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Ilha de Queimada Grande terá dois dias de limpeza
É a primeira vez que evento ocorre na UC do litoral paulista
Brasília (18/02/2013) – A campanha Clean Up Dive, de mergulho e limpeza no mar, chega à Ilha Queimada Grande, no litoral de São Paulo, nos dias 1 e 2 de março, com o Projeto Petrechos de Pesca Perdidos no Mar, organizado pelo Instituto de Pesca de Santos. Um dos objetivos é incentivar a discussão sobre a saúde dos oceanos entre mergulhadores, pescadores, pesquisadores, indústrias e ambientalistas.
Pela primeira vez, o projeto vai desenvolver atividades na Ilha Queimada Grande, que possui uma área emersa de aproximadamente 78 hectares. Localizada a 35 quilômetros da costa, a ilha está inserida na Área de Relevante Interesse Ecológico (Arie) Ilha Queimada Pequena e Queimada Grande, unidade de conservação (UC) gerida pelo Instituto Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O território é rico em biodiversidade.
Na Ilha Queimada Grande, existem espécies endêmicas, categorizadas como criticamente em perigo de extinção, como a jararaca-ilhôa (Bothrops insularis), a dormideira-da-Ilha-da-Queimada-Grande (Dipsas albifrons) e a recém descrita Scinax peixotoi, além de mais de trinta espécies de aves, cuja mais abundante é a corruíra (Troglodytes musculos). Pelo menos três anfíbios endêmicos e três lagartos, duas cobras-cegas e setenta espécies de aranhas estão catalogadas.
Além da Arie Ilha Queimada Pequena e Queimada Grande, organizam o evento a Estação Ecológica (Esec) dos Tupiniquins, também administrada pelo ICMBio, o Instituto de Pesca de Santos, Fundação Florestal de São Paulo – Núcleo Curucutu do Parque Estadual Serra do Mar e Parque Estadual Marinho Laje de Santos.
A campanha Clean Up Dive também conta com o apoio do Instituto Ernesto Zwarg (IEZ), Instituto de Biociências, Projeto trilha subaquática, Ecosteiros, Prefeitura Municipal de Itanhaém, Associação Comercial de Itanhaém(ACAI), Marina Maitá, Corpo de Bombeiros de Itanhaém e Guarujá, Polícia Militar Ambiental de Itanhaém, Ecosurfi, AMA Ecoturismo, Instituto Dacnis, NutecMar, Marina Maitá e Náutico Clube.
O que é
A Clean up Dive consiste na localização e retirada de petrechos de pesca abandonados, perdidos ou descartados, como fragmentos de redes, cabos, anzóis, chumbadas e armadilhas, gerados por atividades pesqueiras realizadas no mar, sejam elas industriais, artesanais ou esportivas.
Entre os problemas causados pelos petrechos abandonados, encontram-se o risco de acidentes à navegação, poluição das praias, incrustação de espécies exóticas e o principal deles, a pesca negativa e fantasma, que faz com que esses petrechos continuem a operar, de modo a capturar espécies que, enredadas, acabam morrendo.
Hoje, a pesca negativa e fantasma se tornou um processo cíclico e contínuo de impactos ambientais e econômicos, o que torna o trabalho realizado pela Clean Up Dive importante imporante para a conservação das espécies marinhas no brasil.
A campanha torna possível identificar a origem dos petrechos, quantificá-los, avaliar o impacto e buscar soluções conjuntas com os gestores ambientais. Em paralelo às operações de retirada dos petrechos, são também realizadas varreduras com sonar, de forma a auxiliar na localização e facilitar o trabalho dos mergulhadores.
Por meio do projeto já foram removidos mais de uma tonelada de petrechos, particularmente dentro de unidades de conservação de proteção integral, onde a pesca é proibida.
Devido ao risco de acidentes, as campanhas Clean up Dive de recolhimento de petrechos são realizada por mergulhadores devidamente treinados. As pessoas interessadas em participar, podem obter mais informações pelo site www.bluelinesystem.blogspot.com.
Comunicação ICMBio
(61) 3341-9280