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Instituto Chico Mendes e Força Nacional trabalham para evitar que fogo se alastre para áreas de campo no Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense
Incêndio no interior do Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense - Foto: Whashigton Luiz Mota/ICMBio
Brigadistas do Instituto Chico Mendes e bombeiros militares da Força Nacional combatem dois focos de incêndios florestais no interior do Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense, na porção central da unidade de conservação federal. A preocupação é evitar que os focos de incêndios florestais avancem para áreas de campo na UC, onde as linhas de fogo ficam mais extensas e de difícil combate. No momento, os dois focos combatidos encontram-se na fase de monitoramento e vigilância.
Uma equipe de sete combatentes iniciou ontem (10) pela manhã o combate ao segundo foco de incêndio ativo em um “corixo” na região central do Parque Nacional. A equipe de combatentes deslocou-se da sede da unidade de conservação pela manhã, em helicóptero do modelo Pantera, do Exército Brasileiro e pernoitou na área realizando o combate direto e indireto ao incêndio.
Entre segunda-feira (8) e terça-feira (9), as equipes combateram outro foco de incêndio na porção central do Parque Nacional, que também está na fase de monitoramento e vigilância, com a permanência de uma equipe de quatro brigadistas nos locais, para evitar reignições. As equipes têm se revezado nos locais em turnos de 24 horas para manter a vigilância e evitar que o fogo reacenda e propague para novas áreas.
As baixas temperaturas registradas com a chegada de frente fria na região do Pantanal, embora melhorem as condições para o combate às chamas, são mais um desafio para os brigadistas, que pernoitam em barracas em áreas onde o frio é intenso. Em campo, os brigadistas se alimentam com kits de rações de combate fornecidas pelo Exército Brasileiro.
O incêndio no interior do Parque Nacional ocorre em áreas isoladas, que são acessíveis apenas com transporte dos brigadistas e equipamentos por helicópteros. As turfas características do solo do Pantanal tornam o combate mais complexo, exigindo a confecção manual de trincheiras nas linhas de defesa contra o avanço do fogo, as quais são cavadas retirando o material combustível até a camada de solo mineral.
O incêndio atual no Parque Nacional teve causa natural, por raio, e foi originado em outubro do ano passado. Apesar de ter sido controlado no final de 2023, o fogo se manteve adormecido no subsolo, tendo reaparecido em algumas ocasiões, e com o avanço do tempo seco a partir dos meses de maio e junho deste ano, o fogo passou a atingir o leito seco dos corixos, por onde tem se propagado. Neste ano, a estimativa é que o fogo tenha atingido mais de 12 mil hectares na unidade de conservação.
Anteontem (9) foi realizado voo de reconhecimento em helicóptero modelo Esquilo da Marinha, para avaliação do incêndio no Parque Nacional pelo Comando do Incidente. As informações coletadas durante o voo de reconhecimento permitem melhor planejamento das atividades de combate em solo, tendo em vista os resultados esperados e a segurança das equipes em campo. Novo voo de reconhecimento deve ser realizado hoje.
Fogo adentra RPPN Dorochê e perde intensidade
Apesar dos esforços realizados no foco de incêndio na região nordeste do Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense durante o final de semana, com a abertura manual de mais de três quilômetros de linhas de defesa com trincheiras para tentar evitar o avanço do fogo, o incêndio florestal atingiu parte da Reserva Particular do Patrimônio Natural Dorochê na segunda-feira (8). Com as baixas temperaturas dos dois últimos dias, o incêndio perdeu intensidade no local. A constatação foi feita durante o voo de reconhecimento realizado anteontem. O Comando do Incidente continuará monitorando o local e avalia que devido ao solo de turfa, pode haver focos ainda latentes que podem reacender posteriormente.
“O fogo é dinâmico. Destacamos a importância de realizar o monitoramento e vigilância dos focos para as equipes em campo após o combate, é necessário que esse trabalho seja feito de forma muito criteriosa. Muitas vezes parece que o fogo acabou, mas vem dias de calor e tempo seco, e os focos ressurgem e precisam ser combatidos novamente, com rapidez e segurança.”, pondera o Chefe de Operações do Sistema de Comando de Incidente da Operação Pantanal Norte 2024 no Parque Nacional, Rodrigo Amaral.