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Nascem mais três filhotes de ararinha-azul
Já são sete este ano, em centro de pesquisa no Catar
Brasília (23/07/2013) – A organização Al Wabra Wildlife Preservation, que fica no Catar, no Oriente Médio, acaba de divulgar pela imprensa mais uma vitória na preservação da ararinha azul (Cyanopsitta spixii), ave considerada extinta na natureza: o nascimento, neste mês, no seu centro de estudos, de mais três filhotes. Com isso, já são sete nesta temporada reprodutiva.
Atualmente, existem pouco mais de 80 exemplares da ave em cativeiros no Brasil, Espanha, Alemanha e Catar. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) coordena o Plano de Ação Nacional de Conservação da Ararinha-Azul e participa das ações internacionais de tentativa de recuperação de populações da espécie.
Esse trabalho é feito por meio do Projeto Ararinha na Natureza, executado conjuntamente com a Vale, a Sociedade para a Conservação das Aves do Brasil (SAVE Brasil), o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) e os mantenedores Association for the Conservation of Threatened Parrots (ACTP), da Alemanha; criadouro Nest e Fundação Lymington, do Brasil; além da Al-Wabra, do Catar.
A ideia é ampliar o mais rapidamente possível as populações em cativeiro para fazer a reintrodução da ararinha até 2021 no sertão baiano, seu habitat natural. O problema é que a ave tem dificuldade de se reproduzir em cativeiro. Exatamente, por isso,a Al Wabra recorreu no mês passado, com sucesso e pela primeira vez no mundo, à inseminação artificial. Dois filhotes nasceram através da técnica. Dois outros já haviam nascido naturalmente.
Al Wabra
Fundada pelo xeque Saoud Bin Mohamed Bin Ali Al-Thani, nobre do Catar apaixonado pela vida selvagem, a Al Wabra abraça a causa das ararinhas azuis desde o ano 2000. A organização tem uma fazenda de de 2,5 km², com mais de 2,5 mil animais de cerca de cem diferentes espécies. São aves, mamíferos e répteis, todos com algum grau de ameaça à sobrevivência.
O local não é aberto ao público e dedica-se à recuperação dos bichos, através do trabalho de veterinários, biólogos e tratadores. Lá os animais têm vida de rei: a alimentação é de qualidade superior, há berçário com cuidados especiais para pequenos órfãos, e até ar-condicionado para os mais calorentos e chuva artificial.
A Al Wabra adquiriu também terras no Brasil. A fazenda Concórdia, em Curaçá, Bahia, é justamente o local onde foi encontrado o ninho da última ararinha azul, em 2000. Com 2.380 hectares, deverá ser o local onde ocorrerão as primeiras reintrodução na natureza das aves nascidas no Catar.
Projeto Ararinha na Natureza
O projeto Ararinha-Azul integra várias instituições nacionais e internacionais, parcerias fundamentais para o sucesso da implementação e, consequentemente, para a sobrevivência da espécie.
O projeto é baseado no Plano de Ação para a Conservação da Ararinha-Azul, terá duração de cinco anos e visa ao população manejada em cativeiro e à recuperação e conservação do habitat de ocorrência histórica da espécie até 2017.
O início da reintrodução está previsto para 2021.
Comunicação ICMBio – (61) 3341-9280 – com informações do jornal O Dia