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Oficina discute estratégias para controle de espécie de ostra exótica invasora na Resex Mandira/SP
- Foto: Caio Tancredi Zmyslowki/NGI Iguape
No dia 19 de dezembro, o Núcleo de Gestão Integrada do ICMBio em Iguape/SP, com apoio do projeto GEFMAR, promoveu no Centro Comunitário da Reserva Extrativista do Mandira uma oficina que reuniu membros da comunidade, associações e representantes de instituições como o ICMBio, Fundação Florestal, IBAMA e UNESP, no primeiro encontro presencial da recém-formada rede sobre a espécie exótica Saccostrea Cucullata.
A oficina teve como objetivo criar um espaço dedicado ao compartilhamento de conhecimento e informações sobre a invasão da ostra exótica, consolidando uma rede de colaboradores determinados a abordar os desafios impostos por essa espécie exótica no território.
Com uma metodologia dinâmica de troca de experiências e construção coletiva, promovendo discussões sobre os possíveis impactos socioeconômicos e ecológicos, a oficina resultou em propostas de ações de enfrentamento e estratégias de educação e sensibilização sobre a problemática.
O evento fortaleceu os laços da rede e forneceu subsídios para direcionar os trabalhos, tendo como encaminhamentos principais a atualização da rede, com atores indicados a partir da oficina, e a elaboração de um diagnóstico situacional da bioinvasão, com foco principalmente no litoral sul de São Paulo, a princípio.
A partir do diagnóstico, um plano de ação poderá ser construído para a definição de estratégias no lidar com os impactos relacionados à presença da Saccostrea cucullata.
Os primeiros registros da ostra exótica, vinda do Indo-pacífico, incluem os Porto de Santos e Bertioga, em São Paulo, e o Porto de Paranaguá, no Paraná, registrada em Cananéia/SP em 2017. A ostra exótica utiliza os mesmos substratos da ostra nativa, sendo, portanto, uma espécie competidora, que pode causar desequilíbrios ecológicos e redução na população da nativa Crassostrea brasiliana.
Seus principais vetores de introdução no país estão provavelmente relacionados às atividades portuárias, principalmente através da água de lastro de navios e incrustações nos cascos.
Após as primeiras introduções, a propagação pelo Brasil tem ocorrido também por meio da reprodução de larvas, sendo lançadas milhares delas a cada ciclo reprodutivo. Hoje há registros de sua presença em praticamente todo Sudeste e Sul do país.
Criada em 2002, a Reserva Extrativista do Mandira abriga uma população de quilombolas que pratica tradicionalmente a pesca e o extrativismo de ostras nativas da espécie Crassostrea brasiliana. No início da década de 90, foi introduzido o manejo das ostras, resultando em benefícios socioeconômicos e nos estoques de ostras nativas.
Essa comunidade tem sentido o aumento da ostra exótica no território e os impactos socioeconômicos, uma vez que a aceitabilidade no mercado alimentício e o valor de comercialização das ostras exóticas são menores do que os das ostras nativas.
As ações de extrativismo e manejo da ostra nativa pelos quilombolas do Mandira são realizadas de forma sustentável há décadas, amparadas pelos normativos do ICMBio, incluindo o Plano de Manejo da Unidade de Conservação. Assim, é importante envolvê-los na discussão de forma ativa, enfatizando o papel crucial da comunidade na busca por soluções para a manutenção da conservação e uso sustentável de recursos naturais.
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