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Impactos do petróleo e gás no mar são tema de oficina
Publicado em
26/07/2018 18h11
Encontro definiu os principais impactos e alvos de conservação associados às atividades de petróleo de gás natural, que serão utilizados na preparação dos Planos de Redução de Impactos sobre a Biodiversidade (PRIM).
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) promoveu, na semana passada, a Oficina de Planejamento do Plano de Redução de Impacto da Exploração de Petróleo e Gás Natural sobre a Biodiversidade (Oficina PRIM-PGMar). O objetivo do encontro foi discutir amplamente o tema e consolidar, de forma participativa, a metodologia da seleção dos alvos da biodiversidade diretamente impactados pela atividade petrolífera, buscando compatibilizar a exploração do recurso com a conservação.
A oficina faz parte do processo de elaboração dos Planos de Redução de Impactos sobre a Biodiversidade (PRIM), que tem o objetivo de reduzir as ameaças a diversas espécies como peixes, moluscos, tartarugas, baleias, que, constam na lista de espécies ameaçadas. O Plano quer evitar, mitigar e compensar os impactos advindos dos vetores de ameaça mais impactantes à biodiversidade brasileira como: infraestruturas viárias terrestres, hidrelétricas, mineração e petróleo e gás. O planejamento sistemático da conservação mostra áreas de conflitos e oportunidades para a conservação da biodiversidade levando em consideração cada uma destas ameaças. Assim, o PRIM subsidiará o processo decisório relativo ao local dos empreendimentos, a proposição e aplicação de medidas mitigadoras, e a destinação dos recursos provenientes da compensação ambiental.
Durante a Oficina, foram definidos os principais impactos (possíveis de serem mapeados) associados às atividades de petróleo de gás natural: o risco de colisão com embarcações, a degradação de habitat (advinda principalmente poluição química causada pelos derrames de óleo, resíduos e descartes das plataformas), a perda de habitat (resultado da instalação de plataformas e portos), e o risco de introdução de espécies exóticas invasoras. Na Oficina foram também definidos os critérios para seleção dos alvos de conservação mais sensíveis à atividade petrolífera, incluindo não apenas elementos da fauna e da flora, mas também habitats específicos (recifes, restingas, costões rochosos, apicuns, etc.) e serviços ecossistêmicos.
A partir dos encaminhamentos da Oficina, os Centros de Pesquisa do ICMBio ajudarão a apontar a sensibilidade das espécies impactadas, para, assim, tornar possível o mapeamento das áreas de conflitos e oportunidades entre a exploração petrolífera e a biodiversidade marinha e costeira. O relatório final e todos os produtos gerados no PRIM-PGMar serão disponibilizados para servir de apoio aos órgãos ambientais e empreendedores do setor petrolífero nos processos de licenciamento ambiental e planejamento setorial, garantindo o uso racional dos recursos naturais e a conservação de espécies e ecossistemas ameaçados.
Mapas de Conflitos e Oportunidades
Os PRIM se baseiam em dois grandes grupos de informações: (1) um mapa de impactos associados ao vetor de ameaça e (2) um mapa de sensibilidade, construído a partir da distribuição espacial dos alvos de conservação. Essas duas informações (o mapa de impactos sobreposto ao mapa de sensibilidade) fornecem um terceiro produto batizado de “Mapas de Conflitos e Oportunidades”. O mapa final indica, antes do início do processo licitatório, áreas de grande sensibilidade às atividades petrolíferas, antecipando a probabilidade de o impacto ocorrer numa determinada área, auxiliando a escolha locacional e sugerindo o direcionamento do empreendimento para áreas de menor sensibilidade onde o empreendimento demandaria um licenciamento ambiental menos complexo e com menos gastos com medidas mitigadoras.
A oficina foi organizada pela Coordenação de Ações Integradas para Conservação de Espécies (COESP/DIBIO) e financiada pelo Projeto Áreas Marinhas e Costeiras Protegidas – GEF Mar, realizado na sede do Instituto, em Brasília.
A reunião contou com a presença de representantes de setores governamentais e não-governamentais ligados à temática (ANP, EPE, IBAMA, MMA, MCTIC, WWF, CI), pesquisadores de diversas Instituições de Ensino Superior e Institutos de Pesquisa (UFPB, UFES, UFG, UFPE, INPE), além dos Centros de Pesquisa do ICMBio (CEPSUL, CEMAVE, CECAV, CMA, CEPENE, TAMAR), de Unidade de Conservação (APA Costa das Algas).
Comunicação ICMBio
(61) 2028-9280
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