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Observatório de Áreas Protegidas é lançado na COP 13
Plataforma colaborativa incentiva a cooperação de países amazônicos e reúne dados espaciais sobre unidades de conservação da região
Brasília (06/12/2016) – Promover uma gestão mais qualificada e integrada de áreas protegidas da região amazônica e obter um melhor entendimento sobre sua relação com as mudanças climáticas. Esses são os principais objetivos do Observatório de Áreas Protegidas e Clima da Amazônia, lançado na noite de ontem (segunda, 5), na Conferência das Partes (COP) 13, que ocorre em Cancun, no México.
O anúncio foi feito durante o evento paralelo Áreas Protegidas da Amazônia – Soluções naturais para as mudanças climáticas, organizado pela Rede Latino-Americana de Parques Naturais e Áreas Protegidas (Redparques), Comissão Mundial de Áreas Protegidas e WWF.
O diretor de Ações Socioambientais e Consolidação Territorial do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, Claudio Maretti, que também integra grupo de discussão da Redparques, participou do evento.
Para Maretti, atualmente as áreas protegidas têm enfretado inúmeros desafios. “Sabemos que essas áreas são uma das mais importantes estratégias de conservação para alcançar as metas de Aichi. Ainda há muito o que fazer e precisamos continuar trabalhando nesta perspectiva regional se quisermos avançar”, avalia
. Clique aqui para acessar o site do Observatório
Desenvolvido pelo WWF-Brasil, no âmbito de uma parceria regional com a Redparques, o Observatório de Áreas Protegidas e Clima da Amazônia é uma plataforma colaborativa, que pretende aumentar a cooperação regional sobre o tema, tornando-se base para o intercâmbio de informações para a gestão e as políticas de áreas protegidas.
A plataforma online reúne dados espaciais em uma ferramenta web-GIS de fácil manuseio. Além de mapas, os usuários também poderão encontrar publicações, notícias, infográficos e vídeos de diversos países.
“Acreditamos que, além da cooperação regional, o Observatório também vai promover e acelerar o diálogo entre as partes interessadas e contribuir para um processo de tomada de decisão tecnicamente mais sólido para o desenvolvimento sustentável e a conservação da Amazônia”, explica Mariana Napolitano, coordenadora do Programa de Ciências do WWF-Brasil.
Outra proposta é avaliar de perto o progresso da meta 11 de Aichi, que trata da consolidação dos sistemas de áreas protegidas, apresentando os indicadores e o status de alcance da meta na região amazônica.
Segundo Mariana, o Observatório tem ainda um espaço que oferece análises regionais sobre a integração do papel das áreas protegidas enquanto estratégia para mudanças climáticas e outros documentos de política pública. Disponibiliza, ainda, links para baixar as principais políticas de mudanças climáticas e áreas protegidas dos países amazônicos – Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname, Venezuela e Guiana Francesa.
Amazônia e mudanças climáticas
O evento em Cancun reuniu ainda representantes dos governos do Peru, Colômbia, Equador e Brasil, assim como especialistas em áreas protegidas de organizações como WWF-Brasil e União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês) para discutir o papel das áreas protegidas para a mitigação e a adaptação às mudanças climáticas.
Foram apresentados os avanços alcançados na implementação da
Declaração de Áreas Protegidas e Mudanças Climáticas da Redparques
, lançado na COP de Clima de Paris, em 2015. Com base em um plano de ação para a implementação da Declaração, os 18 países membros da Rede, signatários da Declaração de Áreas Protegidas, comprometeram-se a implementar ações nos níveis nacional, sub-regional e regional para integrar as áreas protegidas nas estratégias de adaptação e mitigação e fortalecer a resiliência diante das mudanças.
Para Kathy Mackinnon, diretora da Comissão Mundial de Áreas Protegidas da IUCN, o evento foi uma boa oportunidade para ver como os países amazônicos estão integrados. “Os latino-americanos têm feito um trabalho extradiordinário em áreas protegidas. Existe uma grande cooperação que une ações e iniciativas. Outas regiões do planeta devem ficar atentas para o que tem sido feito aqui”, afirmou.
De acordo com Julia Gorricho, coordenadora do projeto Snacc, a Declaração Redparques é “uma das iniciativas políticas mais positivas para as áreas protegidas que vimos nos últimos dez anos. Graças à vontade política dos países signatários, foi possível avançar a agenda sobre áreas protegidas e alterações climáticas".
Na ocasião foi também lançada a publicação “Análise da vulnerabilidade e risco Climático da Amazônia e de suas áreas protegidas” do WWF.
Sobre o Snacc
O projeto Áreas Protegidas, Soluções Naturais para a Mudança do Clima (Snacc) é um esforço regional para fortalecer os Sistemas de Áreas Protegidas da Amazônia e incluir o seu papel nas estratégias de mudanças climáticas e nos planos de desenvolvimento dos países. O projeto é implementado pela (Redparuqes) e WWF. O Snacc é financiado pelo Ministério Federal Alemão do Ambiente, Conservação da Natureza, Construção e Segurança Nuclear (BMUB) da Alemanha, como parte da implementação da visão de conservação da Amazônia.
Saiba mais
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Sobre a Redparques
A Redparques é um mecanismo técnico composto por diretores dos sistemas nacionais de áreas protegidas dos países membros. Seu objetivo é aumentar progressivamente a capacidade tecnológica e de gestão, com base no intercâmbio de experiências e conhecimentos entre os membros. Saiba mais em
www.redparques.com
e veja o
vídeo
Protected Areas are Natural Solutions to Climate Change.
Comunicação ICMBio – (61) 2028-9280 – com informações de Frederico Brandão, de Cancun