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ICMBio e Serviço Florestal Americano promovem oficina
Objetivo é traçar um balanço da parceria entre as instituições
Sandra Tavares
sandra.tavares@icmbio.gov.br
Brasília (11/07/2013) – Segue até sexta-feira (12), em Brasília, a oficina de trabalho entre representantes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), do Serviço Florestal Americano e da Universidade de Montana, os dois últimos dos EUA.
O objetivo é traçar um balanço da parceria já existente entre as instituições, que permite, entre outras coisas, a capacitação de servidores do ICMBio nos Estados Unidos em cursos focados na gestão de áreas protegidas – uso público e manejo da visitação.
Na palestra de abertura da oficina na terça-feira (9), a diretora de Manejo e Conservação de UCs do ICMBio, Giovanna Palazzi, citou os avanços do Brasil no que se refere à visitação nos parques nacionais. "Já somam mais de 5 milhões o número de visitantes em parques nacionais, segundo dados de 2012, e estamos com uma tarefa de incrementar ainda mais esse número nos próximos anos, em que o País recepcionará grandes eventos internacionais", destacou a diretora Giovanna.
Exemplo americano
Na sequência o diretor Regional de Recreação do Serviço Florestal Americano, Jim Bedwell, destacou como o uso público já está consolidado nos EUA, de modo que seus 401 parques e florestas nacionais (que somam 86 milhões de hectares) são constantemente visitados, gerando números significativos de visitantes e fomento às economias locais.
O Serviço Florestal Americano administra ainda 16 milhões de hectares de áreas selvagens (wilderness), 7 mil km de rios naturais, 248 km de trilhas (sendo 48% delas não motorizadas) e 17 mil instalações para piqueniques/camping e outras atividades recreacionais.
Em sua fala, Bedwell ressaltou a importância de desconcentrar serviços de qualidade por meio de contratos e concessões. "Sozinho o governo não consegue dar conta de tudo". Mas para ele o ponto chave está em traçar o equilíbrio na gestão entre a visitação/uso público e a conservação da biodiversidade.
"A experiência do uso público no sudoeste americano se deu diferentemente do leste e nos preocupamos desde sempre em enfocar a nossa história e cultura locais, mostrando o legado e sua fusão com a biodiversidade, com interpretação da cultura e recursos históricos", frisou Jim Bedwell. O voluntariado funciona bem lá. "As pessoas trabalham conosco porque querem fazer parte", frisou ele.
Perguntado sobre se um parque poderia ter sua área reduzida para construção de uma hidrelétrica por exemplo, Jim enfaticamente respondeu: "Não. Dificilmente o presidente Obama e parlamentares iriam querer bancar uma proposta dessa frente aos cidadãos norte-americanos. O embate e desgaste não valeriam a pena para suas carreiras políticas", destacou ele.
Ele respondeu a outra pergunta a respeito das florestas nacionais, quando há usos múltiplos como extração de madeira e visitação, se predomina alguma atividade em detrimento de outra. O diretor frisou que tudo começa com o zoneamento da área e com o que se quer para ela (o permitido e o não permitido). "Todas as atividades são importantes, afinal a sociedade entende que tanto precisa de madeira quanto de visitar essas belezas cênicas, logo faz o manejo de áreas e onde há visitação dificilmente, até por uma questão de segurança, haverá trafego de caminhões transportando madeira".
Capacitação
Já o professor da Universidade de Montana, Steve McCool, tratou mais fortemente da capacitação, fruto da parceria entre MMA/ICMBio, Serviço Florestal Americano e Universidade de Montana. "Nossos cursos tratam que devemos ir muito além da simples transmissão do conhecimento, mas de dar ao aluno a opção de criar e se abrir para novas competências de gestão", frisou Steve McCool.
Ao todo a Universidade de Montana já promoveu 375 participações de alunos de 80 países em seus cursos de capacitação. "São 22 dias intensos de discussão acerca do manejo da visitação, numa junção de diferentes realidades num reservatório de novas ideias", frisou ele.
Participaram, ainda, seja na abertura ou como palestrantes o diretor de Áreas Protegidas do MMA, Sérgio Brant, a coordenadora do Serviço Florestal Americano - USFS / Brasil, Michelle Zweede, a consultora do Serviço Florestal Americano - USFS / Brasil, Suelene Couto, o diretor Regional de Recreação do Serviço Florestal Americano - USFS, Jim Bedwell, o diretor de Recreação do Distrito de Salida do Serviço Florestal Americano - USFS, Ben Lara, a conselheira Kirsten Schulz, da Divisão de Meio Ambiente, Ciência, Tecnologia e Saúde, da Embaixada dos Estados Unidos da América, em Brasília, e os professores da Universidade de Montana, Wayne Freimund e Steve McCool.
Um deles em particular é o 'Seminário Internacional sobre Gestão de Áreas Protegidas', promovido pela Universidade de Montana com apoio do Serviço Florestal dos Estados Unidos da América – USFS.
Dele participam gestores de sistemas de áreas protegidas de vários países, sobre questões relacionadas à visitação, envolvimento comunitário, sustentabilidade financeira de áreas protegidas, gestão de conflitos, entre outros temas.
Em 2013 outros dois servidores da autarquia já foram selecionados e estão nesse momento em curso que está sendo realizado em Missoula, Montana/Estados Unidos da América. As despesas com passagens e diárias são custeadas pelo Serviço Florestal dos Estados Unidos – USFS. Sendo assim, o afastamento do servidor acaba sendo com ônus limitado para o ICMBio.
Outro curso intensivo de capacitação, ocorrido no último mês de maio, foi o de "Voluntariado para o Uso Público" cujo objetivo foi desenvolver as competências relacionadas ao uso público nas unidades de conservação e conhecer os programas existentes em áreas protegidas dos Estados Unidos da América gerenciados pelo Serviço Florestal Americano - USFS, na Universidade de Montana.
O curso contou com a participação de seis servidores do ICMBio. O objetivo do curso foi fortalecer o processo de voluntariado em unidades de conservação que já recebem voluntários e capacitar servidores para serem multiplicadores nas ações de capacitação promovidas pela Coordenação Geral de Uso Público e Negócios – CGEUP/DIMAN.
Trata-se de um projeto piloto, em que o Serviço Florestal Americano – USFS elaborou uma programação composta de três semanas de atividades e disponibilizou até seis vagas para os servidores do Instituto que trabalhem com o uso público. A capacitação foi realizada em Salida, Colorado/Estados Unidos da América. As despesas com passagens e diárias foram custeadas pelo Serviço Florestal dos Estados Unidos – USFS.
Os servidores terão a oportunidade de participar também do XXIII Curso Internacional de Manejo de Áreas Silvestres Protegidas, que é um curso intensivo oferecido pelo Centro de Manejo e Capacitação em Áreas Protegidas da Universidade Estadual do Colorado e do Serviço Florestal dos Estados Unidos da América - USFS.
Deste curso participarão dois servidores do Instituto. O curso será realizado em Fort Collins, Colorado/Estados Unidos da América, no período de 30 de junho a 06 de agosto de 2013.