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Instituto Chico Mendes e Ibama enviam quatro aviões para reforçar combate a incêndios florestais no Pantanal
Avião que auxilia brigadistas joga água no incêndio florestal que atinge o Pantanal - Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
Para auxiliar no combate aos incêndios florestais que atingem o Pantanal, o Instituto Chico Mendes (ICMBio) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) enviaram quatro aviões do tipo Air Tractor para lançamento de água, apoiando brigadistas, bombeiros e voluntários que estão na linha de frente. A situação no bioma foi agravada pela mudança climática, seca extrema e falta de chuvas.
Atualmente, as ações do Instituto Chico Mendes na região norte do Pantanal contam com brigadistas dos Parques Nacionais do Pantanal; de Brasília; e da Chapada dos Guimarães. O combate é realizado em conjunto com Ibama/Prevfogo, Ministério da Defesa, Corpos de Bombeiros de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, além de instituições parceiras e voluntários.
Além dos quatro aviões Air Tractor enviados ao bioma, foram disponibilizadas viaturas 4x4, helicóptero e embarcações do ICMBio, UTVs e rodofogo do Ibama. Voluntários e parceiros também apoiam as ações com embarcações próprias. No Parque Nacional do Pantanal Mato-Grossense, por exemplo, o combate ocorre com o apoio de helicópteros do ICMBio e do estado do Mato Grosso, e próximo à margem do Rio Paraguai, embarcações do Instituto Chico Mendes também estão em uso.
O período de seca no Pantanal historicamente ocorre no segundo semestre, mas o bioma já enfrenta um aumento dos focos de incêndio. A dificuldade de acesso às áreas e o calor extremo complicam o combate às chamas, que também é realizado durante a noite.
Alerta
O Instituto Chico Mendes alerta que qualquer uso de fogo no Pantanal, seja para roçados, limpeza, renovação de pastagem ou queima de lixo, é extremamente perigoso. Os estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul proibiram o uso do fogo para qualquer atividade.
A situação atual dos incêndios florestais no bioma pode ser a pior registrada, se comparada aos incêndios florestais ocorridos em 2020, quando a área queimada no Pantanal foi 376% maior que a média anual. No mesmo ano, um estudo apoiado pelo ICMBio na revista Nature estimou que 17 milhões de animais vertebrados foram mortos. Isso demonstra a gravidade das ocorrências em 2024 e acende um alerta para uso do fogo neste momento, que está proibido até dezembro de 2024.
Brigadistas
Os brigadistas são agentes temporários ambientais contratados pelo Instituto Chico Mendes (ICMBio) por períodos de até dois anos, com possibilidade de renovação por mais um ano, o que pode totalizar até três anos de serviço. Eles são servidores públicos temporários, selecionados por meio de um processo seletivo simplificado. Os candidatos passam por um teste de aptidão física (TAF) e um teste de habilidade com uso de ferramenta agrícola (THUFA), sendo selecionados com base nos resultados obtidos no curso de formação, que dura uma semana.
No THUFA, é avaliada a habilidade do candidato no manuseio da enxada e do rastelo. Eles precisam capinar e retirar a matéria orgânica de um terreno até a exposição do solo mineral. Uma das principais atividades de prevenção inclui a construção de aceiros As faixas de solo sem vegetação, que impedem a propagação do fogo, construídas como prevenção, antes da ocorrência dos incêndios, são nomeadas aceiros, enquanto as faixas de solo sem vegetação construídas durante o combate aos incêndios fazem parte dos métodos de combate indireto, sendo nomeadas linhas de defesa, a partir das quais são realizadas as queimas de expansão para controlar o avanço das linhas de fogo proveniente dos incêndios
Durante o curso de formação, os alunos recebem aulas teóricas e práticas sobre ecologia e comportamento do fogo, métodos de combate, uso e manutenção de ferramentas e equipamentos, além de ética no serviço público. Ao final do curso, os candidatos são classificados de acordo com as notas obtidas por seu desempenho, e contratados para as vagas disponíveis.
Os agentes temporários ambientais recebem de um a dois e meio salários-mínimos, conforme o nível do cargo ao qual são contratados (nível 1 - brigadista, nível 2 - chefe de esquadrão, nível 3 – chefe de brigada). Eles também recebem benefícios como auxílio-alimentação e transporte, entre outros previstos na legislação. Antigamente vista como uma atividade exclusiva de homens, atualmente é comum a participação de mulheres nas brigadas.
Todo brigadista recebe equipamentos de proteção individual, incluindo:
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Coturno
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Meias
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Calças
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Cinto
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Camisetas
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Gandola
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Balaclava
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Boné
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Capacete
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Óculos
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Cantil
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Facão
Para as atividades em campo, as brigadas utilizam ferramentas e equipamentos específicos, como:
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Abafador: composto por um cabo de madeira com uma manta de borracha grossa, utilizado para "bater" o fogo e apagar as chamas eliminando o ar.
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Soprador: ou turbo sopro, um equipamento motorizado que substitui o abafador, apagando as chamas por meio de vento forte concentrado.
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Bomba costal: utilizada para lançar água e resfriar a vegetação que estava em chamas, sempre em combinação com o abafador ou soprador.
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Pás e enxadas: utilizadas para retirar a vegetação até o solo mineral, na construção de aceiros e linhas de defesa e para cavar trincheiras no combate ao fogo subterrâneo.
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Motobombas e mangueiras: utilizadas para lançar água e resfriar a vegetação, instaladas em lagos, rios, ou piscinas móveis montadas em campo.
Para a movimentação e trabalho das brigadas em campo, o Instituto Chico Mendes dispõe de viaturas próprias, como caminhonetes com tanques de água, quadriciclos e UTVs adaptados para combate a incêndios florestais, além de caminhões-pipa, caminhões de transporte de pessoal e os modernos caminhões Auto Bomba Tanque Florestal - ABTF.
Os caminhões ABTF são veículos especializados usados no combate a incêndios florestais. Eles são equipados com um tanque de água de grande capacidade, bombas de alta pressão e diversos equipamentos necessários para combater incêndios em áreas florestais e rurais. Esses caminhões são projetados para operar em terrenos difíceis e possuem características que permitem acesso a áreas onde outros veículos de combate a incêndio teriam dificuldade de chegar.
Sala de Situação
Na última sexta-feira (14/6), o Governo Federal criou a sala de situação para ações de prevenção e controle de incêndios e secas em todos os biomas, com foco inicial no Pantanal.
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável relacionados:
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