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Itajaí usa imagens aéreas em operação de fiscalização
Método deu bons resultados e deve virar rotina na UC de Santa Catarina
Brasília (30/05/2012) – Agentes de fiscalização do Parque Nacional Serra de Itajaí e da Floresta Nacional de Ibirama, em Santa Catarina, promoveram com o apoio da Polícia Militar e da Polícia de Proteção Ambiental do Estado operação de fiscalização com o objetivo de investigar ranchos, acampamentos e casas construídas ilegalmente dentro do parque por caçadores ou grupos especializados no furto do palmito-juçara (Euterpe edulis), uma espécie ameaçada de extinção.
As estruturas foram identificadas por meio de imagens aéreas de dois setores específicos do parque, cujo território atinge quase 58 mil hectares. De posse das coordenadas, sem guias locais ou informações detalhadas de terceiros, a equipe se deslocou por longas trilhas em meio aos vales estreitos e íngremes, conseguindo chegar a duas edificações não autorizadas, encravadas na densa cobertura vegetal da Mata Atlântica.
A primeira delas, conforme descreveu o analista ambiental Mário Sérgio Celski de Oliveira, tratava-se de uma ampla casa utilizada para fins de lazer por moradores da cidade de Guabiruba. Diante do desmatamento constatado no local e da falta de autorização do órgão gestor da Unidade de Conservação (UC) para tal construção, os responsáveis foram identificados e vão responder a processos administrativos.
A segunda edificação foi localizada em território do município de Indaial, após quatro horas de exaustiva caminhada. Tratava-se de uma casa abandonada pelo antigo morador e que têm sido utilizada como abrigo principalmente para caçadores, como indicaram algumas das pichações nas paredes internas da edificação de madeira. A casa foi demolida.
Medida administrativa
O analista ambiental Flávio Zanquetti disse que a demolição de uma edificação não habitada é uma medida administrativa cautelar aplicada excepcionalmente pelo agente de fiscalização. Por força da legislação, somente é cabível quando houver iminente risco de agravamento do dano ambiental e quando a obra e/ou edificação não for passível de regularização.
Ainda durante a operação, uma terceira edificação foi inspecionada na localidade de Aimoré, a pedido do proprietário dos terrenos, que denunciou seu uso por caçadores e ladrões de madeira. Constatou-se que a casa vinha sendo utilizada como abrigo clandestino. Os fiscais destruíram mantimentos e utensílios domésticos encontrados no local. A demolição será providenciada pelo proprietário dos terrenos.
Mesmo antes da criação do Parque Nacional da Serra do Itajaí em 2004, a caça e a extração de palmito já constituíam graves ameaças à conservação da biodiversidade da região conhecida como “Vale Europeu”, no médio Vale do Rio Itajaí, em Santa Catarina.
Para minimizar os danos ambientais causados por tais ameaças, as equipes de proteção da UC têm efetuado ações fiscalizatórias a partir de denúncias, por meio de barreiras e de incursões por trilhas em meio à floresta.
Nas últimas semanas, no entanto, parte dos esforços dos agentes do parque e da floresta nacional concentrou-se na avaliação de imagens aéreas da UC. Os resultados obtidos mostraram-se positivos estimulando os gestores a prosseguir com o método.
Comunicação ICMBio
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