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Instituto Chico Mendes participa de ação de educação ambiental sobre fogo e queimadas nas Terras Indígenas do Oiapoque
Ação de educação ambiental - Foto: Vinicius Cosmo Bevegnu/PNCO
A equipe do Parque Nacional do Cabo Orange (PNCO) participou de uma atividade de Educação Ambiental sobre fogo e queimadas nas escolas das Terras Indígenas do Oiapoque, vizinhas à unidade de conservação, com algumas áreas de sobreposição, onde vivem os povos, Karipuna, Galibi Kali’na, Galibi Marworno e Palikur, realizada entre os dias 02 e 17 de setembro.
A atividade é o desdobramento final de um projeto realizado pela Associação de Mulheres Indígenas em Mutirão (AMIM) e os Agentes Ambientais Indígenas do Oiapoque (Agamin), em parceria com o Instituto de Pesquisa e Formação Indígena (Iepé) e o Instituto Chico Mendes. O projeto da AMIM teve como objetivo a elaboração de uma cartilha que tivesse o fogo e queimadas como tema principal, para ser distribuída nas escolas indígenas.
Conforme Renata Lod, indígena Galibi Kali’na e coordenadora da AMIM, a motivação para o projeto data do verão de 2022. A liderança conta que “a AMIM percorreu todas as aldeias das três Terras Indígenas do Oiapoque e vimos, especialmente nos rios Uaçá e Urucauá, muito fogo e fumaça e o desespero das aves na tentativa de proteger seus ninhos. Ao longo do rio Curipi ouvimos muitos relatos sobre a quantidade de fumaça e o quanto estavam secos os poços e rios.”
“Pensamos que tínhamos que fazer algo para conscientizar nossos parentes sobre o perigo de continuar com algumas formas de queimada, pois o planeta e o clima estão se modificando cada vez mais, especialmente pela ação humana, e essa mudanças não são positivas para a gente, para os rios, animais e florestas”, explica a coordenadora da AMIM.
Essa preocupação se ampliou com as queimadas ocorridas nas TIs do Oiapoque no verão de 2023, que, conforme a análise do PNCO, queimaram uma área de aproximadamente 50 mil hectares, quase 10% de todo o território.
A cartilha “Fogo: Usos e Cuidados”
Para produzir a cartilha, os Agamin participaram de duas oficinas nos meses de março e maio. Durante as oficinas, foram discutidas questões sobre os usos tradicionais do fogo pelas comunidades e os problemas e perigos que as queimadas descontroladas podem trazer.
A partir dessas discussões, os Agamin produziram textos e desenhos explicativos sobre esses temas para comporem a cartilha. Além dos textos em português, foram feitas traduções para suas línguas maternas. O resultado foi um material inédito em quatro línguas (Português, Kheuol Karipuna e Kheuól Galibi Marworno/Línguas Crioulas, e Parikwaki/Língua Aruak). Além de impressa, a cartilha também está disponível em formato digital e pode ser acessada gratuitamente em: institutoiepe.org.br.
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