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Ivi, peixe-boi fêmea, é devolvida à natureza
Publicado em
06/04/2018 18h47
Atualizado em
06/04/2018 19h37
Ela estava em tratamento na APA Costa dos Corais no litoral alagoano; reintrodução faz parte do programa de conservação de peixe-boi no Brasil.
Uma fêmea de peixe-boi foi reintroduzida à natureza após dois anos em tratamento na APA Costa dos Corais, unidade de conservação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em Porto de Pedras, Litoral Norte alagoano. Ivi, como foi batizada, foi devolvida ao mar. Ela já estava preparada para nadar sozinha.
A história do animal começou no mar de Areia Branca, no Rio Grande do Norte, onde encalhou em 2012. Os primeiros cuidados começaram nas piscinas naturais de Itamaracá, em Pernambuco. Ivi foi então levada para Alagoas, onde passou para a segunda fase do tratamento. Antes de finalmente voltar para casa, uma cinta foi colocada no animal e é nela que vão ficar os sensores de monitoramento após a soltura.
Para quem esteve e conviveu com Ivi, vai ser difícil lidar com a saudade. “Esse momento é de muita alegria, de euforia pra gente. Se ela der certo e for pra natureza se reproduzir como tantas outras que foram soltas, esse é o maior ganho que temos como profissionais”, colocou a bióloga do ICMBio, Alexandra Costa.
Ivi faz parte do programa de reintrodução executado pela APA Costa dos Corais e pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Nordeste (Cepene). "Isso é um indicativo de que o programa de reintrodução está funcionando", disse o analista ambiental Iran Normande, chefe da APA Costa dos Corais.
O peixe-boi (Trichechus manatus manatus) é o mamífero marinho mais ameaçado de extinção do país. A estimativa populacional para a espécie é de cerca de apenas 500 indivíduos distribuídos ao longo da costa brasileira.
Programa
O programa de conservação de peixe-boi no Brasil, realizado pelo ICMBio com a ajuda de parceiros, teve início em 1994 com a reintrodução de dois animais em Paripueira (AL). De lá para cá, 44 peixes-bois resgatados pelas instituições da Rede de Encalhe de Mamíferos Aquáticos do Nordestes (Remane) e reabilitados pelo Instituto foram devolvidos à natureza.
O primeiro sítio de soltura, e o único atualmente em atividade no Brasil, está localizado dentro da APA Costa dos Corais, no rio Tatuamunha, em Porto de Pedras (AL). Dentre os animais soltos, 19 (43%) são fêmeas e 25 (57%) machos. Dentre as fêmeas reintroduzidas, 15 (79%) foram soltas na APA Costa dos Corais e 4 (21%) na APA da Barra de Mamanguape, na Paraíba.
Nesse período, foram registrados o nascimento de oito filhotes. No entanto, somente quatro fêmeas foram responsáveis por estes nascimentos, sendo a fêmea Lua com quatro parições, a fêmea Tuca com duas parições, a fêmea Áira com apenas uma parição e agora Luna, também em sua primeira parição.
Dentre os filhotes registrados, todos nasceram com vida, mas dois morreram poucos dias depois do nascimento. Após os dois primeiros registros de óbito, as atividades de conservação foram a cada ano mais aprimoradas e todos os demais nascimentos vêm sendo realizados com sucesso. Nesses casos, o atendimento imediato da equipe, somado ao trabalho socioeducativo promovido nas comunidades, é o grande diferencial.
Comunicação ICMBio
(61) 2028-9280
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