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ICMBio busca parceria e diálogo com a sociedade
Presidente apresenta prioridades do Instituto durante o VIII CBUC
Presidente apresenta prioridades do Instituto durante o VIII CBUC
Curitiba (23/09/2015) – O presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Cláudio Maretti, apresentou, na manhã desta quarta-feira (23), no VIII Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação (CBUC), em Curitiba (PR), a conferência "Prioridades atuais e visão de futuro para o Brasil".
Diante de um auditório lotado, Maretti disse que o Instituto conseguiu levar para o CBUC um conjunto significativo de servidores (cerca de 180) para dialogar com todos os participantes. Segundo ele, isso é uma oportunidade ímpar para a instituição, já que nem ele, nem o ICMBio, podem fazer nada sozinhos, sem "boas e firmes" parcerias com a sociedade. "Sabemos que para seguir conquistando mais apoio político e social precisamos apresentar resultados", reforçou.
Em sua explanação, o presidente apresentou um panorama atual do Instituto, com um resumo de resultados obtidos ao longo dos oito anos de existência do órgão, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente. "Atualmente, são geridas pelo ICMBio, 320 unidades de conservação, o que equivale a, aproximadamente, 75 milhões de hectares de áreas protegidas", pontuou.
De acordo com Maretti, ao passo que cresce a curva de criação e implementação de planos de manejo nas unidades de conservação (UCs), decresce os números do desmatamento. "São 61 mil famílias beneficiadas pela atuação do ICMBio, em unidades como as reservas extrativistas e de desenvolvimento sustentável e há ainda o montante de 265 conselhos gestores instituídos nessas áreas protegidas", listou ele.
Ao longo dos anos, continuou Maretti, o ICMBio ainda conseguiu promover a avaliação de 12.256 espécies da fauna, registrando a retirada de 170 delas da lista de espécies ameaçadas. "Cem por cento das aves, anfíbios, mamíferos e répteis foram avaliados, o que representa o maior esforço de avaliação já realizado no mundo", declarou.
Esse trabalho, segundo o presidente, possibilitará análises que servirão de base para a tomada de decisões acertadas na conservação da biodiversidade. "Esse não é um feito que é realizado de forma isolada. Há muito para ser feito, mas não se pode deixar de reconhecer essas conquistas. Por isso, desde já, agradeço aos servidores do Instituo e das parcerias firmadas com a sociedade", enfatizou ele.
O presidente do ICMBio acredita que, para a efetiva conservação da biodiversidade, é preciso que a sociedade se "aproprie" das UCs e que as defenda, vendo-as como oportunidades de negócios sustentáveis.
Maretti também explicitou a intenção de organizar melhor o processo de formação dos gestores de áreas protegidas. "A formação dos gestores já vem sendo realizada de maneira bastante eficaz na Acadebio, mas é preciso evoluir, talvez para uma Escola Nacional, por exemplo".
Na sequência, o presidente disse que é preciso estabelecer parcerias para combater os ilícitos, especialmente de cunho violento, para que se possa trabalhar também nos exemplos positivos das áreas protegidas. "Só através de uma visão regional integrada, pode-se resolver esses conflitos", disse ele.
Cláudio Maretti também falou sobre a importância de parcerias com outras esferas de governo para a melhoria do trabalho realizado em prol da conservação da biodiversidade e afirmou ver com bons olhos modelos de concessão de uso das UCs. "Acredito ser um modelo válido para áreas onde há um custo de gestão maior e em que há um grande volume de visitação, por exemplo. É preciso trabalhar esse sistema de concessão, claro, com fiscalização".
Sobre as perspectivas para 2016, o presidente do ICMBio informou há previsão de R$ 15 milhões para a criação de 25 unidades de conservação. "É uma lista ambiciosa. Só na Amazônia, já estão em curso propostas de criação de sete UCs, além da ampliação de outras três. Está, inclusive, em consulta pública, em um esforço claramente dirigido para evitar desmatamento e proteger espécies de primatas, inclusive, que estão sendo descobertas. Isso vai exigir negociação política, mas essa é nossa responsabilidade: proteger a biodiversidade para a nossa e as próximas gerações", concluiu o presidentei.
Para o analista ambiental da Estação Ecológica de Carijós (SC), Apoena Calixto, as palavras do presidente do ICMBio estão em sintonia com a expecativa dos servidores. "Me senti contemplado, principalmente na linha de parceria com a sociedade, abrindo assim o leque de possibilidades de trabalho, que bem ou mal, as crises trazem".
O técnico administrativo do Parque Nacional do Iguaçu Rafael Rodrigues destacou a fala do presidente a necessidade de aprimorar os instrumentos de capacitação dos gestoers e demais servidores do ICMBio. "Achei bastante interessante essa visão, principalmente a intenção de se criar uma Escola Nacional de formação de gestores de UCs. Vejo o ICMBio com potencial para isso", afirmou.
Serviço:
Veja aqui a programação completa do CBUC.