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Ministério do Meio Ambiente investe em capacitação para fomentar a bioeconomia e amplia pesquisas para planejar ações de conservação da biodiversidade brasileira
Foto: Zack/MMA
O Brasil concentra em seus seis biomas a maior diversidade de espécies da fauna e da flora de todo o mundo. Preservar tamanha riqueza inclui, dentre inúmeras políticas, investimentos em pesquisa e educação. O Ministério do Meio Ambiente entende que é preciso conhecer para preservar. Pensando nisso, a secretaria de Biodiversidade lançou em 2021 o programa Educa+, cujo intuito é difundir conhecimentos sobre o meio ambiente através de cursos e palestras.
O programa é 100% digital, não envolve gastos extras de recursos públicos e vem mostrando engajamento significativo da população. Em menos de 1 ano, os conteúdos na internet já alcançaram um total de 53 mil acessos. Até agora, foram realizados 9 cursos, com mais de 36 mil inscritos. Entre os temas das capacitações estão combate ao lixo no mar, trilhas interpretativas e serviços ambientais. “A maior parte dos inscritos, 60%, são jovens que procuram nossos cursos para promover o empreendedorismo verde na sua região. Estamos surpresos e muito felizes com o resultado desse trabalho”, comemorou Beatriz Milliet, secretária de Biodiversidade do MMA.
Jardim Botânico do Rio de Janeiro
O Jardim Botânico do Rio de Janeiro é um dos maiores celeiros de pesquisa e educação do País. É o único Jardim Botânico vinculado ao Ministério do Meio Ambiente. O parque, reconhecido nacional e internacionalmente, é aberto à visitação pública, mas tem na área de pesquisa para estudo, conhecimento e conservação da flora, o seu maior patrimônio. “É uma joia nacional”, destaca a presidente, Ana Lúcia Santoro.
Neste ano, além de formar 21 mestres e doutores de todas as partes do país e do mundo, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro realizou o lançamento do Repositório de dados Flora do Brasil. Trata-se de um catálogo oficial das mais de 46 mil espécies nativas, que contou com atuação de centenas de botânicos de todas as regiões do Brasil. O documento já tem mais de 1 milhão de acessos e é a base de consulta oficial da flora brasileira. Outra iniciativa importante foi um projeto inovador desenvolvido no cerrado pelo Jardim Botânico do Rio de Janeiro em parceria com a Secretaria de Biodiversidade e ICMBio de monitoramento de espécies ameaçadas no Bioma, como o Faveiro de Wilson.
“Essa é a primeira espécie ameaçada que vai ter o seu segundo ciclo de avaliação do estado de conservação em âmbito nacional. Até então, as espécies ficavam somente no primeiro e esse é o primeiro trabalho do segundo ciclo”, explicou Ana Lucia. “Ou seja, a gente vai poder avaliar de maneira robusta as iniciativas, os projetos relacionados à conservação dessa espécie ameaçada. É bastante importante como uma autoavaliação do trabalho que vem sendo realizado de conservação no país”, pontou a presidente do JBRJ.
Para a secretária de Biodiversidade do MMA, Beatriz Milliet, o investimento nessas pesquisas ajuda o país a reconhecer desafios e enfrentá-los. “Esse trabalho de monitoramento e reavaliação é importante para ver se os planos voltados para conservação das espécies que estão em risco de ameaça, estão realmente funcionando, para que a gente possa corrigir algum caminho. O que a gente quer é chegar na lista vermelha zero, sem espécies em risco de ameaça”, pontuou a secretária.
Unidades de Conservação
As áreas de proteção federal também são ambiente perfeito para pesquisa e conservação da biodiversidade. Nos últimos anos, as Unidades de Conservação vêm realizando uma série de projetos com a atuação de 14 centros de pesquisa. O mais famoso deles é o Projeto TAMAR, do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Tartarugas Marinhas e da Biodiversidade Marinha do Leste. Criado em 1980, o centro promove pesquisas científicas com ações para a conservação e recuperação de espécies ameaçadas de tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil.
O projeto alia ainda a educação ambiental e envolve a comunidade da região para o uso sustentável da biodiversidade costeira. “Precisamos envolver as comunidades, a população, para que eles também possam ser agentes de conservação e proteção da nossa fauna e flora”, ressaltou o presidente do ICMBio, Marcos Simanovic.
Outro projeto de monitoramento e conservação de destaque é a reintrodução das ararinhas-azuis ao seu bioma de origem: a caatinga. Já declarada como espécie extinta, duas aves foram criadas em cativeiro e agora estão em fase de adaptação para soltura. O processo previsto pelo Plano de Ação Nacional (PAN) da Ararinha-Azul foi realizado em conjunto com organizações internacionais que detinham algumas aves em cativeiro.
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