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ICMBio monitora ninhos após óleo chegar em Sergipe
Publicado em
02/10/2019 17h06
Atualizado em
02/10/2019 19h14
Preocupação com contaminação de óleo acende alerta sobre o período reprodutivo destes animais.
Equipe limpando as manchas de óleo na Praia do Tigre na Rebio Santa Isabel. (Foto Kelly Ferreira Cottens)
Nas últimas semanas, a equipe da Reserva Biológica (Rebio) Santa Isabel, localizada nos municípios de Pacatuba e Pirambu, em Sergipe, monitorou de 13 a 40 ninhos de tartarugas marinhas na Praia do Tigre, que estavam no seu período reprodutivo. A preocupação é o contato dos animais com o óleo que está chegando em alguns trechos do litoral na Rebio, situação que tem trazido preocupação em vários estados do Nordeste desde o início do mês de setembro. Para isso, eles demarcaram a área dos ninhos e o Ibama custeou o serviço de limpeza da praia, acabando com o óleo que se acumulava na beira-mar. “As manchas de óleo eram muitas, e nosso medo era que a tartaruga ao nascer, que vai em direção ao mar, se contaminasse com o óleo neste trajeto”, ressalta a chefe da unidade de conservação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Kelly Ferreira Cottens.
Segundo o presidente do ICMBio, Homero Cerqueira, há preocupação com a temporada reprodutiva das tartarugas, pois o litoral de Sergipe é área prioritária para a reprodução destes animais. Por isso, determinou o acompanhamento de perto do período reprodutivo destes animais. Para isso, equipe do ICMBio, por meio do Centro Tamar, em Sergipe, já se encontra, juntamente com Fundação Pró-Tamar, Ibama/SE e ADEMA, dando apoio ao processo de identificação das áreas para atuação das equipes de limpeza de praia. As manchas começaram a aparecer em Sergipe na manhã da última terça-feira (24) sendo identificadas no litoral norte do município de Barra dos Coqueiros, ao longo de aproximadamente 900 metros de praia e no litoral de Pacatuba, próximo ao povoado de Ponta dos Mangues. Segundo dado Ibama, as manchas já atingiram 99 locais em 46 municípios de 8 estados das regiões Nordeste e Norte, sendo que maioria delas (41%) localizadas no Rio Grande do Norte.
Ninhos de tartarugas identificados com estacas para monitoramento. (Foto Kelly Cottens)
Ninhos de tartarugas identificados com estacas para monitoramento. (Foto Kelly Cottens)
Em Sergipe, ao contrário do observado em outros estados, ainda não foram identificadas tartarugas oleadas até o momento. Mas há preocupação com à temporada reprodutiva desses animais, com fêmeas subindo às praias para desovar e milhares de filhotes nascendo e se dirigindo ao mar. Ainda não foi localizado óleo nas praias do litoral sul de Sergipe e norte da Bahia até o momento. O limite sul da presença de óleo em Sergipe é o município de Barra dos Coqueiros. Estima-se até o momento um total de aproximadamente 20 quilômetros de praias foram afetadas pelo óleo, incluindo aquelas em que já foi realizado o serviço de limpeza (Sergipe tem aproximadamente 163 km de costa).
Dia 26 foi identificada nova área contaminada por óleo no município de Pirambu, em Sergipe, na Rebio Santa Isabel. A área afetada tinha 5.5 km de extensão - o maior trecho até o momento. Equipes de limpeza de praia da Petrobras iniciaram os trabalhos nessa área. Segundo a Adema no mesmo dia foi localizado tonel com petróleo na praia de Barra dos Coqueiros, ao sul do terminal portuário Inácio Barbosa, quando equipes da VLI e Celse realizavam a limpeza do local.
Dia 25, equipes de limpeza de praia iniciaram a descontaminação na praia Funil2, Ponta dos Mangues, município de Pacatuba (REBIO Santa Isabel). Equipe do IBAMA esteve presente no local. Óleo foi registrado pela equipe da Fundação Pró-Tamar neste mesmo dia ao longo da praia de Tigre, município de Pacatuba/SE (REBIO Santa Isabel). A área contaminada estava de aproximadamente 2 km. No dia 24, dia da chegada do óleo na porção norte de Sergipe, no município de Pacatuba, um novo trecho de praias com presença de óleo foi identificado pela equipe da Fundação Pró-Tamar. Essa nova área está situada aproximadamente 40 km ao norte da primeira mancha avistada na Barra dos Coqueiros.
Durante esse final de semana (28 e 29) apesar da continuidade das manchas de petróleo nas praias, a quantidade foi menor que o registrado entre os dias 26 e 27. A continuidade do monitoramento e da limpeza de praias é imprescindível para avaliar se há realmente uma redução ou ainda, se o óleo está se deslocando para outras praias.
Resultado da quantidade de óleo recolhido pela equipe de limpeza. (Foto Kelly Cottens)
ORIENTAÇÕES ACERCA DE ANIMAIS OLEADOS E ÓLEO
ORIENTAÇÕES ACERCA DE ANIMAIS OLEADOS E ÓLEO
O Centro Tamar orienta a todos que estiverem no balneário sergipano e que virem manchas negras oleadas em animais, que acionem o Programa de Monitoramento de Praias das Bacias de Sergipe-Alagoas (PRMEA), por meio do 0800 0793434.Fundamental que os cidadãos deem o máximo de informações por telefone, tais como tipo de animal, se encontra-se vivo ou morto, local do encalhe ou ponto de referência e aguarde a chegada de equipes de resgate. Importante que ninguém toque nos animais oleados e no óleo, por ser tóxico, muito menos tentem limpa-los com outros produtos.
Outra orientação é não devolver o animal ao mar, pois encontra-se debilitado e precisa de cuidados veterinários. A chance dele encalhar em outro ponto da costa é muito grande. A área onde o animal se encontra deve ficar livre, mantendo afastados curiosos e animais domésticos, assim como não se deve forçar a alimentação ou ingestão de líquidos por parte do animal. E deve-se protegê-lo do sol na medida do possível.
O atendimento à fauna oleada segue protocolos técnicos nacionais e internacionais e é realizado por profissionais que passam por treinamentos e possuem autorizações específicas, resguardando a segurança e salubridade tanto do animal, quanto dos profissionais e população.
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) relacionados
Comunicação ICMBio
(61) 2028 9280
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