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Operação Eclipse remove 325 quilos de coral invasor
Mais de dez mil colônias foram retiradas do costão de ilha na Estação Ecológica Tamoios (RJ)
Mais de dez mil colônias foram retiradas do costão de ilha na Estação Ecológica Tamoios (RJ)
Brasília (18/11/2015) – Mais de dez mil colônias, totalizando aproximadamente 325 quilos de coral-sol, foram retiradas de uma ilha em Paraty, localizada no interior da
Estação Ecológica (Esec) de Tamoios
, no litoral sul do estado do Rio de Janeiro. As colônias de T. tagusensis representam 96% do material removido.
A Operação Eclipse II foi realizada na quinta-feira (12) e contou com várias embarcações e mais de 80 voluntários de órgãos públicos, ONGs, universidades e operadoras de mergulho, além do apoio do Ministério Público. O trabalho, que exige a intervenção de mergulhadores, para extrair os corais incrustados no costão da ilha, durou seis horas.
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e
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O objetivo da operação,
cuja primeira etapa ocorreu em 2013
, é controlar a infestação do bioinvasor, conhecido popularmente como coral-sol (
Tubastraea spp.
), no interior e entorno da Esec Tamoios, unidade de conservação gerida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Introdução ocorreu nos anos 80
O coral foi introduzido no Brasil no final da década de 80, através de navios que operam nas plataformas de petróleo e gás na Bacia de Campos (RJ), e espalhou-se rapidamente pela costa. Atualmente, há registros de populações em áreas do litoral da Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina.
"A Baía da Ilha Grande, no sul do Rio de Janeiro, foi invadida em escala geográfica ampla por duas espécies de coral-sol (
Tubastraea tagusensis
e
Tubastraea coccinea
) e apresenta o quadro mais crítico dentre todas as localidades atingidas", afirmou o chefe da Esec, Régis Pinto de Lima.
A Operação Eclipse concentrou seus esforços na ilha do Catimbau, que teve aumento da presença do bioinvasor, conforme registros de monitoramentos realizados em 2010 e 2015. No primeiro, os corais apresentavam uma distribuição rara; e, no segundo, sua distribuição passou a ser ocasional, com focos em alguns costões da ilha.
Navio do Cepsul
No início das atividades, todos os participantes foram reunidos no navio de pesquisa Soloncy Moura, do
Centro de Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Litoral Sudeste e Sul (Cepsul)
, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que também administra a Esec.
Eles receberam orientações quanto aos objetivos do trabalho, metodologia de retirada dos corais e divisão de equipes. Em duplas, os mergulhadores iniciaram a remoção das colônias incrustadas nos costões da ilha. Foram realizados dois mergulhos autônomos por equipe. Instrutores supervisionaram as atividades para garantir a segurança de todos.
Depois da remoção, os corais invasores foram levados para o navio Soloncy Moura, onde uma equipe aguardava para fazer a triagem, contagem e pesagem do material. Todos os corais foram depositados em recipientes com água doce, onde permaneceram por 24 horas. Após o óbito, seus esqueletos calcários foram devolvidos ao mar.
Comunicação ICMBio – (61) 2028-9280 – com informações da Esec Tamoios (Graziela Moraes Barros e Adriana Nascimento Gomes)