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Iguaçu registra nascimento de três onças pintadas
Publicado em
07/08/2018 19h05
Trigêmeos são filhotes da onça Atiaia e têm aproximadamente dois meses de vida.
Ramilla Rodrigues
ramilla.rodrigues@icmbio.gov.br
O Parque Nacional do Iguaçu e o Projeto Onças do Iguaçu não tem somente um, mas três motivos para comemorar. A equipe descobriu, ontem, que a onça Atiaia é mãe de três lindos filhotinhos que devem ter por volta de dois meses de idade. O primeiro encontro com Atiaia e um de seus filhotes foi registrado no dia 28 de julho. Dias depois, os pesquisadores constataram que Atiaia era mãe de trigêmeos. Não é a primeira ninhada da onça, que já é mãe de Caiuá, um macho de dois anos que não depende mais dela.
As onças-pintadas são animais que ocorrem nos principais biomas brasileiros, com diferentes graus de ameaça de extinção em todos. Na Mata Atlântica, bioma no qual o Parque está inserido, o animal está criticamente ameaçado com menos de 300 indivíduos em todo o bioma. No Parque Nacional do Iguaçu o último censo de 2016 estimou que a população está em torno de 22 indivíduos com tendência a crescer. “Considerando as onças da Argentina e da região do Turvo, são cerca de 100 animais, ou seja, um terço de toda a população estimada na Mata Atlântica, isso só mostra a importância desta região para a conservação da onça-pintada”, conta a coordenadora executiva do Projeto Onças do Iguaçu, Yara Barros. “O nascimento das três onças, não só é uma grande esperança para a Mata Atlântica, mas também significa que a mãe está muito bem de saúde”, explica Yara.
Enquanto são pequenas, elas serão monitoradas via armadilhas fotográficas. A partir de um ano e meio, os filhotes vão receber um colar para monitoramento remoto que vai fornecer informações valiosas sobre os hábitos desses animais. As onças são animais solitários e geralmente machos e fêmeas só se encontram para acasalar. O esturro, a urina e as fezes são elementos utilizados para demarcar território e evitar encontros com machos mais distraídos.
Filhotes nascem totalmente cegos e só começam a abrir os olhos com cerca de duas semanas de vida. Eles mamam até os dois meses e só então começam a comer carne de caça trazida pela mãe, como parece ser o caso dos novos filhotes de Iguaçu. Aos seis meses, eles acompanham a mãe nas caçadas quando já se preparam para começar a vida adulta. Entre um ano e meio a dois eles se separam da mãe e vão em busca de seus próprios territórios.
As fêmeas podem ter suas primeiras ninhadas com cerca de dois a três anos de idade, sendo os machos menos precoces: eles só se tornam sexualmente maduros com três ou quatro anos de idade. O acasalamento pode ocorrer durante todo o ano e a gestação dura entre 93 a 105 dias e até quatro filhotes podem nascer de uma vez, embora o mais comum seja um ou dois bebês.
Como proteger os filhotes
Como os filhotes ainda são muito vulneráveis, é essencial protegê-los. Para isso, o Projeto Onças de Iguaçu vai monitorar as onças e também já atua numa campanha sobre redução da velocidade dentro do Parque Nacional do Iguaçu para evitar atropelamentos. “Não iremos interferir na criação dos filhotes e sim atuar na conscientização das pessoas para evitar riscos”, afirma Yara.
Uma das ações que deve auxiliar na mínima interferência humana na vida dos filhotes é o “Guia de Convivência” lançado pelo Projeto no dia 26 de julho. O guia enfatiza que onças e homens podem viver em harmonia.
O Projeto Onças do Iguaçu tem como missão conservar a onça-pintada como espécie-chave para a manutenção da biodiversidade da região do Parque Nacional do Iguaçu. A equipe estuda o deslocamento, comportamento, dieta das onças e monitora os animais por meio de armadilhas fotográficas. Também atua junto à comunidade levando e obtendo importantes informações para a convivência harmoniosa entre pessoas e onças.
Conheça mais sobre o projeto e veja mais fotos da onça e o filhote.
Comunicação ICMBio
(61) 2028-9280
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