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CBUC debate Comissão Mundial de Áreas Protegidas
ICMBio atuará na criação do grupo coordenador no Brasil
ICMBio atuará na criação do grupo coordenador no Brasil
Curitiba (24/09/2015) – O presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Cláudio Maretti, participou na quarta-feira (23), no VIII Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação (CBUC), em Curitiba (PR), da audiência da Comissão Mundial de Áreas Protegidas (CMAP) no Brasil, da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).
O evento teve o objetivo de divulgar o compromisso do Congresso Mundial de Parques Nacionais, realizado em Sidney, Austrália, em 2014, também conhecido como o "Compromisso de Sidney", além de buscar a formação do grupo coordenador, que ficará responsável pelo processo de fortalecimento da CMAP/UICN e sua agenda de trabalho no Brasil.
A audiência foi aberta pelo pelo coordenador nacional da UICN, Luiz Fernando K. Merico, que falou sobre o papel da instituição não governamental e da CMAP. "A UICN é formada por 113 países, constituída por membros institucionais e com comissões formadas por pessoas; indivíduos que queiram contribuir para a agenda da conservação, tendo por missão o encorajamento da sociedade para essa transição em direção à sustentabilidade."
Estruturação no país
O presidente do Instituto Chico Mendes, que atua como um dos articuladores locais da Comissão Mundial de Áreas Protegidas da UICN, lembrou a participação da delegação brasileira no Congresso Mundial de Parques e das decisões do "Compromisso de Sidney", quando foram definidas as estratégias de estruturação da CMAP no Brasil.
"Entendemos que o país tem um grande potencial para a agenda e pode ter um papel ainda mais vibrante no cenário mundial, mas para isso precisa formar um grupo coordenador de pessoas que se vinculem, individualmente, para fortalecer a CMAP dentro do país, funcionando como uma rede em mobilização contínua", disse Maretti.
Segundo ele, o congresso na Austrália apontou três etapas para a formação do grupo coordenador, sendo a primeira delas a própria audiência realizada naquele momento no VIII CBUC. A segunda será na Resex Tapajós, em um chamado para as florestas, que ocorrerá no mês de outubro. A terceira etapa será o VII Seminário Brasileiro sobre Áreas Protegidas e Inclusão Social (Sapis), marcado para o período de 3 a 6 de novembro deste ano, em Florianópolis.
Ainda segundo Maretti, o principal critério para a composição do grupo coordenador da CMAP no Brasil é o compromisso com a atuação em áreas protegidas. "Queremos gente que de fato atue, com um mínimo de envolvimento internacional, de modo a compreender o diálogo internacional, mas sem o afastamento com a realidade. Precisamos desse grupo para que as ações se materializem e para que possamos definir as estratégias brasileiras, dentro do cenário global", explicou o presidente do ICMBio.
Após a intervenção de Maretti, houve ainda pronunciamentos de representantes de outras instituições que integram a CMAP, como Richard Smith, vice-presidente da Çarakura, e Roberto Palmiere, do Imaflora. Antes do final da audiência, foram registrados os contatos dos interessados em compor o grupo coordenador para articulação com a Comissão Mundial de Áreas Protegidas no Brasil, já estabelecida.
Saiba mais
O Congresso Mundial de Parques da IUCN foi realizado em 2014, entre os dias 12 a 19 de novembro, em Sydney, na Austrália, e teve como tema "Parques, povos, planeta: inspirando soluções". O documento final do congresso, denominado de "Promessa de Sydney" ou "Compromisso de Sidney", lista uma série de recomendações de ONGs, lideranças comunitárias e indígenas, setor privado, academia e governos para que o desenvolvimento humano ocorra em harmonia com a conservação da natureza e os modos de vida tradicionais.
Para isso, diz o texto, será necessário firmar compromissos pela conservação e ampliação dos investimentos voltados à criação e à implantação de sistemas de áreas protegidas. Assim, será possível colher benefícios concretos como frear a perda global de biodiversidade, combater as alterações climáticas, reduzir o risco e o impacto de desastres, melhorar as seguranças alimentar e da água e, consequentemente, promover a saúde e o bem estar das população.
O Congresso Mundial de Parques é organizado pela UICN a cada dez anos e costuma reunir os principais gestores e lideranças dos sistemas de áreas protegidas de todo o mundo, visando estabelecer uma agenda global no tema para o futuro.