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Invasão de javalis é tema de seminário no ICMBio
Debatedores decidem elaborar plano para reduzir os impactos negativos causados pela proliferação da espécie exótica no território brasileiro
Nana Brasil
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Brasília (01/09/2016) – O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o Ministério do Meio Ambiente (MMA), o Ibama e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) promoveram, nos dias 30 e 31 de agosto, o Seminário de Nivelamento de Informações e Conhecimentos sobre a Invasão de Javalis no Território Nacional.
Realizado na sede do Instituto, em Brasília, o evento contou com a participação de pesquisadores, gestores de unidades de conservação (UCs) impactadas pela espécie, associações de tiro e caça, representantes do Exército Brasileiro, pequenos agricultores e ONGs de defesa dos animais, além de representantes do MMA, Ibama, Mapa e do próprio ICMBio.
O seminário teve como objetivo reunir os diversos atores envolvidos com o tema e nivelar as informações disponíveis a fim de subsidiar a elaboração de um Plano Nacional de Controle e Monitoramento do Javali. “Já existem muitas ações de controle em andamento, mas não há articulação entre elas. Por isso é tão importante a criação de um Plano Nacional”, avaliou João Pessoa Riograndense, coordenador-geral de Fauna e Recursos Pesqueiros do Ibama.
Espécie exótica invasora
O javali é um porco selvagem originário do continente europeu, sendo considerado, portanto, espécie exótica no Brasil (os animais foram trazidos clandestinamente para fins de criação ou introdução não-autorizada na natureza para caça). Além disso, a espécie é também classificada como invasora, uma vez que provoca diversos impactos no ambiente invadido. Presente sobretudo nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país, o javali tem vantagem competitiva em relação aos outros animais, proliferando-se rapidamente e causando graves problemas econômicos e ambientais.
Embora ainda não exista estimativa oficial da quantidade de javalis no território nacional, os prejuízos são bastante conhecidos: destruição de plantações, nascentes de rios e vegetação nativa, pressão sobre espécies ameaçadas de extinção e transmissão de doenças para outros animais. Apontado como uma das cem piores espécies exóticas invasoras do mundo, o javali é o único caso de caça autorizada no Brasil, medida de manejo regulamentada pelo Ibama para conter a invasão da espécie.
De acordo com o pesquisador da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Felipe Pedrosa, a ideia não é buscar a erradicação do javali, e sim o controle populacional da espécie, a fim de minimizar os impactos. “A erradicação só foi alcançada, com muito esforço, em ilhas; no continente isso está fora de cogitação. O que precisamos é atingir um nível ecologicamente aceitável através do controle populacional”, ressaltou o pesquisador.
Próximos passos
Para a analista ambiental do ICMBio, Tainah Guimarães, o seminário cumpriu seu papel de nivelar informações através do diálogo e da troca de experiências. “Nosso principal desafio é promover uma convergência dos diversos interesses envolvidos e, assim, viabilizar o controle populacional do javali para reduzir os impactos causados pela espécie”, afirmou.
Ainda segundo Tainah, os próximos passos desse trabalho serão uma consulta pública, agendada para o mês de outubro, e a oficina de elaboração do Plano Nacional de Controle e Monitoramento do Javali, que deve ser realizada em novembro. Por fim, “a publicação do Plano Nacional está prevista para dezembro de 2016”, concluiu a analista.
Veja o vídeo das palestras
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