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ICMBIO PROMOVE SEMINÁRIO DE PRÁTICAS INOVADORAS
Evento vai até 15 de maio na sede do instituto, em Brasília
Brasília (14/05/2014) – Começou nesta terça-feira (13) o Seminário de Práticas Inovadoras na Gestão de Unidades de Conservação na sede do ICMBio, em Brasília. O objetivo é estimular a busca por inovações e promover a troca entre as Unidades de Conservação (UC), melhorando a eficiência na gestão. Na abertura do evento, o diretor de Ações Socioambientais (Disat / ICMBio), João Arnaldo Novaes, destacou que espera promover o diálogo e a troca da experiência entre os gestores das unidades para que essas ações sejam multiplicadas e implantadas. "Às vezes, o excepcional passa despercebido no dia a dia de cada unidade. Espero que esse seminário traga esse excepcional para a realidade das UCs", disse.
A palestra do biólogo e fundador do Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ), Cláudio Pádua, abriu a programação do evento. "Uma das soluções para mim é valorizar o espírito de empreendedorismo dos gestores, mas é preciso estudar as formas que essas ideias serão aplicadas. Não dá para fazer de qualquer jeito", disse. Há alguns anos, Pádua deu uma virada na carreira profissional. "Larguei a minha vida de executivo para me dedicar às unidades de conservação do Brasil". Desde então, se aprofunda nas pesquisas com o mico-leão-preto, um dos primatas mais raros e ameaçados de extinção do mundo.
No seminário, a analista ambiental Gabriela Calixto, da Reserva Extrativista (Resex) Marinha de Soure (PA), explicou que existem propostas em execução para melhorar a gestão com a participação da sociedade civil, através do voluntariado na Resex. Para ela, esse tipo de prática inovadora é fundamental para as unidades enfrentarem dificuldades administrativas. "Buscamos ampliar o sentimento de pertencimento da sociedade em relação ao território, valorizando a cultura e a diversidade ambiental. Conseguimos envolver 13 instituições no projeto, mostrando o potencial de mobilização que o voluntariado pode ter na região", disse a analista.
Para Pádua, é preciso ter não apenas novas ideias, mas ordenamento e estudo para que as práticas propostas no seminário realmente tenham resultados práticos e satisfatórios. O ambientalista considera fundamental o empreendedorismo dos gestores das unidades para a criação de novos mecanismos para resolver os principais problemas. "Espero que essas experiências sejam consolidadas de forma a influenciar e modificar as políticas públicas. Os maiores problemas vêm do entorno das UCs. Precisamos encontrar soluções para enfrentar as dificuldades. Só assim vamos avançar nesse processo", explicou.
Também no seminário, o gestor do Parque Nacional do Viruá (PR), Antônio Lisboa, falou sobre recordes de apreensão de tartarugas adultas em período reprodutivo na Amazônia, depois soltas na natureza. Esta é uma iniciativa de combate ao tráfico de quelônios – ordem a que as tartarugas pertencem – no baixo Rio Branco, em Roraima. "Articulamos uma ampla rede de parceria que resultou em mais de mil tartarugas apreendidas entre 2011 e 2014", explicou Lisboa. As ações foram realizadas em parceria com o Exército, polícias Federal e Rodoviária Federal, Ibama, Companhia Independente de Policiamento Ambiental (CIPA) e Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE).