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Atlas mapeia espécies ameaçadas nas Unidades de Conservação
Um dos objetivos do Atlas é possibilitar uma primeira avaliação da eficiência do Sistema Nacional de Unidades de Conservação-SNUC
José Roberto Lima
jroberto.lima@icmbio.gov.br
Brasília (11/04/2011) - Os brasileiros ainda devem se lembrar da história da perereca (na verdade uma rã) que embargou uma obra do PAC, o Arco Metropolitano do Rio de Janeiro. A obra foi interrompida no interior da Floresta Nacional Mário Xavier, no município de Seropédica, quando se constatou que a passagem da rodovia naquele trecho destruiria o único habitat conhecido da espécie Physolaemus soaresi. Este animalzinho, com tamanho médio de 2 cm, é uma das 314 espécies ameaçadas de extinção que integram o Atlas da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção em Unidades Federais.
O Atlas, que será lançado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade- ICMBio nesta segunda-feira (11/4), é resultado do esforço de mais de uma centena de pessoas que buscaram informações sobre ocorrências de espécies, fotos, sugestões e todo tipo de apoio para tornar possível a elaboração do projeto.
Entre as fontes consultadas para elaboração do Atlas estão o Livro Vermelho da Fauna Ameaçadas de Extinção bem como inúmeros Planos de Manejo de Unidades de Conservação e Planos de Ação para Conservação de Espécies Ameaçadas.
O objetivo do Atlas é possibilitar uma primeira avaliação da eficiência do Sistema Nacional de Unidades de Conservação- SNUC na proteção das espécies da fauna ameaçadas de extinção. Os primeiros resultados indicaram, por exemplo, que as informações disponíveis não ofereciam uma ideia sobre o conjunto de ocorrências de espécies ameaçadas em unidades de conservação, uma vez que os dados estavam dispersos e armazenados em formatos distintos e, em muitos casos, de difícil acesso.
No total, foram compilados 1.333 registros de 314 espécies da fauna ameaçada, em 198 UCs federais. Por exemplo, na Mata Atlântica, a unidade com maior número de registros é a Reserva Biológica de Sooretama, no Espírito Santo: 33 no total. Com 32 registros, também na Mata Atlântica, estão a Estação Ecológica de Murici (AL) e o Parque Nacional da Serra dos Órgãos (RJ).
Já, por exemplo, no bioma Marinho/Costeiro registraram-se 26 espécies ameaçadas na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo, em Santa Catarina, e 24 no Parque Nacional Marinho de Abrolhos, na Bahia. Outro exemplo vem do bioma Cerrado, onde os destaques ficaram com o Parque Nacional das Emas (25) e Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (22), ambos em Goiás.
O Atlas relaciona, ainda, as 20 espécies ameaçadas com ocorrências em maior número de unidades de conservação. A espécie mais registrada foi a onça-pintada (Pantera onca), localizada em 59 UCs, em todas as regiões e biomas brasileiros, seguida da jaguatirica (Leopardus pardalis mitis) com ocorrência em 45 UCs e o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) em 39 UCs.
O Atlas foi elaborado pela equipe da Coordenação de Análise e Prognóstico da Biodiversidade – COAPRO. Críticas e sugestões favor entrar em contato pelo e-mail : coapro@icmbio.gov.br.
Ascom/ICMBio
(61) 3341-9280