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Lençóis Maranhenses acolhem a tocha olímpica
Revezamento incluiu dois atrativos do parque: o Canto dos Atins, point de kitesurfe, e a Lagoa Azul. Semana que vem, símbolo das Olimpíadas passa pela Chapada dos Guimarães
Elmano Augusto
elmano.cordeiro@icmbio.gov.br
Barreirinhas – MA (13/06/2016) – O revezamento da tocha olímpica dos Jogos Rio 2016 conheceu nesta segunda-feira (13) as beleza naturais do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses e região do entorno, em Barreirinhas, no Maranhão. A chama passou por cenários paradisíacos.
O roteiro teve início à tarde, na Beira Rio, de onde seguiu em barco para o primeiro ponto de parada: os Pequenos Lençóis, na comunidade do Mandacaru, onde fica o Farol Preguiças. Em seguida, entrou no Parque Nacional, que abriga os Grandes Lençóis.
No parque, o revezamento foi feito em dois dos principais atrativos: o Canto dos Atins, point da prática de kitesurfe, e a Lagoa Azul, uma das inúmeras lagoas formadas pela água das chuvas na unidade de conservação (UC) gerida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
A praia dos Atins, no interior do parque, se coloriu para receber a chama. Samuel Ferreira, instrutor de kitesurfe, conduziu a tocha sob um céu pintado por praticantes de uma das modalidades esportivas que mais crescem na região. "É a realização de um sonho carregar a tocha olímpica num local tão especial como esse", afirmou ele.
Sobre as dunas
Na Lagoa Azul, a tocha – que deveria descer de helicóptero, mas a operação foi suspensa em cima da hora por questões técnicas – foi carregada sobre as dunas pela estudante Luana Brito e o publicitário Jota Júnior.
Luana tem 13 anos, é aluna de uma escola local e costuma se destacar em redações sobre meio ambiente. Jota Júnior, 20 anos mais velho, é dublê de publicitário e monitor ambiental e atua no parque conduzindo turistas.
Os dois não escondiam o entusiasmo de participar do evento, principalmente pelo fato de ter como cenário os Lençóis. “Tudo é muito mais maravilhoso ainda porque está acontecendo aqui no meio das dunas, à beira da Lagoa Azul, uma das paisagens mais belas do planeta”, afirmou Luana.
Jota Júnior emendou: “Todo mundo deveria, pelo menos uma vez na vida, visitar os Lençóis Maranhenses para conhecer essa bênção da natureza. É uma paisagem única, não existe nenhum outro lugar como esse. E o mais importante é saber que todo esse patrimônio é nosso, do povo brasileiro. Por isso mesmo, precisa ser preservado, mas também visitado”.
Proteção
O chefe do parque, Adriano Damato, que acompanhou a passagem da tocha no local, afirmou que sua equipe faz “o possível e o impossível” para garantir a proteção do parque, que sofre pressões por todos os lados. Um dos principais problemas é a circulação indevida de veículos (carros, quadriciclos) sobre as dunas.
Para manter conservada essa maravilha da natureza, ele busca parcerias com órgãos dos governos federal e estadual, prefeituras da região e organizações não governamentais (ONG). No momento, uma ONG faz o monitoramento de tartarugas nas praias. Já a PM ajuda nas ações de fiscalização.
Com a Prefeitura de Barreirinhas, a direção do parque mantém acordo técnico de cooperação, que estipula, entre outras coisas, a cessão de funcionário da Secretaria Municipal de Turismo para trabalhar na unidade de conservação, em apoio à equipe do ICMBio.
O prefeito Leo Costa fez questão de realçar a parceria. “Estamos trabalhando em sintonia constante com a direção do parque. Esse trabalho do ICMBio é fundamental para preservar os Lençóis, que, além de ser uma dádiva da natureza, atrai turistas, gerando emprego e renda para os moradores locais”.
Alta temporada
O fim do ciclo de chuvas, agora em junho, abre a alta temporada de turismo na região, que normalmente vai até dezembro. É o melhor período para se visitar o parque. Os dias são claros e quentes, as lagoas estão cheias d´água, ótimas para um mergulho refrescante, e a vegetação do entorno fica verdinha.
No domingo (12), na véspera da passagem da tocha, grupos de visitantes se divertiam na Lagoa Azul e no Canto dos Atins. Nos Atins, o casal Sergio Freire e Marilena Pereira, de Salvador (BA), revezava-se entre mergulhos no mar e banhos de água doce na Lagoa das Sete Mulheres. Para isso, bastava apenas cruzar uma duna. “O local é belíssimo. As dunas, lagoas e trilhas estão bem preservadas. Estamos muito felizes em conhecer esse verdadeiro paraíso na terra”, disse Freire. “Certamente, voltaremos no próximo ano”, reforçou Marilena.
O espeleólogo Adolfo Milhomem, 32 anos, e a geóloga Letícia Morais, 37, os dois de Brasília, encerravam, por volta do meio-dia, caminhada de quatro dias ininterruptos, iniciada na quinta-feira (9). Com o auxílio de um guia, eles percorreram trilha de 52 quilômetros que sai da entrada do parque em Santo Amaro e cruza boa parte dos Grandes Lençóis, passando por Betânia e Lagoa dos Bois, até chegar ao Canto dos Atins.
Durante a jornada, eles relaxaram nas inúmeras lagoas, subiram e desceram dunas, caminharam à beira do mar e, à noite, dormiram na areia mesmo, sob o céu estrelado dos Lençóis. “Essa experiência vai ficar para sempre na minha memória, no meu coração. É o lugar mais bonito que vi na minha vida. Houve dias em que só se via dunas, tudo bem branquinho. Parecia que estávamos em outro planeta”, contou Letícia.
No fim da tarde, no alto das imensas dunas que cercam a Lagoa Azul, o grupo de amigos Paulin e Salete Menegotto, Antonio Mazzaco e Zemiro Geremia, da cidade de Farroupilha, no Rio Grande do Sul, curtiam o pôr-do-sol. “É a coisa mais linda que já vi”, repetia Salete, deslumbrada com a beleza do lugar.
UCs no percurso
Na próxima semana, a chama dos Jogos Rio 2016 continuará seu percurso, passando por unidades de conservação geridas pelo ICMBio. Na sexta-feira (24), estará no Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso. A previsão é que chegue ao local por volta das 12h40, num helicóptero, que pousará no estacionamento da cachoeira Véu de Noiva (sede administrativa do parque).
Da cachoeira, será levado, de helicóptero, para a Cidade de Pedras, outro atrativo do parque, para registro de em foto e vídeo no primeiro mirante. Depois, irá para o morro São Jerônimo, novamente pelo ar. Neste local, está prevista a presença de um só condutor da tocha no topo do morro, para imagem aérea.
No dia 30, será a vez do Parque Nacional do Iguaçu , em Foz do Iguaçu (PR). Quase um mês depois, no dia 29 de julho, a tocha cruzará a Área de Proteção Ambiental de Petrópolis (RJ) para encerrar a viagem pelas UCs no Parque Nacional da Tijuca (RJ), no dia 4 de agosto, véspera da abertura das Olimpíadas. Assim, o fogo olímpico terá passado, desde o início do revezamento, por 12 unidades de conservação federais.
Comunicação ICMBio
(61) 2028-9280