Notícias
ICMBio recebe visita de secretário da Convenção sobre comércio de espécies ameaçadas
"Vocês estão na vanguarda nesse trabalho", disse John Scanlone
Brasília (27/05/2011) – O presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Rômulo Mello, e membros da Diretoria de Conservação da Biodieversidade (Dibio) receberam nesta quinta-feira (26), na sede do Instituto, em Brasília, o presidente da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (Cites, na siga em inglês), John Scanlone. Nesta sexta (27), Scanlone visita o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e conhece exemplares da biodiversidade do cerrado.
Na reunião, Rômulo falou sobre as metas do ICMBio, a metodologia utilizada nas ações de conservação e na elaboração da lista de espécies ameaçadas, que conta com a participação da sociedade científica, e a relação do Instituto com setores da indústria petrolífera e energética, cujas obras podem causar impacto sobre o meio ambiente, em especial o habitat das espécies.
O secretário da Cites admitiu semelhanças entre a realidade do Brasil e a da Austrália, sua terra natal. “É compreensível o desafio de se posicionar frente a agendas tão pesadas como a de petróleo e de energia, e esse trabalho de trazer a sociedade científica para o processo de construção das listas dessas espécies é fundamental. Vocês estão na vanguarda nesse trabalho”, elogiou John Scanlone.
Rômulo destacou que, embora audaciosas, as metas do Instituto na área de preservaçao de espécies ameaçadas são viáveis. “Queremos que 100% das espécies tenham Planos Nacionais de Açao para Consrvação (PAN), e vê-los executados”, destacou Mello na reunião. Em 2006 foram elaborados 14 planos; em 2010, 146; e neste ano serão mais 230.
O monitoramento da execução dos PANs contribui para a avaliação do status de conservação da espécie ameçada. A avaliação envolve 11 centros do Instituto, 720 pesquisadores e 11 instituições de pesquisa científica. Em oficinas e workshops eles definem o status de conservação da espécie, seguindo metodologia da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, sigla em inglês).
“A chancela final se dá com a publicação dos resultados da avaliação em nossa revista científica virtual, a BioBrasil, e esta é a etapa em que o Instituto valida as informações discutidas e definidas por essas instituições, e chancela que aquela espécie está ameaçada de extinção”, acrescentou o diretor da Dibio, Marcleo Marcelino.
Em 2010 foram feitas 630 avaliações. A previsão é de que 2 mil espécies sejam avaliadas e até 2014, abarcando todos os vertebrados e parte dos invertebrados. Pela distribuição da espécie e seu status de conservação, o ICMBio gera mapas e define regras de uso públio e de manejo.
O diretor Marcelo destacou, ainda, o trabalho que tem sido feito para apresentar esses mapas a setores como o de petróleo ou de produção energética. “Nunca na história havia-se conseguido sentar com instituições que cuidam dessa agenda desenvovimentista e mostrar onde pode haver exploração sem consequências irreversíveis de perda da biodiversidade”, frisou Mello.
Outro desafio tem sido a criação de unidades de conservação federais onde vivem essas espécies ameaçadas de extinção, além do combate ao comércio ilegal desses animais. “Temos 340 solicitações de criação de novas Unidades em análise dentro do Instituto”, acrescentou Mello.
Além desses dados, o presidente Rômulo apresentou o Instituto e sua missão, o leque de atuação da autarquia, além de dados sobre o avanço na conservação da biodiversidade brasileira.
Ascom/ICMBio
(61) 3341-9280