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Instituto Chico Mendes realiza levantamento de moradores das Resex Baixo Rio Branco-Jauaperi e Rio Unini
- Foto: Lucas Alexandre Ferrari/NGI Novo Airão
Ao longo de agosto e setembro, a equipe do Núcleo de Gestão Integrada Novo Airão realizou o levantamento de famílias na Reserva Extrativista (Resex) do Baixo Rio Branco-Jauaperi e na Resex do Rio Unini. O objetivo foi cadastrar todos os moradores e usuários das Unidades de Conservação de Uso Sustentável sob a jurisdição do NGI Novo Airão, como parte de um esforço nacional da Coordenação de Populações Tradicionais do ICMBio, em parceria com a Fundação Espírito-Santense (FEST) e com os moradores das UCs. A iniciativa está relacionada à retomada do programa Bolsa Verde, que remunera famílias de baixa renda em áreas de conservação pelos serviços ambientais prestados.
Após meses de planejamento, ajustes logísticos e treinamento promovido pela FEST, as atividades tiveram início na Resex Baixo Rio Branco-Jauaperi. A equipe partiu do porto de Novo Airão e passou 16 dias percorrendo as 19 comunidades da Resex, que se estende por três rios — Jauaperi, Negro e Branco — e abrange os estados do Amazonas e Roraima, diversidade geográfica que impõe desafios logísticos e de abordagem. Criada em 2018, a unidade recentemente constituiu seu conselho deliberativo, uma ação que ocorreu em paralelo ao cadastramento das famílias.
Lucas Alexandre Ferrari, coordenador de campo, destacou: "No Baixo Rio Branco-Jauaperi, apesar dos grandes desafios relacionados à complexidade do território, fomos acolhidos pelos moradores e conseguimos responder a muitos de seus anseios e inseguranças, muitas vezes motivados por notícias falsas sobre o trabalho do Instituto Chico Mendes. O sucesso da expedição se deveu ao diálogo constante que estabelecemos nas comunidades, sempre ressaltando o caráter participativo da gestão da Unidade de Conservação."
Na Resex do Rio Unini, a equipe dedicou 13 dias ao trabalho, enfrentando não apenas os desafios do território e a aplicação dos questionários, mas também os efeitos da estiagem, fenômeno agravado pelas mudanças climáticas. A rápida vazante do rio exigiu alterações constantes no planejamento da equipe, que precisou utilizar lanchas leves para acessar as comunidades, já impactadas pela dificuldade de deslocamento e escoamento das cadeias produtivas. Mesmo assim, as atividades foram concluídas com sucesso, e a equipe conseguiu coletar os dados de todas as famílias das 10 comunidades, garantindo o amplo acesso ao programa.
Os questionários aplicados cobriram uma extensa gama de temas, desde dados básicos dos moradores até as condições de vida e moradia, além das atividades produtivas locais. Essas informações não apenas garantem o acesso ao Bolsa Verde, mas também fornecem um diagnóstico robusto das Resex, permitindo um planejamento mais eficaz das políticas públicas. Tanto na Resex do Rio Unini quanto na do Baixo Rio Branco-Jauaperi, o trabalho contou com a parceria dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) de Novo Airão e Barcelos, que realizaram atualizações do Cadastro Único, necessário para a adesão ao programa.
"Participar do levantamento das famílias nas Reservas foi uma experiência profundamente gratificante, marcada pela emoção de saber que esse trabalho será fundamental para levar políticas públicas que contribuirão para a manutenção dos modos de vida dos comunitários em harmonia com a conservação da natureza”, afirma Antônio Eduardo Moreno, ponto focal da Área Temática de Gestão Socioambiental do NGI Novo Airão e um dos entrevistadores.
As atividades não se encerram com o fim da expedição. Os moradores que não estavam presentes durante as entrevistas são convidados a comparecer ao escritório do NGI Novo Airão para responder os questionários relativos aos domicílios em que não foram encontrados moradores, cabendo, após isso, aos conselhos das Reservas Extrativistas deliberar quanto as famílias beneficiárias.
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável relacionados:
Com informações da Resex do Baixo Rio Branco-Jauaperi e Resex do Rio Unini
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