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ICMBio retoma ações para proteger o pato-mergulhão
Estima-se que existam menos de 300 aves dessa espécie na natureza
Brasília (10/10/2012) – O Centro de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (Cemave), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), acaba de coordenar a Oficina de revisão e monitoria do Plano Nacional de Ação para a Conservação do Pato-Mergulhão (PAN Pato-Mergulhão), promovida na semana passada, no Parque Nacional de Brasília.
Durante os trabalhos, foi feita a revisão da matriz do PAN, com base no documento produzido pelo Ibama em 2006 e na memória da monitoria de 2008, e atualizadas as informações sobre as ameaças e problemas. Além disso, foi redefinido o objetivo geral e elaborados os cinco objetivos específicos, assim como a adequação de mais de 30 ações com produtos previstos e respectivos articuladores das ações. Ao final, foi constituído o grupo assessor que auxiliará na implementação e monitoria das metas do plano até 2016.
O PAN Pato-Mergulhão tem como objetivos ampliar e disseminar o conhecimento sobre a distribuição e a história natural do pato-mergulhão (Mergus octosetaceus) e assegurar a integridade dos habitats adequados às exigências da espécie em suas áreas de ocorrência atual.
Programa de cativeiro
A partir de agora, o grupo assessor vai trabalhar na redação do sumário executivo e na revisão e atualização da nova versão do PAN, que deverá ser publicado em 2013, além da elaboração do programa de cativeiro, tendo em vista o baixo número de indivíduos registrados para esta espécie, com foco na conservação in situ.
A oficina, realizada entre os dias 2 e 4 de outubro, contou com a colaboração de especialistas que trabalham há anos na conservação do pato mergulhão e de setores do ICMBio interessados em integrar a estratégia de proteção da ave.
Participaram, entre outros, representantes das unidades de conservação com registro de ocorrência do pato – parques nacionais da Serra da Canastra, em Minas, e da Chapada dos Veadeiros, em Goiás, da Estação Ecológica Serra Geral e do Parque estadual do Jalapão, ambos no Tocantins –, das coordenações de Criação e de Visitação e da Coordenação Regional (Lagoa Santa/MG) do ICMBio, da Naturantins, do Instituto Terra Brasilis, da Universidade Federal Fluminense e do Criadouro Poços de Caldas.
Importância das UCs
Em 2006, o Ibama publicou o Plano Nacional de Ação para a Conservação do Pato-Mergulhão (Série Espécies ameaçadas nº 3), resultado dos trabalhos de pesquisa e das oficinas de planejamento realizadas em 2000 e 2002. O plano indicava, entre outras coisas, a importância das unidades de conservação federais para a conservação da espécie.
O pato-mergulhão ocorre, em baixas densidades, em várias áreas distintas dentro de sua área de distribuição histórica. Há registros confirmados para três bacias hidrográficas – rios São Francisco, Tocantins e Paraná – e três países, além do Brasil – Paraguai, Argentina e Uruguai. A maioria dos registros históricos é no centro-sul do Brasil e áreas circundantes na Argentina e Paraguai.
A espécie é uma das aves mais ameaçadas das Américas. Não há estudos precisos sobre a sua população total, mas estima-se que não chegue a 300 indivíduos na natureza. É uma ave sedentária permanecendo em um mesmo trecho do rio. Mergulha intensamente em remansos e ao redor de corredeiras para pescar e costuma descansar pousado em rochas, troncos e galhos caídos.
A ave apresenta vocalização semelhante a um latido que pode ser ouvido eventualmente ao levantar voo e, freqüentemente, no período reprodutivo. Aparentemente requer rios e córregos de água clara e rasa (com pelo menos 1 metro de profundidade), intercalados por corredeiras, que atravessam florestas subtropicais e cerrados. Prefere, assim, tributários próximos às nascentes e em altitudes de até 1.330m. Essas características tornam a espécie extremamente sensível à perda e degradação de habitats.
Desmatamentos para expansão agrícola e pecuária, construção de represas e queimadas representam as maiores ameaças à espécie. Atualmente, o ecoturismo, especialmente os esportes aquáticos, como canoagem, rafting e bóia-cross podem também representar uma significativa ameaça.
Serviço:
Confira o painel de gestão do PAN do Pato Mergulhão, clicando aqui.
Comunicação ICMBio
(61) 3341-9280