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Oficina de sinalização de trilhas e atrativos naturais da APA do Planalto Central capacita equipes de unidades de conservação
Equipe do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses participa da oficina - Foto: Acervo ICMBio
Um acordo de conversão de multa ambiental em equipamentos de marcenaria permitiu a montagem, em junho deste ano, da oficina de capacitação em sinalização de trilhas e atrativos da Área de Proteção Ambiental (APA) do Planalto Central, administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em Brasília-DF.
Os instrumentos utilizados para o corte, tratamento e acabamento das peças de madeira, foram adquiridos por um infrator multado pelo Instituto numa operação de fiscalização. Em vez de pagar a multa, o ICMBio fez um acordo com o autor, no qual, coube a ele comprar os equipamentos necessários para a montagem da oficina.
A oficina contendo o conjunto de ferramentas e demais itens de confecção das peças funciona em um container na área externa da sede da APA do Planalto Central. A madeira utilizada na marcenaria é proveniente da coleta de troncos caídos de eucalipto da Floresta Nacional de Brasília. “É madeira perdida de árvores que já estão mortas, e que utilizamos para preparar as tabuletas e os mourões da sinalização”, esclarece o chefe da APA do Planalto Central, Carlos Fischer.
A capacitação envolve uma equipe de quatro servidores da APA. São eles os responsáveis por repassar orientações sobre o uso adequado dos equipamentos e como preparar as chapas e suportes de madeira para receber as informações da sinalização. “Nossa intenção é também capacitar as equipes de outras unidades para que possam montar as suas próprias marcenarias”, destaca Fischer.
Segundo o chefe da APA, com as estruturas prontas e com as informações da sinalização definidas, é possível produzir de 50 a 60 placas por dia. A capacitação mais recente, envolveu a preparação da sinalização de uma trilha inteira do Parque Nacional Grande Sertão Veredas, na divisa dos estados de Minas Gerais e Bahia. Outra ação em curso, é a instalação de placas para evitar atropelamentos de animais na região da Granja do Torto, na Estação Ecológica de Águas Emendadas (Esecae) e em outras áreas da APA do Planalto Central.
Em novembro, um grupo de seis agentes temporários ambientais do ICMBio, coordenados pela chefe do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, Cristiane Figueiredo, participou da oficina. Para a agente ambiental Laisa Mendes, a atividade preparou a equipe para cumprir um dos objetivos prioritários do parque para o próximo ano, que é reforçar a sinalização dos atrativos e trilhas. “Nosso parque é bem grande e, por conta da dificuldade de acesso, a sinalização é algo muito importante. Já estávamos trabalhando com isso e, quando surgiu a oportunidade de irmos a Brasília, a primeira coisa que pensamos foi conhecermos o trabalho da oficina para replicarmos no parque”, conta.
A repercussão do trabalho rendeu o primeiro convite para promover a capacitação em uma unidade de conservação fora de Brasília. Em janeiro, a oficina será oferecida no Sul da Bahia, para atender as necessidades das unidades de conservação da região. “A ideia é capacitar os brigadistas e voluntários das diferentes unidades e produzir o máximo de sinalização possível”, explica Carlos Fischer.
Parcerias
Criada há pouco mais de cinco meses, a marcenaria da APA do Planalto Central também atraiu parcerias com organizações da sociedade civil. Uma delas é a Rede Brasileira de Trilhas, por meio do projeto Caminhos do Planalto Central (CPC). A intenção é concluir a sinalização dos trechos do Caminho dos Goyazes, roteiro de 400 quilômetros que atrai caminhantes, ciclistas e cavaleiros e conecta a Cidade de Goiás à Chapada dos Veadeiros, passando pela Floresta Nacional de Brasília e pela Pedra Fundamental no Morro do Centenário, marco histórico localizado a 10 quilômetros de Planaltina.
De acordo com Carlos Fisher, a prioridade é o atendimento das unidades federais de conservação, mas mantendo espaço para parcerias também com grupos e instituições que atuam nas áreas de meio ambiente e de educação. Exemplo disso é a parceria firmada com o curso de Design da Universidade de Brasília (UnB). A longo do segundo semestre, um total de 26 alunos, divididos em sete grupos, desenvolveu a parte prática de desenho e criação de modelos de placas para a sinalização de trilhas. A atividade integrou o conteúdo de duas disciplinas da graduação: Projeto de Produto 1 e Programação Visual 1.
“Colocamos a sinalização da Trilha Cristal Água como tema de projeto e a partir daí os alunos desenvolveram as propostas. Trabalhando com problemas reais, os alunos puderam vivenciar a prática profissional e conheceram as dinâmicas que envolvem as trilhas, os grupos de voluntariado e um pouco do ICMBio”, explica a professora do curso de Design da UnB, Ana Claudia Maynardes, uma das coordenadoras do projeto.
O resultado satisfatório reforçou a intenção de seguir com a parceria. “Acreditamos que o resultado foi muito positivo e pretendemos continuar com a parceria com o CPC em 2024 e queremos propor também à administração do Parque Nacional de Brasília a implantação de alguns resultados”, antecipa.
Agendamento
O aumento da procura pela oficina fez com que a equipe da APA do Planalto Central criasse uma escala de atendimento para garantir a eficácia da oficina. “O que temos feito é uma agenda para que tenha um grupo por vez para evitar que tenha gente demais para equipamentos de menos”, explica Carlos Fischer.
Os interessados em obter mais informações para participar da oficina de sinalização da APA do Planalto Central devem enviar uma mensagem para o endereço eletrônico apa.planaltocentral@icmbio.gov.br, contendo um resumo da necessidade e a indicação de um responsável pela demanda.
Comunicação ICMBio
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