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Armas e apetrechos de caça são apreendidos na APA Petrópolis
Operação durou 24 dias e, além do ICMBio, contou com a PF e a PM do Rio
Brasília (11/05/2011) – Durante 24 dias de operações realizadas em março e abril, fiscais da Área de Proteção Ambiental Petrópolis, Unidade de Conservação gerida pelo Instituto Chico Mendes no Rio de Janeiro, apreenderam armas de fogo e materiais de caça ilegais.
Os infratores forma pegos em Alto da Serra, Serra Velha da Estrela, Estrada do Facão, Mosela, Quitandinha, Araras, Manga Larga, Rocio, Duarte da Silveira, Duques, Nogueira e Alto Independência.
As operações foram realizadas em conjunto com a Polícia Federal e o Batalhão Florestal da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. Outras equipes pertencentes às Unidades de Conservação do Mosaico de Unidades de Conservação da Mata Atlântica Central Fluminense também participaram.
Entre as armas apreendidas estavam espingardas, além de ferramentas utilizadas para a caça de animais silvestres como trabucos (arma de fabricação caseira muito perigosa), além de armadilhas, alçapões e redes. Os fiscais apreenderam também grande quantidade de munições e material para recarga.
Entre as espécies da fauna mais visadas estão os pássaros, muitos deles ameaçados de extinção, a exemplo dos pichochós, trinca-ferros, tiê-sangue, papagaios, maritacas. Mamíferos como tatus, pacas, quatis e porcos do mato são alvo de caça também. A multa para quem é surpreendido em posse de animais ameaçados de extinção é de R$ 5 mil por exemplar.
Corredor foi foco da operação - O Corredor da Mata Atlântica, localizado no Rio, permite a migração livre da fauna e a troca genética da flora, essenciais para a sobrevivência das espécies. Um dos corredores mais importantes na região é o fragmento de floresta que une o Parque Nacional da Serra dos Órgãos com as Reservas Biológicas de Tinguá e Araras, todas Unidades de Conservação federias geridas pelo Instituto Chico Mendes.
Segundo o chefe de fiscalização da APA Petrópolis, Josimarcio Campos de Azevedo, a missão das ações de fiscalização do ICMBio é preservar e conservar a flora e a fauna para as presentes e futuras gerações. “As pessoas ainda negociam e colecionam animais silvestres de origem ilegal sem pensar nos danos severos que causam ao equilíbrio do ecossistema", frisa Azevedo.
Cerca de 70% das denúncias feitas por anônimos são referentes a crimes cometidos contra a fauna como captura, abate e venda de animais silvestres típicos da Mata Atlântica. "Estamos dando prioridade para eliminar este número alto de crimes com prisões e apreensões focadas no Corredor da Mata Atlântica, local de maior incidência. O tráfico de animais é a terceira maior fonte de renda criminosa do país. Os animais capturados na área da APA, de acordo com investigações, são negociados na feira de Duque de Caxias e muitas vezes exportados", ressaltou o chefe da fiscalização.
Segundo Josimarcio, os outros cerca de 30% de crimes estão relacionados com desmatamento e construções irregulares. Os trabalhos de fiscalização contam com o apoio do Ministério Público Federal e a equipe da APA está procurando aproximação e parceria com a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do município de Petrópolis e com o Instituto Estadual do Ambiente (INEA) para aumentar a repressão, principalmente às ocupações irregulares em Áreas de Preservação Permanente (APP) - que são principalmente as margens dos canais fluviais, topos de morro e áreas com declividade alta.
A equipe da APA está realizando um mapeamento e um plano de ação para aperfeiçoar seu trabalho contra os crimes ambientais. A intenção é atender todas as demandas e aumentar a eficiência do controle ambiental.
As operações geralmente atendem às denúncias que chegam ao escritório da APA pelo telefone (24) 2222-1651. As denúncias por telefone podem ser anônimas ou quem quiser pode fazê-la também por e-mail (apa.petropolis@gmail.com).
Em breve a APA contará com uma central única de denúncias, articulada entre os órgãos ambientais que atuam na região. Fotos e notícias sobre os trabalhos de fiscalização podem ser acompanhadas no Facebook e no Twitter da APA Petrópolis.
Francisco Pontes de Miranda Ferreira
ASCOM /APA Petrópolis