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Nasce filhote de bugio ruivo no Parque Nacional da Tijuca
Kala, a mãe, é um dos seis animais da espécie reintroduzidos na UC no Rio a partir de 2015 dentro do projeto Refauna, que busca restabelecer as interações ecológicas da floresta
Carla Viviane
ascomchicomendes@icmbio.gov.br
Brasília (12/09/2017) - O Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro, tem um novo morador. Trata-se de um filhote de bugio ruivo (
Alouatta guariba clamitans
), nascido em agosto, cuja mãe, Kala, é um dos seis animais reintroduzidos na floresta a partir de 2015. Desde 2016, ela passou a ser vista no interior do parque com Juvenal, outro macaco reintroduzido.
“O nascimento do filhote indica a formação de um casal na natureza e que os animais estão conseguindo sobreviver em boas condições, o primeiro passo para se estabelecer uma população”, disse o chefe da unidade de conservação, Ernesto Viveiros de Castro.
Segundo ele, o nascimento do filhote representa um sucesso para o Projeto ReFauna Tijuca, que pretende restabelecer as interações ecológicas em uma floresta empobrecida, bastante devastada ao longo da colonização e declarada floresta protetora em 1861, quando teve início um grande processo de reflorestamento e regeneração natural. O projeto começou em 2010 com a reintrodução da cutia com 31 indivíduos soltos e hoje já está na quarta geração na floresta. Outras espécies serão reintroduzidas em breve.
Kala e o filhote estão sendo monitorados semanalmente pelos alunos da Universidade Federal do Rio de Janeiro, parceira do projeto. Dos seis animais soltos, quatro se adaptaram bem, mas dois precisaram ser recolhidos. “Eles tinham constantes interações com os visitantes no parque, que os alimentavam”, explica Viveiros de Castro.
O bugio é uma espécie não avistada há pelo menos 100 anos no parque da Tijuca. É considerado vulnerável na lista de espécies ameaçadas no Brasil. Ele se alimenta de folhas e frutos, dispersando as sementes das árvores nativas e possibilitando a contínua regeneração da floresta.
Outros macacos devem ser soltos no parque. Entretanto, o surto recente de febre amarela atrasou a soltura, embora não tenha sido registrado nenhum caso de contaminação de primatas no interior da unidade de conservação.
Comunicação ICMBio
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