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PROTEÇÃO
ICMBio retoma cursos de formação de brigada
- Foto: Daniel Ferreira
Com o final das restrições sanitárias da pandemia de Covid 19, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) retornou com os cursos de formação de brigada em unidades de conservação do Brasil.
As capacitações são parte do processo seletivo que escolhe agentes temporários ambientais para atuar na temática fogo. Depois da inscrição, o candidato realiza o Teste de Aptidão Física, que avalia a capacidade física do candidato, visto que a atividade de campo pode demandar caminhadas longas em condições metereológicas adversas, e tem caráter eliminatório. Já o teste de uso de ferramentas agrícolas (THUFA) é classificatório e verifica se o candidato consegue roçar o solo até o nível mineral: esta habilidade é requerida em algumas atividades ligadas ao combate e à prevenção de incêndios.
No total, estão previstos 86 cursos de formação de brigada, sendo que 40 deles já foram realizados. Ao todo, os cursos ocorreram em mais de vinte estados do Brasil, em unidades de conservação nos biomas do Cerrado, Amazônia, Mata Atlântica e Caatinga.
Na avaliação do coordenador de Manejo Integrado de Fogo (CMIF), João Morita, a volta dos cursos de formação de brigada não é apenas uma seleção mais qualificada dos brigadistas, como também cumpre uma função social nas comunidades. “Os cursos de formação de brigada não formam somente brigadistas, como aproximam a maior quantidade possível de pessoas da gestão e conscientiza a comunidade dos desafios da gestão do fogo”.
Nos cursos, os alunos aprendem técnicas de combate a incêndio direto e indireto, como construção de linhas de defesa; fundamentos de maquinário motorizado, como as motobombas. Também é avaliada a conduta do brigadista: o trabalho em equipe e a capacidade de seguir orientações em campo, já que estas habilidades podem ser decisivas quando estão em campo.
Serra da Canastra é pioneira em instrução feminina
O Parque Nacional da Serra da Canastra, em Minas Gerais, foi a primeira unidade a contar com instrutoria totalmente feminina. O ICMBio possui um corpo de instrutoras qualificado e que já ministrou diversas capacitações, mas esta é a primeira vez em que a docência foi 100% feminina.
O processo seletivo ocorreu entre os dias 8 a 12 de maio, com aulas teóricas ministradas em São Roque de Minas (MG) e aulas práticas no interior do Parque. O curso foi ministrado pelas servidoras Bianca Zorzi e Camila Lobo, ambas da Coordenação de Manejo Integrado do Fogo (CMIF) e contou com o apoio da servidora do Parque Neuza Pereira, também instrutora da capacitação.
Segundo Bianca, as mulheres se sentem mais representadas quando veem também instrutoras ministrando o curso “Elas enxergam que é possível serem brigadistas e, além disso, ocuparem cargos de comando e mais altos do que simplesmente a cozinha, que muitas vezes acabavam sobrando para elas, relata a instrutora, que já exerceu a atividade de gerente do fogo na unidade. Bianca se refere a uma situação que incomoda as brigadistas: embora com a mesma capacidade que os colegas homens, elas são frequentemente designadas para cuidar da cozinha do acampamento."Essa representatividade é bastante importante para que elas percebam que podem ocupar qualquer posição que queiram", ressalta.
A instrutora Camila Lobo concorda. “Foi um curso muito bom de ministrar e os alunos não tiveram nenhum problema com a instrutoria totalmente feminina . Uma das sete candidatas era uma voluntária que está fazendo um trabalho na unidade e resolveu participar do curso, o que foi uma oportunidade bem legal. As outras seis ainda não tinham nenhuma experiência e elas gostaram do nosso apoio, se destacando e fazendo as atividades com muita garra". Neuza complementa o que a colega afirma e diz que a expectativa é que o público masculino reflita principalmente em sua postura de escuta e possa absorver nossas contribuições em prol de uma sociedade melhor e mais igualitária.
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