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Monumento Natural do Arquipélago das Ilhas Cagarras completa 15 anos
Monumento Natural do Arquipélago das Ilhas Cagarras - Foto: Edson Faria Jr
No dia 13 de abril, o Monumento Natural do Arquipélago das Ilhas Cagarras (MONA) celebra 15 anos de sua criação, um momento significativo para a conservação ambiental e a biodiversidade do Rio de Janeiro. Instituído pela Lei 12.229 de 13 de abril de 2010, o MONA abriga uma rica variedade de ecossistemas marinhos e terrestres, além de ser um importante refúgio para aves marinhas e um ponto relevante de pesquisa e educação ambiental.
Desde sua criação, o MONA Cagarras tem sido um pilar na preservação dos remanescentes do ecossistema da Mata Atlântica, destacando-se não apenas pela sua beleza cênica, mas também pela diversidade biológica que mantém. O conjunto de ilhas, localizado a cerca de 5 km da praia de Ipanema, é composto por quatro ilhas (Palmas, Comprida, Cagarra e Redonda) e dois filhotes (Cagarra e Redonda) e mais uma área de 10 metros de área marinha ao redor de cada uma delas, totalizando área de 91,23 hectares, onde atividades de lazer e turismo sustentável são promovidas de maneira controlada.
A área é lar de espécies como, por exemplo, o cavalo-marinho (Hippocampus reidi), a tesourinha (Chromis multilineata) e funciona como um verdadeiro santuário para as aves marinhas. As ilhas abrigam uma das duas principais colônias reprodutivas de fragatas (Fregata magnificens) do Atlântico Sul e a segunda maior de atobás-marrom (Sula leucogaster) da costa brasileira. O arquipélago também é um dos melhores abrigos, no Rio, para baleias e golfinhos, sendo um referencial geográfico para as orcas.
Além disso, segundo a chefe da UC, Tatiana Ribeiro, a MONA abriga uma quantidade significativa de espécies endêmicas e espécies ameaçadas. “Apesar da unidade ser muito pequena, a gente tem um número expressivo de espécies endêmicas e ameaçadas, tanto na área marinha quanto na terrestre. E já tem dados de pesquisas que mostram que, por exemplo, as populações de peixe são mais ricas, mais diversas nas ilhas Cagarras” afirma.
Em meio aos desafios da conservação, o MONA Cagarras vem avançando no manejo da biodiversidade e na implementação de planos estratégicos. O foco agora está em consolidar essas ações e planejar o futuro com ainda mais efetividade. “Às vésperas dos 15 anos do MONA Cagarras, nosso foco é consolidar os avanços, erradicar espécies exóticas invasoras e alcançar 100% da execução dos planos de manejo. Queremos seguir protegendo esse território único e planejar os próximos anos com ainda mais efetividade”.
Principais realizações
Conselho consultivo: A participação comunitária se tornou um dos principais pilares da gestão do MONA. Em 2010, foi criado o primeiro Conselho Consultivo, que desde então tem colaborado ativamente na elaboração do Plano de Manejo da unidade. Este envolvimento da sociedade civil é vital para a construção de um futuro sustentável para a área.
Plano de Manejo: A elaboração do Plano de Manejo, que começou em 2013, foi um marco importantíssimo. Com a realização de oficinas participativas e a coleta de contribuições de diversos setores, foi possível desenvolver um documento que orienta a gestão e a conservação da unidade, priorizando a proteção da biodiversidade e o uso público responsável.
Educação ambiental: O MONA se destaca na promoção de programas de educação ambiental, visando aumentar a conscientização sobre a importância da conservação e as melhores práticas de turismo sustentável. Este esforço é fundamental para engajar a comunidade local e os visitantes na proteção do patrimônio natural.
Monitoramento e Pesquisa: Desde sua criação, diversas pesquisas científicas têm sido realizadas no MONA, contribuindo para um sólido diagnóstico da unidade e permitindo um planejamento eficaz. A presença de um sítio arqueológico recém-descoberto e de remanescentes da Mata Atlântica também ressaltam a importância desse espaço para estudos acadêmicos e conservação.
Relevância global: Em 2021, e com o apoio técnico-científico do projeto Ilhas do Rio, do título de Ponto de Esperança (Hope Spot, em inglês). Este é um reconhecimento concedido pela Mission Blue, uma aliança mundial liderada pela referência internacional em conservação marinha, Dra. Sylvia Earle. Esta certificação sinaliza para o mundo os ambientes marinhos com alta biodiversidade, mas que estão com seu equilíbrio ameaçado e precisam de proteção – no caso das Cagarras, há 15 anos ela passou a contar com a proteção federal. No Brasil, além do MONA Cagarras, só o Banco dos Abrolhos, na Bahia, possui essa classificação de Hope Spot.
O Instituto Chico Mendes tem exercido um papel fundamental na gestão do MONA Cagarras, promovendo a proteção dos recursos naturais e assegurando a implementação das ações previstas no Plano de Manejo. Além disso, o ICMBio tem facilitado parcerias com organizações não governamentais, setor público e operadores turísticos, para garantir que as práticas de turismo e pesquisa na unidade estejam em harmonia com os objetivos de conservação.
No dia do seu aniversário será apresentada a primeira embarcação do MONA: uma lancha inflável cabinada com capacidade para até 13 pessoas, adquirida pelo ICMBio com recursos de compensação ambiental. O objetivo é dar maior autonomia e ampliar a presença institucional na Unidade para melhorar a gestão e garantir a manutenção dos progressos obtidos. Por tudo isso, vida longa às Cagarras!
Objetivo de Desenvolvimento Sustentável relacionado:

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Com informações da Monumento Natural do Arquipélago das Ilhas Cagarras
Comunicação ICMBio
comunicacao@icmbio.gov.br
(61) 2028-9280

