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Onças-pretas são reunidas para promover conservação da espécie
- Foto: Acervo/Instituto NEX
A onça-preta Cacau, nascida no Zoológico de Itaipu Binacional, em Foz do Iguaçu (PR), agora está com seis anos e será pareada com outra onça-preta para reprodução. A recomendação é do Programa de Conservação em Cativeiro da Onça-Pintada, coordenado pelo ICMBio e pela Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil (AZAB). Por meio desse programa, é possível manejar a população em cativeiro de maneira organizada e contribuir para a conservação da espécie e geração de conhecimento.
De acordo com a analista ambiental Rose Gasparini-Morato, a união dos animais foi realizada de acordo com a origem geográfica e bioma deles. Cacau, que é descendente de onças da Mata Atlântica e do Cerrado, será pareada com Oxossi, um macho que vem do Cerrado. Dessa forma, a união estará de acordo com os cruzamentos que aconteceriam na natureza.
As onças-pretas são da mesma espécie da onça-pintada, só possuem uma característica genética que as diferencia fisicamente – chamado melanismo, que é uma maior deposição de melanina que torna os pelos pretos. “Inclusive, se olharmos uma onça-preta contra a luz, é possível ver que ela tem as manchas por baixo e também pode acontecer de na mesma ninhada nascerem filhotes pintados e pretos”, explica Rose.
Embora aconteça em outros felinos silvestres, como o gato-do-mato-pequeno, os animais melânicos existem em menor número na natureza. Em alguns biomas, como o Pantanal, não há registros de onças-pretas, somente de onças-pintadas. A recomendação do pareamento das duas onças-pretas foi feita pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (CENAP/ICMBio).
Cacau chegou no Instituto Nex no Extinction, em Goiás, na metade de julho, onde Oxossi já vive. Agora, os felinos ficarão em recintos vizinhos para se habituarem com a presença um do outro. Com o passar do tempo e a partir de avaliações dos cuidadores responsáveis, serão colocados juntos. Na natureza, as onças só costumam se encontrar durante a fase de acasalamento.
Caso ocorra o sucesso na reprodução, os filhotes passam a somar esforços para a conservação da espécie. O programa de cativeiro é originado a partir de ações do Plano de Ação Nacional (PAN) para Conservação de Grandes Felinos, realizado pelo ICMBio. A ação reforça a missão institucional de proteger a biodiversidade e de promover o desenvolvimento socioambiental.
Comunicação ICMBio
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