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Maior programa de monitoramento da biodiversidade da América Latina completa 10 anos
Monitor da biodiversidade no Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque - Foto: Bruno Bimbato
Criado pelo Instituto Chico Mendes com o propósito de gerar informações para a avaliação da efetividade do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), para a adaptação às mudanças climáticas e para o uso e manejo da biodiversidade, o Programa Monitora completou 10 anos de existência no mês de novembro.
Para celebrar e apresentar os resultados do programa, nos dias 7 e 8 de novembro, na sede do Instituto Chico Mendes, ocorreu o evento de 10 anos do Programa Monitora.
O presidente do Instituto, Mauro Pires, abriu o evento na manhã desta quarta-feira (06/11), afirmando que, além de ser importante para as políticas públicas, o Monitora é também um instrumento de inclusão social. “Comunitários e extrativistas apoiam o projeto, ajudando na definição das espécies a serem monitoradas, indicando a melhor época para as ações e hora de ir a campo. Trata-se, portanto, de um programa que promove a ciência cidadã”, avalia.
Hoje presente em 115 unidades federais, o programa é a maior iniciativa de monitoramento de biodiversidade in situ da América Latina. Utiliza protocolos simplificados de baixo custo, possibilitando a participação de diversos atores sociais, incluindo as comunidades locais. As informações geradas orientam estratégias de conservação das espécies ameaçadas de extinção e o controle das espécies exóticas invasoras.
O Programa Monitora destaca-se por duas características: ser uma inovação pelo conteúdo, devido à quantidade de informações que coleta, mas também pela forma como é executado, com inclusão social e parcerias institucionais.
Veja o vídeo dos 10 anos do Programa Monitora
Durante a cerimônia de abertura, foi formalizado um acordo de cooperação com o Serviço Florestal Brasileiro (SFB/MMA) e o Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ/MMA), visando ações de monitoramento e pesquisa de campo. Participaram da cerimônia o presidente do IBAMA, Rodrigo Agostinho; o presidente do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ/MMA), Sergio Besserman Vianna, o diretor de Fomento Florestal do Serviço Florestal Brasileiro (SFB/MMA), André Rodrigues de Aquino, o diretor de Pesquisa, Avaliação e Monitoramento da Biodiversidade (ICMBio/MMA), Marcelo Marcelino; o chefe de gabinete da Secretaria Nacional de Biodiversidade, Florestas e Direito dos Animais (SBio/MMA), Carlos Eduardo Marinelli; e o superintendente de Programas do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO), Manoel Serrão.
O evento seguiu na parte da tarde, com o lançamento do Relatório do Componente Florestal, apresentando resultados do monitoramento da biodiversidade em ambientes florestais, abrangendo uma série temporal de oito anos de dados (2014 a 2022) em 57 unidades de conservação, incluindo mamíferos, aves, plantas e borboletas.
Ao final do dia, foi realizada a cerimônia de homenagem aos destaques do programa Monitora:
Prêmios para Unidades de Conservação: Flona de Jamari Parna do Jaú Parna Montanhas do Tumucumaque Resex Tapajós-Arapiuns Resex Cazumbá Iracema Rebio Uatumã |
Prêmios para Comunitários: Bruno Zenke – Flona Jamari João Fernandes – Parna Mapinguari Luiz Carlos – Parna Tumucumaque Raimunda Soares – Resex Tapajós-Arapiuns Odimar Celestino – Resex Cazumbá Iracema |
Na quinta-feira (07/11), as comemorações de 10 anos do Monitora prosseguem com palestras e debates que vão abordar temas como inovações metodológicas, mudanças climáticas e uso da inteligência artificial no monitoramento da biodiversidade.
Resultados Programa Monitora
Os resultados indicam que, de maneira geral, as unidades de conservação federais analisadas estão cumprindo seu papel de proteger as unidades de conservação. Segundo o coordenador de Monitoramento da Biodiversidade do ICMBio, Rodrigo Jorge, “o protocolo de mamíferos e aves, por exemplo, no qual as espécies são registradas por avistamento, em trilhas de 5 km, aplicado em 53 unidades de conservação, permitiu registrar 160 espécies, sendo 35 delas ameaçadas de extinção, em mais de 25 mil km percorridos”, diz ele.
“Das 161 populações com dados mais robustos analisadas, 148 indicaram estabilidade (91,9%), enquanto duas (1,2%) apresentaram tendência de aumento e 11 (6,8%) apresentaram tendência de declínio. Esses resultados geram importantes informações para a gestão de cada uma das unidades de conservação”, avalia.
Apoio
O Programa Monitora conta com o apoio da UICN, IPÊ Instituto de Pesquisa Ecológicas, WWF, Fundação Moore, Funbio, WCS e Serrapilheira.
Links
Relatórios do Programa Monitora
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável relacionados:
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