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Loba-guará é resgatada no nordeste de Goiás
Loba foi devolvida à natureza - Foto: Acervo NGI Mambaí
Na última semana, uma lobo-guará ( Chrysocyon brachyurus ) fêmea foi resgatada por uma equipe do ICMBio no nordeste de Goiás. A loba estava se alimentando de galinhas em fazendas na zona rural de Sítio d’Abadia, foi capturada por locais e resgatada por servidores do Núcleo de Gestão Integrada (NGI) Mambaí.
Os moradores, mesmo tendo prejuízos com a loba, foram sensibilizados sobre a importância de não matar esses animais, e sim, que o procedimento correto é de chamar os órgãos ambientais. E foi o que eles fizeram. Procuraram os servidores do NGI Mambaí, que foram ao local e constataram que o animal estava sadio, bem alimentado e hidratado. Por esta razão, o animal foi solto numa fazenda em Mambaí, na Área de Proteção Ambiental das Nascentes do Rio Vermelho, onde há maior disponibilidade de habitat bem preservado e alimento na natureza.
Loba foi capturada por produtores rurais que chamaram o ICMBio para avaliação e resgate na natureza (Foto: NGI Mambaí)
Conflito animais silvestres e produtores rurais
A equipe do NGI explica que é comum o conflito entre produtores rurais e animais silvestres, especialmente porque as fronteiras agrícolas se instalaram na região do Cerrado, onde vivem animais como o lobo-guará. Algumas vezes, os animais, geralmente doentes e velhos (pois são estes que costumam ser expulsos dos territórios naturais), procuram nas fazendas alimentos e abrigos. Então, eles acabam predando galinhas, bezerros, porcos e outros animais confinados. Daí, se instala um conflito entre os fazendeiros e animais.
Antônio Rodrigues dos Santos, também conhecido como Antônio Vaqueiro, conta que teve mais de 15 galinhas predadas pela loba. Porém, mesmo assim, conta que o correto é preservar a natureza e não matar os animais. E ele está correto. Conforme a Lei de Crimes Ambientais, é crime matar animal silvestre, mesmo quando ele traz prejuízos para a propriedade rural. Em situações como estas, o recomendado é buscar ajuda de órgãos ambientais ou ainda do Corpo de Bombeiros, que irão avaliar as causas dos problemas e encontrar a solução mais adequada.
Incidentes com animais selvagens são raros, já que eles costumam evitar áreas habitadas por humanos, se for possível. Quando os animais atacam, geralmente é para defesa de filhotes, tocas ou carcaças, porém, na maioria das vezes, eles preferem fugir dos seres humanos. É válido lembrar que animais selvagens, mesmo grandes predadores, como onças pintadas e pardas não se alimentam de pessoas, portanto, não nos atacam para comer.
Uma forma de evitar a predação de animais domésticos por lobos, gatos-do-mato e outros predadores é recolhê-los à noite em um local seguro. Galinhas, por exemplo, podem ser adestradas para fazer o seu poleiro dentro de um galinheiro fechado e com tela, e não em árvores, postes e telhados. Também se recomenda não deixar animais pastarem, parirem ou abandonar carcaças de bichos na mata ao redor da propriedade.
Comunicação ICMBio
(comunicacao@icmbio.gov.br)