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Projeto de restauração do Cerrado combate efeitos das mudanças climáticas
O data de 16 de março marca o Dia Nacional da Conscientização das Mudanças Climáticas, que foi criado em 2011 para viabilizar debates e mobilizações que promovam formas de atenuar as consequências desse fenômeno.
Uma das iniciativas do ICMBio para mitigação das mudanças climáticas é um projeto conduzido pelo Centro Nacional de Avaliação da Biodiversidade e de Pesquisa e Conservação do Cerrado (CBC) que promove a restauração ecológica do Cerrado.
O Cerrado é o segundo maior bioma do Brasil, cobrindo cerca de 25% do território nacional e atravessando os Estados do Goiás, Tocantins, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, Maranhão e Piauí. Também é o que possui a maior taxa de conversão da vegetação nativa em atividades agrícolas, ou seja, o Cerrado está dando espaço à plantações e pastos.
Segundo o coordenador do CBC, Alexandre Sampaio, o desmate desenfreado está diretamente relacionado com a escassez de água, pragas agrícolas e a carência de recursos naturais. Esses elementos contribuem com as consequências trazidas pelas mudanças climáticas, como a alteração do ciclo de chuvas e o aumento da temperatura.
"Para mudar essa realidade, já não basta manter unidades de conservação existentes no bioma, ou os remanescentes da vegetação. Precisamos realizar a restauração ecológica para restabelecer os serviços ambientais", explica Sampaio. A restauração ecológica coordenada pelo CBC articula a restauração de 250 hectares de áreas degradadas dentro de unidades de conservação como Reserva de Desenvolvimento Sustentável Nascentes Geraizeiras, Área de Proteção Ambiental Cavernas do Peruaçu, Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e Floresta Nacional de Brasília.
Todos estes projetos são realizados pelas comunidades locais representadas por suas associações, dentre elas a Associação dos Produtores Agroecológicos do Alto do São Bartolomeu, Cooperativa de Restauradores do Cerrado Mineiro, Cooperativa dos Agricultores Familiares e Extrativistas do Vale do Peruaçu e Associação Cerrado de Pé. Isto promove conceitos que o ICMBio busca inserir em suas iniciativas como o engajamento da comunidade local e entorno e a ciência cidadã, que é o compartilhamento de saberes entre pesquisadores e comunitários.
Na avaliação de Sampaio, é um projeto que gera benefícios ambientais, sociais e até econômicos diretos para as comunidades impactadas, e indiretos para agricultores e sociedade em geral. "A partir destes núcleos de disseminação esperamos ampliar a escala de restauração no Cerrado, contribuindo para mitigar a desigualdade social, perda de biodiversidade e mudanças do clima", finaliza.
Comunicação ICMBio
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