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Instituto Chico Mendes realiza primeiro Encontro de Gestores com 350 participantes em Foz do Iguaçu
- Foto: Andre Fontana
Aconteceu na noite do dia 14 de outubro a abertura do 1º Encontro de Gestores do Instituto Chico Mendes, evento inédito nos 17 anos de existência do ICMBio. Pela primeira vez, os gestores de unidades de conservação e de centros de pesquisa são reunidos com a direção do instituto em um evento próprio.
O encontro reúne servidores de todas as regiões do país que exercem funções de chefia no Instituto. São gestores de Parques Nacionais, Reservas Extrativistas, Estações Ecológicas, Áreas de Proteção Ambiental, entre outras categorias do Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Os chefes dos 14 Centros Nacionais de Pesquisa em Biodiversidade também estão presentes no evento, que acontece no hotel Wish em Foz do Iguaçu até o dia 18 de outubro.
A ministra Marina Silva participou da abertura e ressaltou a importância do trabalho dos gestores do Instituto Chico Mendes, uma vez que as unidades de conservação são fundamentais para o nosso futuro. A ministra lembrou-se da frase que sua mãe lhe dizia: “de onde se tira e não se bota, um dia se acaba”. Segundo Marina Silva, o trabalho que o Instituto Chico Mendes desempenha é estratégico e fundamental. “Não dá para continuarmos gastando bilhões para a recuperação e ajuda humanitária de desastres, quando a gente pode, usando o princípio da precaução, fazer a diferença”.
Em sua fala, o presidente do Instituto Chico Mendes, Mauro Pires, afirmou que “somos o órgão mais importante do Brasil”, uma vez que, sem um planeta habitável e sem biodiversidade, não há vida. “O Instituto Chico Mendes cuida da natureza com as pessoas e para as pessoas. Não é à toa que o instituto foi batizado com o nome de Chico Mendes, uma referência internacional na defesa do planeta”.
O secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, que foi o primeiro presidente da história do Instituto, comparou o orçamento público do Serviço Nacional de Parques dos Estados Unidos com os valores disponíveis para o Instituto Chico Mendes, que gerenciam áreas similares em quantidade de hectares e diversidade de ambientes. Segundo o secretário, enquanto os Estados Unidos investem mais de três bilhões de dólares por ano, o Brasil não chega a duzentos milhões de dólares. “Estamos longe do que gostaríamos que fosse, enfrentamos muitas dificuldades, mas os resultados que conseguimos até agora mostram que estamos no caminho certo”.
A secretária de biodiversidade, florestas e direitos dos animais do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Rita Mesquita, enfatizou a importância do Sistema Nacional de Unidades de Conservação e da gestão participativa das áreas protegidas. Ao se dirigir a plateia, afirmou que “vocês representam o SNUC, a diversidade de categorias e objetivos de conservação, que precisam estar integrados”.
O chefe do Parque Nacional do Iguaçu, Jose Ulisses dos Santos, agradeceu a presença de todos e desejou um ótimo evento aos participantes. Como anfitrião do Encontro, Ulisses explicou como foi financiada a execução do evento: “Estamos honrados em poder proporcionar esse importante encontro, o sucesso da concessão do Parque Nacional do Iguaçu permite que, por meio dos encargos acessórios, possamos oferecer a toda instituição essa importante oportunidade de integração e alinhamento institucional”.
Na programação do encontro estão previstas palestras, apresentações e atividades em grupo relacionadas à gestão do Instituto, além de visitas técnicas ao Parque Nacional do Iguaçu. No dia 15, a programação iniciou com a palestra “A Utopia do Futuro”, com o professor titular de Ecologia da UFRJ e da Cátedra Unesco de Alfabetização em Futuros, e curador do Museu do Amanhã (RJ), Fábio Scarano.
Leia a carta do Presidente do Instituto a todos os servidores sobre o encontro:
Caríssimas e caríssimos colegas,
É com grande entusiasmo e expectativa que vejo se aproximar o 1º Encontro de Gestores do Instituto Chico Mendes, evento que imaginei desde a minha chegada na presidência. Realizar o Encontro, com tamanha magnitude, diversidade regional e pluralidade, dedicado a integrar gestoras e gestores de unidades de conservação, NGI, coordenações e gerências regionais, centros de pesquisa em biodiversidade e dos macroprocessos da sede do Instituto, decorre da certeza de que somente com a integração e a unidade entre nós é que os desafios podem ser superados.
Somos responsáveis por algo como 10% do território continental e 26% das áreas marinhas do Brasil. Nossas unidades de conservação vão de norte a sul, de leste a oeste. Conservamos desde grandes paisagens, ilhas oceânicas e ecossistemas até espécies e seus genes, promovemos a garantia territorial e o desenvolvimento de diferentes grupos humanos, somos muito poucos e gerimos recursos insuficientes.
Para dar certo o nosso trabalho, para cumprir nossa missão, temos que estar mais integrados, compartilhando os acertos, refletindo sobre os erros e abertos à inovação. O ICMBio, que está no Chuí, deve ser o mesmo que está no Oiapoque. O ICMBio, que fiscaliza e protege, deve ser o mesmo que induz e promove o desenvolvimento. As unidades de proteção integral se somam às de uso sustentável formando um todo, constituindo um sistema que não apenas é o maior do mundo como o mais rico e variado.
Somos sim diversos, temos distintos olhares, mas comungamos o mesmo propósito, compartilhamos diariamente a nossa missão, batalhamos incansavelmente por um mundo melhor. Inevitavelmente, portanto, temos que estar mais alinhados, integrados, ainda que espacialmente distantes, ainda que em biomas e ecossistemas distantes, ainda que gerindo áreas de diferentes categorias. Esse é o propósito do 1º Encontro.
Transformá-lo em realidade se revelou um desafio complexo. Não foi fácil separar tempo e energia para preparar um evento com essa dimensão, quando no nosso cotidiano constantemente enfrentamos dificuldades e adversidades. Ora é a escassez de pessoal, recursos financeiros e estrutura, ora são as emergências ambientais, os incêndios em especial, ora são as adversidades que sugam bastante do esforço institucional para serem superados. Nesse cenário de desafios e restrições, a decisão por realizar o Encontro não foi simples, mas não tenho dúvida de que foi acertada.
A organização desse evento foi precedida de muito preparo e discussão, e envolveu o levantamento dos temas que cada gestor gostaria de ver tratados, bem como a realização de cinco seminários regionais online, que contaram com a participação de quase todos os gestores de unidades de conservação do País. Buscou-se ao máximo contemplar temas e interesses, mas muitos tópicos ficaram de fora.
Sabemos que o Encontro não será o idealmente imaginado por cada um, mas é o que conseguimos fazer, com todo esmero e colaboração de muitos. Naturalmente, não é possível contar com a presença de todos os servidores, e mesmo restringi-lo somente a gestoras e gestores trouxe grandes dificuldades. Será, contudo, uma oportunidade única para reafirmarmos, em meio às adversidades, nossa identidade coletiva e nosso compromisso com a conservação da natureza.
Espero que esse seja o primeiro de muitos encontros, cada um acrescentando mais tijolos à construção do nosso Instituto cada vez mais forte, resiliente e preparado para atender aquilo que a sociedade brasileira espera.
Conto com o empenho de cada um para reforçar e vivenciar os valores e ideais que nutrem o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade desde a sua criação.
Com afeto,
Mauro Pires
Presidente do Instituto Chico Mendes
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