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Onça-pintada é capturada em Juiz de Fora
Animal é um jovem macho e será levado para uma área protegida
A onça-pintada avistada nos arredores da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) foi capturada no último domingo (12), à noite. O animal é um jovem macho e será removido para uma área protegida que já possui outras onças.
A decisão pela retirada do animal da área veio, principalmente em nome da segurança da população e da própria onça. A captura foi necessária para que o felino não se acostumasse a permanecer na localidade, o que poderia gerar acidentes tanto para os seres humanos, quanto para o animal. De acordo com informações do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (CENAP), o principal empecilho foi manejar o animal de forma segura, do contrário, as reações à tentativa de anestesiar poderiam colocar a onça em risco.
O felino foi capturado numa armadilha de caixa e anestesiado posteriormente para avaliação de seu estado de saúde, que constatou perfeitas condições de saúde. A onça agora será monitorada por telemetria via satélite para verificar sua adaptação ao novo ambiente. Segundo informações do CENAP, a onça é um animal que possui fidelidade de sítio, ou seja, pode insistir em permanecer em um determinado ambiente, sendo assim, pode retornar ao território anterior.
Ainda de acordo com o CENAP, uma das razões para esta onça estar nessa localidade é a tentativa de estabelecimento de territórios. Ao contrário das fêmeas, que costumam se ancorar em territórios circunvizinhos às das mães, machos jovens necessitam buscar um território novo. No caso dos arredores do Jardim Botânico de Juiz de Fora, há fragmentos florestais com boa abundância de presas naturais deste animal, como a capivara.
Além do ICMBio, a captura envolveu outras instituições como a Universidade Federal de Juiz de Fora, a Universidade Federal de São João del Rey, a Polícia Ambiental e as Forças Armadas.
Sobre a onça-pintada
A onça-pintada (Panthera onca) é o maior felino das Américas e o terceiro maior do mundo, integrando o seleto grupo dos grandes felinos rugidores, que ainda possui o tigre (Panthera tigris), leão (Panthera leo) e o leopardo (Panthera pardus).
A espécie se encontra ameaçada de extinção. No bioma Mata Atlântica, as onças estão criticamente ameaçadas de extinção, com estimativa de população girando em torno de 300 indivíduos. A principal ameaça à conservação da onça da Mata Atlântica é a fragmentação do território. Apenas 7% restou do que era o bioma original, restringindo ainda mais o habitat deste grande felino que necessita de grandes áreas para sobreviver e dificilmente divide o território com outro de sua espécie.
Como necessitam de mais deslocamento que suas parentes em outros biomas, como o Pantanal e a Amazônia, com frequência as onças dão de cara com humanos, seja em fazendas, seja em cidades. Elas viram alvo de caçadores, são vítimas de atropelamento, retaliação ou perseguidas pelo medo dos seres humanos.
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Comunicação ICMBio
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