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Incêndio controlado no Parque Nacional da Serra de Itabaiana
Cerca de 90,5 hectares foram consumidos pelo fogo
Victor Souza
victor.souza@icmbio.gov.br
Cabedelo-PB (30/01/2013) - Cerca de 90,5 hectares foram queimados no incêndio que atingiu o Parque Nacional da Serra de Itabaiana, em Sergipe, na última semana. O dado foi confirmado pelo chefe da unidade de conservação (UC), Marleno Costa, que se pronunciou oficialmente sobre o incidente.
Segundo Marleno, o fogo se alastrou na manhã do dia 23, causado por um morador de uma comunidade vizinha que decidiu queimar o solo da roça para limpeza da terra. Sem ter tomado os devidos cuidados, ele perdeu o controle sobre o fogo que adentrou o território do parque – situado entre os municípios de Areia Branca e Itabaiana.
O incêndio só foi controlado três dias depois, explicou Marleno, “através de combate direto realizado por brigadistas da UC, voluntários, moradores locais e integrantes do Corpo de Bombeiros; e do lançamento de água por aeronave conseguida pela unidade junto ao Grupo Tático Aéreo da Policia Militar do Estado de Sergipe”.
Ainda de acordo com o chefe do parque, a recuperação da zona atingida pelo fogo cabe ao tempo. Vai depender da intensidade de chuvas e a manutenção da área queimada sem uma nova ocorrência de incêndio”, destacou Marleno. Ele também salientou que foram registrados óbitos de animais pequenos, como escorpiões e lagartos.
Sobre o parque
Criado por Decreto presidencial em 15 de junho de 2005, o Parque Nacional da Serra de Itabaiana engloba 7.966 hectares e é vinculado à Coordenação Regional 6 (CR6) do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Trata-se de uma área de alta importância para a conservação da biodiversidade no Estado de Sergipe, situada em uma zona de transição dos biomas Mata Atlântica e Caatinga e dispondo de características e atributos naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica.
Estudos científicos realizados em 2005, sob coordenação da Universidade Federal de Sergipe (UFSE) indicaram na região uma composição faunística com a presença de espécies endêmicas e ameaçadas de extinção. Foram identificadas 16 espécies de serpentes, 24 de anfíbios, 123 de aves, 59 de abelhas, 17 de lagartos e 62 de mamíferos.
A área do parque também resguarda recursos hídricos de significativa importância para o abastecimento de inúmeras comunidades de Sergipe, inclusive de parte da capital, Aracaju. Destacam-se os rios Jacarecica, Cotinguiba e Poxim – este último responsável por abastecer cerca de 30% da Grande Aracaju.
Além da relevância de sua biodiversidade, a Serra de Itabaiana, que integra a área do parque nacional, é dotada de valor histórico e cultural por ser uma das referências da história de Sergipe, devido ao processo de exploração holandesa pela busca das minas de prata da região. É também um repositório de lendas e mitos, constituindo-se como objeto do imaginário popular e da identidade da região agreste de Itabaiana, tendo forte relação com aspectos da religiosidade que historicamente domina os costumes e a vivência de seus habitantes.
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