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Novo plano de uso público prevê ampliação da área de visitação do Parque Nacional de Brasília
Piscinas de água corrente estão entre as opções de lazer do Parque Nacional de Brasília - Foto: Divulgação
O Parque Nacional de Brasília (PNB) conta com um novo Plano de Uso Público (PUP) para promover a conservação ambiental da área de lazer que mais recebe visitantes no Distrito Federal. Entre as ações prioritárias para 2024, está a conclusão dos estudos de viabilidade econômica para a concessão dos serviços de visitação, tanto para estruturar as áreas já abertas ao público quanto para possibilitar a abertura de novos atrativos e ampliação das atividades.
A nova versão, aprovada em outubro de 2023, é resultado da revisão do Plano de Manejo, realizada no mês anterior. A intenção é ainda possibilitar a visitação a sítios históricos e integrar o conjunto de trilhas a outras rotas de unidades de conservação contíguas ao parque. Entre as novidades está a possibilidade de visitação ao lago de Santa Maria, incluindo oportunidades de pernoite e atividades aquáticas. Serviços como aluguel de equipamentos, mergulho, alimentação e camping também poderão ser explorados.
A analista ambiental e chefe da unidade de conservação, Larissa Diehl, ressalta a importância do engajamento e da participação social para garantir a conservação dos espaços públicos e das medidas contidas no plano. Nesse sentido, está prevista a publicação na próxima segunda-feira (15) de uma chamada pública para o voluntariado de apoio à implementação e sinalização das trilhas. “Essa ação faz parte do projeto de implementação dos Caminhos do Planalto Central, um sistema de trilhas que tem como ponto de partida a Floresta Nacional de Brasília, passa pelo Parque Nacional de Brasília e chega até a Pedra Fundamental em Planaltina”, explica.
Plano
O PUP é um instrumento de incentivo ao uso sustentável dos recursos naturais e reúne as ações prioritárias para os próximos cinco anos. O foco é estimular o uso público, orientar o manejo, aprimorar as experiências e diversificar as oportunidades de visitação, como forma de ampliar o contato com áreas em maior grau de isolamento e conservação. “Outras iniciativas que estejam em consonância com o zoneamento do parque e alinhadas aos tipos de experiências de visitação planejados também serão passíveis de avaliação e aprovação pelo ICMBio”, explica a analista ambiental e coordenadora do PUP, Daniela Costa.
O novo plano promove ainda o ordenamento de usos já consolidados na área original, como a estruturação dos circuitos utilizados para a prática de ciclismo de montanha na região da Chapada da Contagem e do Córrego Invernada. De acordo com a coordenadora, a intenção é aprimorar a oferta e a qualidade dos serviços de apoio à visitação, a partir da avaliação feita das demandas dos visitantes. “O PUP é o instrumento que orienta a gestão visando à salvaguarda dos recursos ambientais e à uma visitação diversificada e de qualidade”.
Oficina
O processo de planejamento do uso público do PNB contou com a participação de representantes de diferentes entidades ligadas às atividades desenvolvidas no parque, como é o caso da Associação para o Desenvolvimento do Turismo Sustentável em Brazlândia – (ADESB Turismo), da Secretaria de Turismo (SETUR DF), da Associação de Produtores do Núcleo Rural Lago Oeste (ASPROEST), do Serviço Social do Comércio (SESC-DF), do Caminhos do Planalto Central (CPC), da Associação dos Amigos do Parque (AFAM), do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE-DF), do Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF), do Sindicato dos Guias de Turismo (SINDGTur), do grupo de ciclistas Pedal Cor-de-Rosa, além de pesquisadores e representantes da associação de moradores da área ampliada do Parque Nacional de Brasília.
Criação
O Parque Nacional de Brasília (PNB) foi criado em 1961 com uma área de cerca de 30 mil hectares para conservar a fauna e flora do Cerrado e preservar nascentes para o abastecimento de água da capital federal.
Em 2006, a área do parque foi ampliada para 42 mil hectares, com a inclusão de porções no Norte do Distrito Federal e de Goiás. A anexação da nova área permitiu a ampliação do número de nascentes protegidas. A hidrografia é composta pelas bacias dos rios Maranhão e Paranoá, com pequenos trechos na bacia do rio Descoberto.
Três grandes unidades geomorfológicas destacam-se na paisagem no parque: a Chapada da Contagem, a Depressão do Paranoá e a Encosta da Chapada da Contagem. O cenário natural é marcado por formas de cerrado denso e de sentido restrito, campos sujo, limpo, rupestre, úmido e de murundus Úmido, além de brejos, veredas, mata seca e de galeria.
A flora se destaca pela presença de espécies raras como a canela-de-ema e a arnica. Espécies ameaçadas de extinção, como a gramínea Gymnopogon doellii (Poaceae), palmito juçara e o lírio azul. A fauna silvestre é influenciada pela Amazônia e Mata Atlântica, com destaque para a presença de animais como águia-cinzenta, tamanduá-bandeira, gato-maracajá e tatu-canastra.
Visitação
O Parque Nacional de Brasília oferece uma série de atrações e opções de recreação aos mais de 200 mil visitantes que visitam a área todos os anos. A área de visitação conta com piscinas de água natural, trilhas para caminhada, ciclismo e cavalgadas, e, mais recentemente, a visitação com foco nos patrimônios histórico e arqueológico. O parque recebe estudantes e professores do ensino formal e de entidades de pesquisa, assistência social e motora que atendem desde o ensino infantil até a pós-graduação. O circuito de trilhas conta com percursos de 5, 10 e 15 quilômetros de extensão.
Atrações
O Parque abriga diversos sítios históricos e arqueológicos dos tempos da ocupação do Planalto Central nos séculos XVIII ao XX. Ruínas de sedes de fazendas, muros, valos, pomares, Registro Fiscal e segmentos da Estrada Real da Bahia e da Estrada Real Santa Luzia-Contagem, que interligavam áreas de mineração do Brasil Central ao Rio de Janeiro.
As piscinas da Água Mineral surgiram logo na fundação de Brasília. O nome se deve à pureza da água, cuja nascente está localizada muito próxima da área de banho. A Ilha da Meditação e as trilhas da Capivara e Cristal Água são também atrações que atraem caminhantes e ciclistas.
Com informações da equipe do Parque Nacional de Brasília
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