce Mar-RRDM, “não tem como todas as perguntas serem respondidas pela Câmara Técnica de Biodiversidade-CTBio, como aquelas relacionadas à saúde humana”, explicou Alex. O superintendente do IBAMA/ES, Tarcísio José Föeger, ressaltou o caráter multiinstitucional do trabalho e o ineditismo do mesmo, colocando-se à disposição tecnicamente.
O professor da FURG, Adalto Bianchini, contextualizou o trabalho realizado até o momento, das análises de contaminantes na água, zooplâncton (corais e hidrocorais) e no pescado. “Mercúrio, em todas as amostras de água, estava acima da legislação, assim como os dados mostraram acúmulo de metais no pescado, colocando em risco esse recurso. “Houve stress nos organismos até 5 vezes mais, ou seja, eles envelheceram até 5 vezes mais rápido”, frisou Adalto.
O professor da UERJ, Heitor Evangelista, apresentou rápido histórico da busca por responder, nesses quase 3 anos, se a “lama” chegou ou não a Abrolhos, seja por imagens aéreas ou por meio do uso de isótopos radiogênicos, ou seja “o DNA dos sedimentos”.
“Instalamos as armadilhas para monitorar o comportamento da pluma de sedimentos durante o inverno em Abrolhos, quando as correntes marítimas e ventos levaram o sedimento para a área estudada. Nosso testemunho data de 4/5 mil anos atrás, e o coral é muito preciso, em relação às mudanças em suas estruturas. Na análise antes e depois, pudemos verificar nódulos de calcificação no coral. E iniciamos a construção de uma base de dados, visando definir a assinatura da pluma de sedimentos nos corais de Abrolhos”, explicou Heitor, concluindo que os sedimentos de Mariana/MG chegaram até o Parque Nacional Marinho dos Abrolhos.
Unidades de Conservação e Centros de Pesquisa
O monitoramento abrangerá também as unidades de conservação federais alcançadas pela pluma de rejeitos da Samarco, administradas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade: RVS de Santa Cruz, APA Costa das Algas, Parna de Abrolhos, Resex Cassurubá e área de entorno da Rebio de Comboios e Flona de Goytacazes.
O monitoramento abrangerá também as unidades de conservação federais alcançadas pela pluma de rejeitos da Samarco, administradas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade: RVS de Santa Cruz, APA Costa das Algas, Parna de Abrolhos, Resex Cassurubá e área de entorno da Rebio de Comboios e Flona de Goytacazes.
Estes estudos ajudarão a avaliar os possíveis impactos dos rejeitos sobre os alvos de conservação dessas UCs e os centros de pesquisa do ICMBio como Tamar, Cemave, CMA, Cepsul, Cepta e RAN farão análise dos relatórios gerados pelas pesquisas contratadas.
Ao final dos trabalhos todos os Termos de Referência das pesquisas a serem realizadas, construídos pelos órgãos citados, e incluídos os centros de pesquisa do ICMBio (Tamar,Cepta, CMA, Cemave e Cepsul) foram repassados e alinhados, permitindo que os trabalhos iniciem agora em setembro. Todos esses estudos vão trazer uma compreensão muito mais detalhada do impacto à biodiversidade pós-desastre.
Comunicação ICMBio
(61) 2028-9280
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