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Instituto promove seminário para construir Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas no Brasil
Até dezembro ICMBio deve chegar próximo de 2.500 espécies avaliadas
Priscila Galvão
priscila.galvao@icmbio.gov.br
Brasília (13/10/2011) – Discutir o processo de construção da Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas no Brasil. Este foi o objetivo do seminário realizado nesta quinta-feira (13) no auditório do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em Brasília. O evento integra a programação do colóquio “A Proteção de Espécies Ameaçadas de Extinção”, que acontece amanhã (14) no auditório Antonio Carlos Magalhães, Interlegis, no Senado Federal.
A meta do ICMBio, juntamente com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN) e Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ) é avaliar todos os vertebrados e seletivamente os invertebrados da fauna brasileira. Até o final de 2010 o Instituco contava com 634 espécies avaliadas. Até este mês o montante já chega a 1.414 espécies.
“Até dezembro devemos chegar próximo de 2.500 espécies avaliadas, com a previsão de atingir, até 2014, a meta de 10 mil espécies previstas”, afirmou a técnica da Coordenação de Avalização do Estado de Conservação da Biodiversidade (Coabio/ICMBio) Rosana Subirá, durante apresentação.
Na avaliação da Lista Vermelha Nacional da Fauna é feita uma etapa de revisão para saber se a metodologia foi bem aplicada e se as categorias estão adequadas para determinada espécie. “Feito isso publicamos na revista Biodiversidade Brasileira e produzimos o instrumento legal que são as Instruções Normativas e o Livro Vermelho”, frisou Subirá.
Durante o evento, o Secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, Bráulio Ferreira de Souza Dias, representando a ministra de Estado do Meio Ambiente Isabella teixeira, agradeceu a participação no seminário com técnicos do ICMBio, MMA e parceiros da IUCN.
“A ideia é que a gente possa avançar mais nessa agenda. Neste sentido a parceria entre MMA e ICMBio tem aumentado o esforço em termos de elaboração de planos de ação, revisão de livro de espécies ameaçadas, entre outros”, afirmou Bráulio.
Para o secretário é importante o ICMBio conseguir tratar essa agenda na sua relação com o público, na simulação de instrumentos de políticas públicas, assim como na interface dessa agenda de espécies ameaçadas com a de áreas protegidas.
“É importante dar um passo qualitativo maior nessa questão. Nós não sabemos direito o quanto que nossas unidades de conservação estão protegendo das espécies ameaçadas. Lançamos recentemente um atlas, uma iniciativa muito boa que mostra o papel significativo das unidades de conservação na proteção de fauna ameaçada, mas precisamos saber cada vez mais”, frisou Dias.
No seminário, Bráulio lembrou também que o ICMBio lançou a revista eletrônica “Biodiversidade Brasileira” como um instrumento para registrar essas atualizações de avaliação das espécies ameaçadas. “Nosso compromisso é assim que concluirmos a atualização da avaliação das espécies ameaçadas, que possamos, ainda nesse governo, lançar a maior versão do livro vermelho da fauna ameaçada, além de publicar o livro vermelho da flora ameaçada de extinção”.
O presidente do ICMBio Rômulo Mello afirmou que os avanços foram significativos, mas que é preciso direcionar mecanismos e financiamentos para que os planos de ação possam se tornar realidade a partir do financiamento da pesquisa, po rmeio da disponibilização de recursos para que instituições como o ICMBio, órgãos estaduais e não governamentais também possam fazer concretizar o plano de ação na prática da conservação da espécie.
“Vamos correr para que até o fim do governo Dilma tenhamos 100% dos planos de ação e mais ainda, uma ação pragmática junta à sociedade para que a gente não continue ampliando a nossa lista e não continue pregando as nossas espécies”, disse Rômulo.
Rômulo afirmou ainda que houve um avanço grande a partir da elaboração do Atlas de Espécies Ameaçadas em UC Federais. “Tivemos a oportunidade de apresentar esse ano um documento mais sistematizado. Não basta só saber se uma espécie está em unidade de conservação, precisamos descobrir também se uma unidade de conservação está efetivamente protegendo a espécie e se é representativa na proteção desse espécie. Neste seminário é importante discutir os critérios dos enquadramentos das espécies”, concluiu.
“Gostaria de agradecer o esforço que toda a equipe do ICMBio e parceiros fizeram para que pudéssemos ter hoje os resultados obtidos, como os planos de ação. Todo o esforço que estamos fazendo permitiu que em muito pouco tempo saíssemos de pouco mais do que 2% de espécies contempladas em planos de ação, para 23% hoje existentes. Esperamos que até o fim do ano tenhamos 35% das espécies ameaçadas com plano de ação, num esforço contínuo da Instituição. Demos um avanço fantástico, mostrando que a estratégia do plano de ação pode ter uma efetividade maior”, afirmou Mello.
No seminário a Coordenadora da Coordenação de Planos de Ação Nacional (Copan/ICMBio), Fátimas Pires, explicou que os Planos de Ação de Recuperação de Espécies Ameaçadas nada mais são do que projetos com começo, meio e fim. “Cada plano tem como pressuposto quais são as ameaças e quais são os riscos de extinção. Nós trabalhamos com oficinas de planejamento, fazendo uma construção coletiva desse processo”, destacou Pires.
O Plano de Ação não é só um documento de recomendações e desejos, mas um documento de possibilidades e de interferência no processo de conservação de determinada espécie. “A sociedade representada pelas organizações não governamentais, universidades, pesquisadores, pescadores que estão nas oficinas de planejamento são os articuladores das ações de conservação”, frisou Fátima.
O seminário é fruto de uma parceria entre a Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA), Ministério do Meio Ambiente, Superior Tribunal de Justiça (STJ), (ICMBio), União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) e Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
O evento contou com a participação do Presidente do ICMBio, Rômulo Mello, Coordenador do Centro Nacional de Conservação da Flora do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Gustavo Martinelli, Ministro do Supremo Tribunal de Justiça e Vice Presidente da Comissão de Direito Ambiental do UICN, Antonio Herman Benjamin, Secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, Bráulio Ferreira de Souza Dias e Presidente da Comissão de Sobrevivência de Espécies da UICN, Simon Stuart.
Apresentação
- Durante o evento foram apresentados painéis das “Listas Vermelhas de Espécies”. Fizeram parte o moderador da IUCN, Luiz Fernando Krieger Merico; a técnica da Coordenação de Avalização do Estado de Conservação da Biodiversidade (COABIO/ICMBio) Rosana Subirá, com a apresentação da Lista Vermelha Nacional da Fauna; Coordenador do Centro Nacional de Conservação da Flora do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Gustavo Martinelli, com a apresentação da Lista Vermelha Nacional da Flora; Coordenadora de Planos de Ação Nacional (COPAN/ICMBio), Fátimas Pires, com a apresentação de Planos de Ação de Recuperação de Espécies Ameaçadas e o analista ambiental Jorge Luiz do Nascimento, com a apresentação do Atlas de Espécies Ameaçadas em UC Federais.
Ascom/ICMBio
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