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ICMBio realiza fiscalização na Bacia do rio Negro
Operação visou a preservação dos botos-vermelhos
Brasília (09/01/2012) - Após denúncia de que novos
empreendimentos situados no Mosaico de Unidades de Conservação (UC) do Baixo Rio Negro, no estado do Amazonas, estariam iniciando atividades de alimentação a botos-vermelhos (Inia geoffrensis), uma equipe composta por representantes do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Amazônica (CEPAM) do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), do Centro Estadual de Unidades de Conservação (CEUC) e do Batalhão de Polícia Ambiental do Amazonas realizou ações de fiscalização e orientação ambiental em empreendimentos situados nas UC estaduais Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Negro e Área de Proteção Ambiental da margem direita do rio Negro em Paduari-Solimões.
Segundo o analista ambiental Marcelo Vidal, coordenador do projeto de ordenamento do turismo com boto-vermelho na bacia do rio Negro, desenvolvido pelo CEPAM, os proprietários dos empreendimentos visitados pela equipe foram orientados a cessar as atividades de alimentação aos animais. As orientações devem-se ao fato de que, desde agosto de 2010, somente os empreendimentos já existentes estão autorizados pelos órgãos competentes a desenvolver este tipo de turismo envolvendo os mamíferos aquáticos.
Vidal complementa que estes empreendimentos estão autorizados porque seus funcionários vêm participando de uma série de cursos (Ecologia Amazônica, Biologia e Conservação de Cetáceos, Turismo Sustentável) e cumprindo as normas de ordenamento do turismo com botos que são monitoradas pelo CEPAM e CEUC.
Dentre as principais mudanças implementadas no modelo de turismo com botos está o fato de somente funcionários dos empreendimentos poderem alimentar os botos, em horários pré-determinados, e em uma quantidade máxima diária de dois quilos de peixe para cada indivíduo, valor equivalente a cerca de 10% da quantidade normalmente capturada por um boto na natureza.
Para Klebson Demelas, analista ambiental do CEUC, as mudanças que estão sendo desenvolvidas permitem o oferecimento de um melhor serviço aos turistas e o devido respeito às normas ambientais. Ele explica que anteriormente ao ordenamento, era comum a oferta de alimentos em quantidade e qualidade inadequadas aos cetáceos, além da ausência do monitoramento dos impactos deste tipo de interação envolvendo mamíferos aquáticos e turistas.
O turismo interativo com os botos-vermelhos é extremamente agradável e pesquisas indicam que esse tipo de atividade permite ampliar o conhecimento e carisma sobre este animal, contribuindo assim para a conservação da espécie, ameaçada em muitas áreas da bacia Amazônica.
Ascom ICMBio
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